Theresa Catharina de Góes Campos

     
PARA NOSSO IRMÃO

(In memoriam Fernando José Salvador Campos - 01-01-1946 - 18-06-2007)

Por que Fernando José se foi?
Nossa resposta, incompleta,
exige de nós amar ainda mais
nosso querido, lembrado irmão.

Presença irrequieta na infância,
companheiro nas brincadeiras,
sofria com problemas na visão.
A mocidade copiou adolescência
de íntima solidão, aspirações
no silêncio dolorido, frustradas,
como as risadas enganadoras,
deixando pegadas dolorosas.

Adulto, as qualidades pessoais
jamais sossegaram seu espírito.
Nele havia, de mais profundo,
um segredo sem confidências,
sempre ignorado, indevassável,
percebido nos indícios eventuais.

Tornou-se querido nos ambientes,
elogiado por demonstrar bondade,
ser generoso nas ações e palavras;
por sua gentil, cordial convivência.

Os sofrimentos físicos, intensos,
dos últimos meses de sua vida,
Fernando José, porém, não teve
como esconder nem disfarçar.

Pelo amor fraterno, seguimos unidos,
recordando os mais alegres momentos.
Nas orações, também a sua presença
continua nos unindo, nos laços de afeto,
até nosso reencontro, na eternidade...

Theresa Catharina de Góes Campos
Brasília- DF, 18 de junho de 2015

De: VICTORIA ELIZABETH BARROS
Data: 18 de junho de 2015

Querida Therezita, suas palavras são belas e sábias, demonstrando carinho fraterno e saudades da pessoa especial que foi nosso irmão Fernando José. Sua vida breve, um tanto tumultuada por suas escolhas e por fatos que marcaram sua personalidade, nos levam a rezar por ele, que sofreu bastante em seus últimos meses de vida. Nas nossas orações, estaremos unidos a todos os entes queridos e falecidos, esperando nosso reencontro.
Beijos, Victoria


De: guilherme josé campos barros
Data: 18 de junho de 2015

Lindas palavras e uma homenagem mais do que merecida!
O tio Fernando sempre foi uma pessoa muito benquista, por onde ele andava...
Sempre o recordaremos, com boas lembranças e saudade!
Guilherme


De: jacqueline bruere
Data: 19 de junho de 2015
Therezita, que saudades! Posso vê-lo na sua moto, na minha casa
da rua Moema! Uma alegria contagiante, prima.....
Beijos carinhosos pra você e toda a familia.
Jacqueline



De: Aureo Valle
Data: 19 de junho de 2015

Theresita, bela lembrança do Fernando José. Fomos confidentes, ele mais do que eu. Eu o conheci muito pouco, quando jovem, mas concordo contigo, era um adolescente irrequieto e um adulto cheio de diferenças; (...), só que Fernando José era mais sociável. Abraços. Aureo Cesar

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De: Theresa Catharina de Goes Campos
Data: 19 de junho de 2015
Para: Aureo Cesar do Valle

Caríssimo Áureo César:

Sinto-me grata a você pela atenção e a amizade que, generosamente, dispensou a Fernando José. Muito obrigada por suas palavras, pois é um grande consolo
ter a certeza, reafirmada, do quanto a convivência cordial entre ele e você foi benéfica à personalidade de Fernando José.

Na sua meninice - até na escola, inclusive - e adolescência, meu irmão se mostrava triste, isolado, conflituoso e rebelde... Na vida adulta, após fatos dramáticos que lhe aconteceram, tornou-se sociável, para conseguir sobreviver (...). Ele percebeu que, no companheirismo, estava o apoio essencial a sua sobrevivência.

No magistério superior, Fernando José finalmente se realizou como ser humano e profissional, demonstrando competência, domínio de classe, paciência e bom humor. Aliás, sei que devemos renovar nossos agradecimentos por todo o apoio - constante - que você lhe deu, durante mais de uma década, na AEUDF.

Gregário, Fernando José passou a cultivar amizades, relações sociais e profissionais. A leitura e o cinema eram atividades bastante prazerosas para ele.
Entre as inúmeras qualidades pessoais, se destacavam a bondade, a simplicidade, a generosidade com que a todos tratava, sem distinção.

Contudo, quando estávamos sozinhos e conversávamos fraternalmente - mesmo na data de seu aniversário, quando fazíamos uma programação de ir a um filme de sua escolha, após um almoço entre irmãos, estando os outros familiares em férias, fora de Brasília, se eu lhe indagava sobre como se sentia, se estava bem, em sua vida, a resposta dele, com seriedade, definia, repetidas vezes, ano após ano, como, no mínimo, insatisfatória e sem valor, o que indicava uma percepção negativa, permanente, de sua realidade.
Portanto, um desgosto profundo, um sentimento dolorido, deprimente e depressivo, expressando sua baixa autoestima. Lamentavelmente, não estou exagerando... Ainda choro, ao relembrar isso. Risadas e outras manifestações de alegria, na verdade, eram superficiais, enganadoras e passageiras.

Entretanto, como ser humano, Fernando José alcançou muitas vitórias em sua existência: foi amado, desde a infância, por familiares, amigos e alunos; conquistava amigos sinceros, despertava bem-querer!
Quanta saudade!
 
(...)
Com a estima de sua amiga,
Therezita
Theresa Catharina de Góes Campos
Brasília - DF, 20 de junho de 2015


De: Monaliza Arruda
Data: 19 de junho de 2015

Lindo, triste mas com final feliz.
Beijo, Monaliza


De: Liman Pechliye
Data: 22 de junho de 2015

Querida, parabéns!
Belíssima homenagem.
Leman


De: Aureo Valle
Data: 26 de junho de 2015

Therezita, vejo o passado da mesma maneira que tu, com relação ao Fernando José. Mas acredito que ele, nos últimos anos, fez algumas coisas que realmente o agradaram; por exemplo, lembro a viagem de moto ao sul, ele curtiu muito. Contou-me minudências da viagem com muito entusiasmo. Bem, falemos de ti, como estás? Vamos marcar para a próxima semana uma vinda tua aqui em casa, tudo bem? Abraços, Aureo Cesar.


De: Elizabeth Barros
Data: 4 de julho de 2015

Tia, muito bonito este seu poema, com recordações e descrições sobre o Tio Fernando José. Pena que ele teve uma vida tão difícil e também cheia de dificuldades. Vejo que, desde pequeno, o Tio Fernando José passou por desafios que o fragilizaram. Ainda bem que ele teve ótimas irmãs, que sempre o apoiaram e sempre o lembrarão em seus pensamentos. Acho ainda que o Tio Fernando José teve uma vida muito curta e breve. Uma pena mesmo...
Beijos, de sua sobrinha, Elizabeth.

 

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