A casa caiu: foi o próprio governo Lula que
armou a baderna do 8 de janeiro Por
J.R. Guzzo
20/04/2023
Marco Gonçalves Dias, chefe do GSI, foi
promovido a general durante o governo Lula e
cuidou da segurança do presidente desde 2003
A verdade começou, finalmente, a aparecer.
Depois de três meses de esforços desesperados,
por parte do presidente Lula, do seu sistema de
apoio e do Supremo Tribunal Federal, para
esconder essa verdade da população, a casa caiu
e os fatos vieram à luz do dia. Não demorou,
quando se pensa com alguma frieza sobre o
assunto; eles queriam ocultar essa verdade para
sempre, e não conseguiram aguentar muito mais
que 90 dias. Também foram incompetentes, pois
seu grande plano não deu certo. Não há dúvida
nenhuma, enfim, sobre o que houve.
As imagens gravadas, e publicadas no maior
furo jornalístico da CNN desde que iniciou as
suas atividades no Brasil, mostram o general
Gonçalves Dias, homem da confiança pessoal de
Lula, em atitude de colaboração com os invasores
que vandalizaram o Palácio do Planalto no dia 8
de janeiro. A “tentativa de golpe” e os “atos
terroristas” contra os edifícios dos Três
Poderes em Brasília foram feitos com a
participação, ou com o incentivo, ou com a
cumplicidade de agentes do próprio governo. É
por isso que Lula e o PT passaram os últimos
meses lutando com tanta ferocidade para impedir
a CPMI que a oposição quer abrir – e agora vai
abrir – sobre o que realmente aconteceu naquele
dia.
Não estamos diante de mais um “equívoco”, uma
“avaliação errada”, ou um “acidente”. O que está
se vendo, com provas, é um ataque direto à
democracia.
Desde o começo essa história toda pareceu
esquisitíssima. Tentativa de “golpe militar”?
Não poderia ser: as Forças Armadas estavam a
favor de Lula e contra os manifestantes – a
prova é que mentiram para eles e se juntaram à
polícia para enfiar na cadeia quem estava na
frente dos quartéis em Brasília. É o exato
contrário: as imagens gravadas mostram um
general do Exército, e chefe supremo dos
serviços de segurança do governo, circulando
passivamente no meio dos invasores, enquanto
seus subordinados ofereciam a eles cortesias e
garrafas de água. Os crimes cometidos no dia 8
de janeiro não interessavam à oposição, nem “ao
Bolsonaro”. Serviam apenas para Lula se fazer de
vítima e jogar a mídia numa frenética tempestade
de denúncias contra a “direita” – e a favor da
repressão cada vez mais ilegal que o STF,
transformado em delegacia de polícia, faz contra
os acusados em seus inquéritos.
Com a revelação da verdade, até agora
escondida como um segredo de Estado, as coisas
se explicam: foi o próprio governo, com a
participação direta de militares que estão ao
seu serviço e juram todos os dias que defendem a
“legalidade”, quem armou a baderna do 8 de
janeiro. Está provado no mínimo que foi omisso,
não fez nada para evitar as invasões (embora
soubesse com antecedência que elas iriam
acontecer) e tinha um efetivo ridículo para
cumprir o seu dever de defender os edifícios
atacados. Dá na mesma, em termos práticos.
Os crimes cometidos no dia 8 de janeiro não
interessavam à oposição, nem “ao Bolsonaro”.
Serviam apenas para Lula se fazer de vítima.
Tudo fica ainda mais claro quando se verifica
que o general foi demitido do cargo no dia em
que a CNN publicou os vídeos. Se não fez nada de
errado, por que raios foi demitido? E se era
culpado, o que estava fazendo dentro do Palácio
do Planalto durante esse tempo todo? Não há
saída para isso; é xeque-mate. O governo, o PT e
os seus militantes na mídia, como fazem em 100%
de histórias como essa, desde o primeiro
flagrante em que Lula foi pego, estão tentando
dar a desculpa sempre absurda de que ele “não
sabia” de nada. Se não sabia, por que passou
quase todo o seu governo lutando de modo tão
furioso para impedir a CPMI? Vendeu cargos, fez
ameaças, usou o presidente do Senado como um
serviçal para violar prazos e deveres legais, na
tentativa de enterrar a comissão. Agora, depois
dos vídeos, quer fugir. Não convence uma criança
de dez anos de idade.
Tão mal quanto Lula, seu governo e os
militares fica o STF. O ministro Alexandre
Moraes, no momento mais destrutivo que a Justiça
brasileira já viveu em sua história, prendeu
1.400 pessoas pelas invasões em Brasília, mantém
até hoje 200 delas encarceradas e começou um
espantoso julgamento dos acusados por “lotes” de
100 ou 200 pessoas de cada vez – coisa que
simplesmente não existe em nenhuma lei conhecida
no mundo. Os advogados, para efeitos práticos,
estão impedidos de defender os seus clientes.
Pessoas que nem estavam no local dos crimes
foram presas, são obrigadas a usar tornozeleiras
e já cumpriram – antes mesmo de serem julgadas –
mais da metade da pena máxima prevista para o
delito de que são acusadas.
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a viagem de Lula à ChinaMuitos fizeram
exatamente o que o general Gonçalves Dias foi
flagrado fazendo – deram um passeio pelo Palácio
do Planalto, com bandeira do Brasil nas costas,
no dia 8 de janeiro. Na injustiça mais
escandalosa de todas, o ex-secretário de
Segurança de Brasília, que estava nos Estados
Unidos no dia dos crimes, está preso há três
meses – e o general de Lula, que estava dentro
do palácio, está solto, ou esteve solto durante
esse tempo todo.
Como sustentar, por três minutos, que alguma
coisa dessas seja legal? Como sustentar, sequer,
que sejam lógicas? O ministro Alexandre, como
Lula, também vai dizer que “não sabia” dos
vídeos, nem das omissões, nem de nada? Não
estamos, como diz a maioria da mídia, diante de
mais um “equívoco”, uma “avaliação errada”, ou
um “acidente”. O que está se vendo, com provas,
é um ataque direto à democracia.
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