Theresa Catharina de Góes Campos

     
O bem-estar que vem do bem-fazer
 
- Nova Acrópole Lago Norte 
 

 

“Se pensares bem, passamos grande parte da vida agindo mal, a maior parte sem fazer nada, ou fazendo algo diferente do que se devia fazer…” - Sêneca

  

Bem-estar, que costuma ser definido como um “estado de conforto e boa disposição, com posse de saúde, afetividade, segurança, tranquilidade e outros aspectos positivos”. Daí, é comum encontrá-lo associado a regimes de saúde, práticas de esporte, contato com a natureza etc.

O que é curioso é o uso da palavra “bem”. Se estamos nos referindo apenas ao estado físico e ambiental favorável, por que não ser mais específico e usar sadio-estar, confortável-estar, seguro-estar? Desculpem-me, mas acho que a palavra “Bem” merece ser foco, e não reforço de outra coisa.

Se tomarmos como possibilidade que a nossa função no mundo como seres humanos seja agregar valor humano à nossa vida e à dos demais, ou seja, agregar bem ao mundo, marcando nossa passagem como válida e útil para nós mesmos e para a natureza como um todo, cada vez que praticarmos esse bem, cumpriremos com essa missão e realizaremos um pouco mais da nossa identidade. Ou seja: daremos nosso recado.

E não se trata de um conceito de Bem discutível e relativo, mas de algo óbvio e consensual: trata-se de “funcionar bem” como ser humano, com todas as especiais possibilidades que essa condição oferece: inteligência, vontade, criatividade, generosidade, empatia, amor e algumas ou muitas outras.

Enfim, todos os “aplicativos” deste aparelho humano operativos e com boa performance. E sem interpretações pseudo maquiavélicas: não é fazer qualquer coisa agora para chegar a um suposto bem lá na frente: é garantir a qualidade humana dos meus atos agora, acima e antes de qualquer resultado desejado.

Há uma bastante conhecida passagem bíblica que enuncia algo como “— Buscai seu Reino em primeiro lugar (…) e todas as demais coisas vos serão acrescentadas”. Por comparação, vejo que o Bem, atributo humano por excelência, gera exatamente esse efeito.

Um dia em que fomos coerentes com aquilo que a nossa dignidade e respeito próprio esperavam de nós, um dia em que fomos humanos de fato, é capaz de gerar um nível de “bem-estar” que poucas outras coisas (se é que existem essas coisas!) seriam proporcionar, como consequência, boa saúde, afetividade, segurança, tranquilidade etc.

Sugiro buscar o Bem como meta de vida, buscar agregar valor humano a tudo o que fazemos e não perder oportunidades (e até ser capaz de criar oportunidades) para praticá-lo: experimente! A conclusão é a seguinte: o bem-estar vem do bem-fazer, que nada mais é do que buscar servir ao Bem!

 

Adaptado de artigo da Profa. Lúcia Helena Galvão, publicado em Veja São Paulo, em 12 de fevereiro de 2020. 

 

 

Poema: Saber viver. Cora Carolina. “Não sei… Se a vida é curta / Ou longa demais pra nós / Mas sei que nada do que vivemos Tem sentido, se não tocamos o coração das pessoas...” Vale a pena conferir na íntegra.

Livro: Aprendendo a viver. O livro compila cartas enviadas por Sêneca ao amigo Lucílio, abordando questões que, ainda hoje, se configuram como fundamentais para compreender a existência humana: o sofrimento, a impermanência do tempo, o envelhecer, a solidão, a vida moral, a ética no relacionamento com o próximo e com a natureza, dentre outros.

Filme: As aventuras de Pi. O filme conta a história de um jovem indiano (Pi) que diante de um desastre precisa enfrentar circunstâncias adversas que lhe são impostas. De forma simbólica, o filme mostra a relação do homem com as forças naturais e humanas, ou seja, consigo mesmo. O filme nos proporciona enorme reflexão sobre as “aventuras” que enfrentamos diariamente. Disponível Google Play.

Evento: Café literário sobre o livro “O imperador amarelo”. Este livro reúne fábulas, lendas, aventuras, magia e sonhos, propiciando ricas descobertas a partir das palavras dos grandes mestres da Antiga China. Será no dia 17 de dezembro, na Nova Acrópole do Lago Norte, em Brasília. Confirme sua presença clicando aqui!

  

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