Theresa Catharina de Góes Campos

 

 

 
Pensar em Deus - Nova Acrópole Lago Norte
 
De: Nova Acrópole Lago Norte
Date: seg., 9 de jan. de 2023 
Subject: #33 - Pensar em Deus

 

 

“Não é fora de nós que devemos procurar a divindade, pois que ela está do nosso lado, ou melhor, em nosso foro interior, mais intimamente em nós do que estamos em nós mesmos.” - Giordano Bruno.

  

Em um deste dias, no meio de uma batalha épica contra formas mentais circulares, eu procurava uma ideia poderosa o suficiente para me socorrer.

Após várias tentativas frustradas (o adversário não estava para brincadeiras), me veio a ideia redentora: por que não pensar... em Deus?

Porém, as ideias muito boas costumam ser de difícil implementação: o que significa exatamente “pensar em Deus”?

As imagens correram pela minha memória, sem muito sucesso: símbolos religiosos, livros sagrados, orações e até imagens de nascer e pôr do sol...

Sim, talvez estas coisas o representem ou evoquem, em alguma medida e em algum momento, mas não são propriamente Ele;

Rastreando minha memória, dei com uma muito famosa frase da filósofa Helena Blavatsky, que dizia mais ou menos o seguinte: “Um único homem prova a existência de Deus, assim como uma única gota d’água prova a existência do Oceano”.

Numa velocidade impossível de precisar, minha memória começou a puxar uma torrente de recordações, percorrendo minha vida de cima para baixo, como uma criança que, no Natal, procura os presentes escondidos pela casa.

De repente, borbotões de visões de Deus amontoadas diante de mim, ou seja, momentos de pureza humana: desde o artesão simples que não aceitava quase nada por seu trabalho e que dizia que seu pagamento era minha alegria, até a criança que me presenteou, um dia, com uma caixinha de fósforo onde havia prendido um raio de sol (o mais bonito!).

Desde o amigo que me surgiu com um telefonema “do nada” no momento de maior dificuldade, até a amiga que sempre aparecia a tempo de recolher a primeira lágrima que corria, sem necessitar de chamados ou apelos.

Desde o jovem quase desconhecido que acompanhou e velou por cada minuto de um momento doloroso, tornando a dor também sua, até a pré-adolescente que catou as moedinhas de sua pequena mesada para ajudar no enxoval de uma mulher grávida solitária e sem recursos, e embalou para presente parte do seu coração junto com aquelas coisinhas compradas...

Tantas e tantas coisas assim! Um exército poderoso e arrasador de memórias de Deus, diante do qual as sombras retrocederam imediatamente... uma espécie de pequena teofania, na medida das minhas possibilidades; simples, mas regada por algumas das mais belas lágrimas que já derramei na minha vida. Tão difícil reduzir a palavras este acontecimento!

Ajudar o homem a ser puro, a ser realmente e apenas humano, começando por nós mesmos, com certeza é abrir portas para que Deus seja cada vez mais visível no mundo; que simples e belo!

Terminei uma batalha bem travada com uma certeza, aguda e profunda, como que cravada na minha alma: se algumas das coisas que fiz na vida, uma ou duas que sejam, servirem de inspiração para que alguém, algum dia, também viva seu momento de pequena “teofania”, terá valido a pena... para que mais?

Porém, em meio a tanta banalidade e batalhas perdidas, diante de tantos recursos mal utilizados e desperdício de vida, talvez a pergunta a fazer a nós mesmos não seja essa. Diante de um objetivo tão absolutamente justo e humano, digno e inspirador... por que menos?

 Adaptado do artigo “Um momento”, de Lúcia Helena Galvão. 

 

Palestra: A mente: conhecê-la e dominá-la. Nesta palestra a Profa. Lúcia Helena Galvão nos brinda com dicas filosóficas para podermos lidar melhor com nossa mente, orientando nossos pensamentos e, consequentemente, nossas ações.

Apreciação poética: Prece. Fernando Pessoa. Belíssimo poema (ou oração) de Fernando Pessoa, declamado na voz de Maria Bethânia.

Filme: Hércules. 1997. A atemporal história do herói que deve cumprir seus trabalhos na terra para retornar ao Olimpo, a morada dos Deuses. Esta é uma recontagem fantástica, cuja linha histórica foi adaptada com muita maestria para o público infanto-juvenil, mostrando um inspirador conteúdo para toda a família. Disponível no Disney+.

Poesia: Ignoto Deo. Almeida Garret. “... Beleza és Tu, luz és Tu / Verdade és Tu só / Não creio Senão em Ti...”. Almeida Garrett nasceu em Porto, em 1799. Foi um escritor e dramaturgo romântico, orador, par do reino, ministro e secretário de estado honorário português.

Apreciação artística: Cantique de Jean Racine. Fauré. É uma versão francesa de um hino litúrgico chamado “Consors paterni luminis”. Traz um “eco” de vozes logo no primeiro minuto e mantém um tom verdadeiramente sublime e é praticamente uma oração ao longo de toda a peça, como nos mostra parte da letra: “Receba os hinos oferecidos à sua glória imortal, que eles possam sair cheios de seus dons.”

 

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