“Se pensares bem,
passamos grande parte da vida agindo mal, a
maior parte sem fazer nada, ou fazendo algo
diferente do que se devia fazer…” -
Sêneca
Bem-estar, que costuma ser
definido como um “estado de conforto e
boa disposição, com posse de saúde,
afetividade, segurança, tranquilidade e outros
aspectos positivos”. Daí, é comum encontrá-lo
associado a regimes de saúde, práticas de
esporte, contato com a natureza etc.
O que é curioso é o uso da
palavra “bem”. Se estamos nos referindo apenas
ao estado físicoe ambiental
favorável, por que não ser mais
específico e usar sadio-estar, confortável-estar,
seguro-estar? Desculpem-me, mas acho que a
palavra “Bem” merece ser foco, e não reforço de
outra coisa.
Se tomarmos como possibilidade
que a nossa função no mundo como seres humanos
seja agregar valor humano à nossa vida e à dos
demais, ou seja, agregar bem ao mundo,
marcando nossa passagem como válida e útil para
nós mesmos e para a natureza como um todo, cada
vez que praticarmos esse bem, cumpriremos com
essa missão e realizaremos um pouco mais da
nossa identidade. Ou
seja: daremos nosso recado.
E não se trata de um conceito de
Bem discutível e relativo, mas de algo óbvio e
consensual: trata-se de “funcionar bem” como ser
humano, com todas as especiais possibilidades
que essa condição oferece: inteligência,
vontade, criatividade, generosidade, empatia,
amor e algumas ou muitas outras.
Enfim, todos os “aplicativos”
deste aparelho humano operativos e com boa
performance. E sem interpretações pseudo
maquiavélicas: não é fazer qualquer coisa agora
para chegar a um suposto bem lá na frente: é
garantir a qualidade humana dos meus atos agora,
acima e antes de qualquer resultado desejado.
Há uma bastante conhecida
passagem bíblica que enuncia algo como “— Buscai
seu Reino em primeiro lugar (…) e todas as
demais coisas vos serão acrescentadas”. Por
comparação, vejo que o Bem, atributo humano por
excelência, gera
exatamente esse efeito.
Um dia em que fomos coerentes com
aquilo que a nossa dignidade e respeito próprio
esperavam de nós, um dia em que fomos
humanos de fato, é capaz de gerar um
nível de “bem-estar” que poucas outras coisas
(se é que existem essas coisas!) seriam
proporcionar, como consequência, boa saúde,
afetividade, segurança, tranquilidade etc.
Sugiro buscar o Bem como meta de
vida, buscar agregar valor humano a tudo o que
fazemos e não perder oportunidades (e até ser
capaz de criar oportunidades) para praticá-lo:
experimente! A conclusão é a seguinte: o
bem-estar vem do bem-fazer, que nada mais é do
que buscar servir ao Bem!
Adaptado de artigo
da Profa. Lúcia Helena Galvão, publicado em Veja
São Paulo, em 12 de fevereiro de 2020.
Poema:Saber
viver.Cora
Carolina. “Não sei… Se a vida é curta / Ou longa
demais pra nós / Mas sei que nada do que vivemos
Tem sentido, se não tocamos o coração das
pessoas...” Vale a pena conferir na íntegra.
Livro:Aprendendo
a viver.O
livro compila cartas enviadas por Sêneca ao
amigo Lucílio, abordando questões que, ainda
hoje, se configuram como fundamentais para
compreender a existência humana: o sofrimento, a
impermanência do tempo, o envelhecer, a solidão,
a vida moral, a ética no relacionamento com o
próximo e com a natureza, dentre outros.
Filme:As
aventuras de Pi. O
filme conta a história de um jovem indiano (Pi)
que diante de um desastre precisa enfrentar
circunstâncias adversas que lhe são impostas. De
forma simbólica, o filme mostra a relação do
homem com as forças naturais e humanas, ou seja,
consigo mesmo. O filme nos proporciona enorme
reflexão sobre as “aventuras” que enfrentamos
diariamente. Disponível Google Play.
Evento: Café
literário sobre
o livro “O imperador amarelo”. Este livro reúne
fábulas, lendas, aventuras, magia e sonhos,
propiciando ricas descobertas a partir das
palavras dos grandes mestres da Antiga China.
Será no dia 17 de dezembro, na Nova Acrópole do
Lago Norte, em Brasília. Confirme sua presença clicando
aqui!