"...Vida nada me deves, vida estamos em paz". – Amado Nervo

 

No calendário ocidental nós temos duas datas que eu acho muito propícias de serem tão próximas, uma é o Natal, que é uma época para Renascer, e o outro é o Ano Novo, que é uma época para Renovar. Que são dois elementos fundamentais em todo início de ciclo. 

Até mesmo as manhãs repetem essa magia dos inícios. Toda manhã é como se nós voltássemos a ter uma nova oportunidade, é como ter um papel em branco diante de nós, para reescrever a nossa vida em novas bases, tomando a maturidade do que se aprendeu no passado, mas, purificando as ferramentas, tendo um olhar novo, diante de um novo dia.

Portanto, o início de um novo ano é um momento ideal para fazermos excelentes reflexões.

É como se a natureza criasse um palco ideal para que nós fossemos lá e vivêssemos essa experiência, da qual todos necessitamos. Todos necessitamos parar, fazer uma avaliação do que foi feito até agora, comparar tudo que caminhamos com o nosso sentido de vida, e ver se estamos indo na direção correta.

Essa bonança humana, ou seja, esse renovar humano depende de nós. A Primavera humana é uma conquista da consciência humana.

Não basta sentar e esperar chegar a estação de Renascer; nós decretamos quando vai ser a nossa Primavera. A natureza externa já conquistou a sua, agora é necessário que a natureza humana conquiste a sua Primavera. Cada um, individualmente.

Como diz o poeta Amado Nervo, "vida nada me deves, vida estamos em paz". 

E eu continuo: “E a partir daqui, com tudo que você me ensinou, vamos ver o que vem. Eu confio em você, confio que o que você me deu era o que eu precisava viver... Entendi, recebi o recado, pelo menos da melhor maneira que eu pude, vou continuar analisando tudo isso e aprendendo mais e mais, mas fechamos nossas contas. Agora vamos em frente.”

Fazer as pazes com a vida. Lembrar que seu propósito e sentido tem que estar no campo do ser. O campo do ter, do ir ou voltar, tudo isso é consequência, não é causa. As causas estão sempre no campo do ser. O que eu quero ser?  Que rastro eu quero ter deixado no mundo? 

Qual a minha programação para ser generosa com as pessoas no ano de 2023? 

Planeje a generosidade porque senão ela não acontece.  Existe um elemento muito concreto dentro do planejamento: Quando você aloca tempo e energia para alguma coisa, ela acontece; quando não, não.

 

Adaptado da palestra “O futuro começa agora”, proferida pela Profa. Lúcia Helena Galvão. 

Poema: Em paz. Amado Nervo. Poeta e diplomata, considerado um dos maiores poetas mexicanos, caracteriza-se por um profundo sentimento e formas simples, pela busca do autoconhecimento, a autocompreensão e a paz interior em um mundo incerto e confuso.

Artigo: Reflexões para o futuro. Délia Steinberg Guzmán. “O início de cada ano leva-nos, indubitavelmente, a lançar um olhar sobre as nossas vidas e sobre tudo aquilo que nos rodeia. Esse olhar é, por um lado, uma retrospectiva e, por outro, uma projeção para o futuro que se avizinha...”. Vale a pena conferir na íntegra.

Podcast: Como construir o futuro? Para diferentes civilizações, a construção do futuro tinha como início o momento presente de realização do Ser Humano como a sua melhor parte, à medida que encontra as suas razões e os seus motores filosóficos de vida. Participantes: Emerson Queiroz e Pedro Guimarães.

Palestra: Os 4 Grandes Votos Budistas para inspirar o Ano Novo. Reflexões filosóficas sobre como os 4 Grandes Votos Budistas podem nos inspirar a melhor fazer e cumprir nossos votos para o novo ano que se inicia. Com a Professora Lúcia Helena Galvão.

Livro: Diário Estoico. 366 Lições Sobre Sabedoria, Perseverança e a Arte de Viver. O livro traz uma meditação para cada dia do ano, acompanhada por comentários perspicazes que contextualizam e elucidam os ensinamentos. Um ótimo jeito de começar bem seu dia!