Theresa Catharina de Góes Campos

 

 

 
Independência ou Morte 
 
De: Nova Acrópole Lago Norte
Subject: #42 - Independência ou Morte

 

 

“Vocês estão livres de verdade não quando seus dias não tiverem preocupação e suas noites não tiverem desejo e tristeza, mas sim quando essas coisas cercarem sua vida e, apesar disso, vocês se erguerem acima delas, nus e libertos.” – Khalil Gibran

 

 

Se existe um tema caro ao nosso tempo é o da independência e da liberdade, cantados em AM e FM como um dos maiores, senão o maior, objetivo da vida.

À parte a consideração de que ter um valor como sentido de vida já é algo de raro e louvável, não posso deixar de me perguntar, porém, do que é, de fato, que as pessoas querem tanto se libertar.

O filósofo Platão costumava falar que quem fala muito de comida, deve estar faminto… e quem fala tanto de liberdade?

Trocando em miúdos, o que te impede, de fato, agora, de ser aquilo que gostaria de ser, ou seja, de realizar seus sonhos?

Para não dizer que faço perguntas constrangedoras e que não obedeço ao clássico preceito do ensinamento mediante o exemplo, vou tomar a iniciativa e vou te dizer quais foram os principais obstáculos nos quais tropecei na vida, ou seja, que me impediram de caminhar e me realizar na velocidade e medida com que sonhava: a desorganização, a preguiça, a impulsividade (que cruel, esta!), a falta de paciência comigo e com os demais, a falta de aceitação do ponto de partida que a vida me oferecia, o excesso (pra não dizer que só falei de faltas!) de tagarelice mental, de instabilidade emocional etc. etc.

Ufa, um verdadeiro exército, uma turma boa de briga… e de algemas. Nem resumindo todos os desafetos da minha vida inteira, conscientes ou não, conseguiria somar o prejuízo que apenas um desses me causou.

Jean-Paul Sartre costumava dizer: “O inferno são os outros…”. Será mesmo?

Esperar que no universo, que, por definição, é dual, só haja pessoas gentis e bem-intencionadas, e dias suavemente temperados, é fantasia e fuga.

Já superar a nossa fraqueza está dentro do nosso controle. “Escravo é o que luta contra o que não depende dele e, no que depende dele, nada faz”. Frase do filósofo Epicteto, que (curiosamente!), era um escravo romano. Pelo visto, não levava esse título muito a sério.

Protestar pela liberdade: que boa ideia! Vou fazê-lo hoje mesmo, da forma que me parece mais urgente e premente: tomarei o mais vermelho dos meus batons e escreverei em letras garrafais, no meu espelho: “Reaja! Reaja! Reaja!”. Se necessário, tenha batons vermelhos em estoque para emprestar, se quiser dar vazão à sua justa indignação libertária.

“Procura a satisfação de veres morrer os teus vícios antes de ti…” Sêneca.

 

Adaptado do texto “Independência ou Morte” da 

Profa. Lúcia Helena Galvão

 

 

 

Livro: A liberdade da vontade. Arthur Schopenhauer.  Este ensaio premiado foi a primeira obra do autor a ser aclamada pelo público e a abrir espaço para este que viria a se tornar um dos grandes pensadores da filosofia ocidental. O leitor encontrará neste livro reflexões sobre a questão do livre-arbítrio.

Filme: A nova onda do Imperador. 2000. A animação gira em torno do arrogante Imperador Kuzco, um jovem mimado que é transformado em uma lhama por uma poderosa bruxa. Perdido na floresta, a única chance de Kuzco voltar a ser humano e recuperar seu trono é com a ajuda de Pacha, um humilde camponês. Disponível no Disney+.

Podcast: Feito pedra no lago. Reúne histórias e reflexões, que são tipo aquelas ondinhas que vão reverberando na superfície do lago quando a gente joga uma pedra na água. Será que a vida e as histórias de vida das pessoas não funcionam exatamente assim também?! Por Aline Freitas.

Evento gratuito: O que fazemos com a mente e o coração? A mente diz que sim e o coração diz que não, ou vice-versa, e assim seguimos em diversas situações da vida. Será que estamos escutando verdadeiramente nosso coração e nossa mente? Mostra gratuita presencial do Curso de Filosofia, dia 13/03, às 20h.

Apreciação Artística: Concerto Barocco. Pacífico Northewest Ballet. Coreógrafo: George Balanchine, que expressa sua arte por meio das seguintes ideias elevadas: "Dançarinos são os poetas do gesto" e "Dança é música feita visível".

 

 

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