Theresa Catharina de Góes Campos

     
 HORROR INTERMINÁVEL!

Na semana passada, por ocasião da prisão de um médico boliviano acusado de abuso de menor, uma das autoridades se referiu à violência dos vídeos de pedofilia em poder do criminoso. Envolvendo crianças menores de um ano de idade. O horror inaudito da situação é maior do que qualquer outro fato da humanidade. Estamos diante de crianças cruelmente submetidas a um sofrimento insano, do qual os pedófilos extraem seus prazeres vis.

Não sei se, enquanto sociedade, nos damos conta do que nossas crianças estão passando. Em qualquer parte do mundo. Em mãos de miseráveis que não mereciam viver. Onde estão essas crianças dos vídeos? Como fazer para que sejam resgatadas desse horror, da dor incessantemente sofrida? Elas são identificadas e retiradas daquela situação atroz? Existe uma ação efetiva para salvá-las?Não há nenhuma razão de ordem humanitária que possa impedir a pena de morte para pedófilos. Enquanto se repetem as campanhas contra a morte de mulheres adultas que insistem, muitas vezes, em retornarem a relacionamentos dos quais já deram queixa à Polícia, se fala muito pouco da pedofilia. Do que as crianças em todo o mundo estão sofrendo. E não é porque o feminicídio não requeira atenção. É porque na pedofilia estamos falando de seres de menos de um ano de idade até 12 a 14 anos, frágeis, impotentes, completamente sozinhas, sem nenhuma proteção e submetidas a práticas abomináveis nas mãos criminosas dos pedófilos.

O que paralisa a sociedade diante desse horror interminável? Onde está a fiscalização incessante dos suspeitos, da comunicação em rede, do tráfico, da prisão? Quantos foram presos em um ano? Quantos permanecem nas prisões? Não vemos maior mobilização, inclusive através de campanhas que insistam na necessidade de notificação à Polícia, quando ocorre a prática no meio familiar, envolvendo parentes, agregados ou domésticas. Fala-se pouco no assunto. Como se interesses poderosos estivessem impedindo as investigações e a mobilização da sociedade. Há um comércio extenso no qual os depravados unem suas taras e negócios.

É urgente que tornemos a pedofilia a maior luta da sociedade. Enquanto falamos da morte de adultos, a nossa atenção é desviada do sofrimento e da morte das crianças por violência sexual. Não há perdão para nossa passividade. Não há perdão se não unirmos nossos esforços com o objetivo de salvar as crianças e submetermos os pedófilos à pena de morte. Em um trabalho amplo, intenso e coletivo de investigação e atenção da mídia, da Polícia e da sociedade em geral. Nessa luta não deve existir a impunidade. Estamos tratando de intenso e inaudito sofrimento físico e psicológico de seres que mal entraram na vida. E que dependem, em última instância, dos cuidados que a sociedade deveria lhes prover. Quando esses cuidados falham, o horror se torna interminável para aqueles que foram alcançados pelas mãos criminosas dos pedófilos.

LUÍZA CAVALCANTE CARDOSO <luizaccardoso@gmail.com>

24 de jan. de 2023

 

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