De: Nova
Acrópole Lago Norte
Date: seg., 3 de abr. de 2023
Subject: #45 - Eu gosto de viajar...
“Descobri
como é bom chegar quando se tem paciência. E
para se chegar, onde quer que seja, aprendi
que não é preciso dominar a força, mas a
razão. É preciso, antes de mais nada,
querer.”– Amyr
Klink
Eu gosto de viajar. Sempre
que posso viajar eu entro de cabeça, me
envolvo profundamente. Quando
viajo, fico atento aos horários, aos
documentos, à bagagem, à segurança, ao
roteiro, ao dinheiro para o ônibus.
Há uma série de elementos em
jogo e a mente se ocupa em imaginá-los e em
adiantar soluções. Durante esse processo, aparece
onosso lado atento,
organizado, ágil, sagaz, alegre, enfim, mais
capaz.
Quando subo no ônibus ou no
avião, tudo se resume à viagem. É
como se os demais assuntos externos a ela se
calassem para falar apenas a
aventura que está começando.
As viagens são marcantes, as memórias
ficam gravadas, como se houvesse um
pedaço daqueles lugares dentro de você a
partir daquele momento.
Por que as vivências são tão
intensas quando viajamos? Queremos aproveitar
cada segundo, queremos que tudo dê
certo, vemos novidade em tudo, estamos de
olho para que tudo dê certo. Trocando em
miúdos, é porque estamos presentes
em todos os momentos, porque
queremos perceber tudo ali.
Nós nos acostumamos a viver o
cotidiano de maneira rasa, percebemos mais
cedo ou mais tarde que é possível se
comprometer apenas parcialmente com a vida.
Só não percebemos que, por
esta displicência, deixamos de viver
profundamente. É como se usássemos apenas
uma parte do tesouro que temos nos bolsos,
deixando muitas moedas de ouro caírem no
chão.
A Afrodite de Ouro, a feliz
eterna juventude, está em guardar as coisas
em nossas mentes e corações e não em nossas
mãos.
O que faz uma viagem tão
incrível não é a viagem em si, mas a maneira
como nos envolvemos com as experiências, é
estar de mente e coração plenos em todas as
coisas que nos tocam viver.
Livro:Cem
dias entre céu e mar.Amyr
Klink, 1985. Navegando ao lado dos peixes,
gaivotas, tubarões e baleias, este livro
relata uma travessia absolutamente
extraordinária: mais de 6.500 km da África
até a Praia da Espera, na Bahia, a bordo de
um minúsculo barco a remo. Verdadeira
Odisséia moderna e exemplo de Vontade e
Determinação.
Podcast #1:No
início, um objetivo. Ao final, uma reflexão. “Se
no início de um dia, damos a ele uma
finalidade clara, ao final dele podemos
refletir e ver se alcançamos nossos
objetivos. A isso damos o nome de
sacralização da Vida...”. Trecho do Ep. #06
do podcast "Feito Pedra No Lago" - por Aline
Freitas. Disponível no Spotify.
Podcast #2: A
viagem psicológica de Eneias.Os
mitos revelam ao Ser Humano significados que
vão além do desfecho surrealista em que
deuses, heróis e mortais interagem entre si.
O mito de Eneias não é diferente. Se lermos
nas entrelinhas, poderemos descobrir muitos
ensinamentos. Com Pedro Guimarães.
Filme:A
viagem de Chihiro.2001.
Animação que é considerada por muitos como
uma releitura do clássico literário Alice no
País das Maravilhas. Na história, Chihiro
chega a um mundo mágico dominado por uma
bruxa e precisa superar muitas adversidades.
Disponível no Netflix.
Apreciação poética:Ítaca. Konstantinos
Kaváfis (1863-1933). Declamação deste belo
poema por Liza Brasil. “Quando partires em
viagem para Ítaca / faz votos para que seja
longo o caminho, pleno de aventuras, pleno
de conhecimentos...”. Vale a pena conferir.
Apreciação Artística: Planejando
o Grand Tour.Emil
Brack (1860-1905). Emil foi um pintor alemão
do século 19 e recebeu extensa educação
sobre arte e pintura, além de viajar muito
pela Europa a fim de praticar pintura e
estudar. Sua experiência de vida transparece
no seu alto nível de técnica. Era muito
conhecido por suas belas pinturas de cenas
cotidianas, em maioria com estética barroca,
do início do século 19. Essa pintura retrata
um casal que está planejando sua rota do
grand tour, uma viagem pela Europa que era
popular entre os jovens da época, passando
especialmente pela Itália que está
representada no mapa.