De: Nova
Acrópole Lago Norte
Date: seg., 8 de mai. de 2023
Subject: #50 - Saia da Caverna!
“É preciso sair da ilha para
ver a ilha. Não nos vemos se não saímos de
nós” –
José Saramago
O Mito da Caverna, trecho do
livro "A República", é o mito mais famoso de
Platão, e inspirou diversos filmes como
Matrix e O Show de Truman.
É uma obra que nos inspira a
refletir sobre o nosso papel, como
promotores das transformações necessárias
para que a Vida e todo esse conjunto de
aspectos possam ter propósitos válidos, ou
melhor dizendo, que possam cumprir com seus
Verdadeiros Sentidos.
Entendendo o Mito:
Na alegoria, homens estão acorrentados
dentro de uma caverna e as únicas
imagens vistas por estes são sombras
projetadas na parede ao fundo da
caverna. Dado que as pessoas nascem, crescem
e morrem nessa situação, acreditam que se
trata da única realidade existente.
Posto isso, Platão passa a
explorar o que aconteceria se uma das
pessoas, de índole mais inquieta, pudesse se
libertar das correntes, sair da
caverna e conhecer a forma de todas
as coisas, a profusão e a beleza das cores e
a magnitude da natureza.
Ele se dá conta de que vivera
numa caverna escura, sem cor, e, ao
lembrar-se dos amigos ainda presos lá
dentro, volta para libertá-los.
Ao entrar na caverna enfrenta
a transição: precisa acostumar novamente
seus olhos à escuridão, mas só o consegue em
parte; nunca mais terá a mesma eficiência de
antes no escuro.
Conta aos amigos o que
descobriu e convida-os a sair, garantindo
conhecer o caminho. Qual a reação
deles? - pergunta Platão.
Criticam-no porque perdeu visão e
habilidades, porque quer acabar com a
felicidade que desfrutam e, ainda por cima,
por lhes fazer proposta de passar por
sofrimentos. Não demora a ser tachado
de louco ou a ser morto para que
deixe de importunar.
Esse, em resumo, é o relato
que Platão faz do mito da caverna.
Qual a semelhança
deste mito de Platão e nossa realidade
atual? O que
podemos aprender do mito que nos auxilie a
entender nosso mundo? Será que estes homens
poderiam imaginar como é o mundo fora da
caverna, o mundo iluminado pela luz do sol?
O 'Mito da Caverna' sintetiza
grande parte dos ensinamentos de Platão
sobre a sociedade e como podemos nos
libertar de nossas amarras e ilusões,
elevando-nos em direção à Verdade e ao Bem.
Olhamos para o mundo, vemos
sua materialidade e acreditamos que
ele se reduza à materialidade observada. Por
que isso nos parece coerente?
Porque a bagagem que usamos
para julgar e entender o mundo nos diz que
essa compreensão é adequada. O nosso modo de
pensar está confinado e condicionado por
paradigma e por seus dispositivos, de sorte
que a única
maneira de fazer uma verdadeira revolução no
modo de pensar é mudar de referencial.
No Mito da Caverna, Platão
nos fala da saga humana em busca da
sabedoria, saindo das sombras ilusórias para
ver o mundo real iluminado pela luz do sol.
Que possamos todos sair da
caverna!
Livro:A
República.Platão.
É uma das obras mais importantes da
filosofia ocidental. Platão explora questões
como justiça, ética, política e educação,
apresentando um modelo ideal de sociedade.
"A República" tem sido influente na
filosofia, na política e na cultura geral,
com muitos de seus conceitos e ideias ainda
sendo discutidos e estudados hoje.
Filme:Matrix. 1999.
O filme é considerado uma adaptação moderna
e inovadora do Mito da Caverna de Platão.
Assim como os prisioneiros na caverna que só
veem sombras projetadas na parede, as
personagens de "Matrix" vivem em uma
realidade simulada, desconhecendo a
verdadeira realidade. O filme questiona a
percepção que temos do mundo e a influência
que as ideias têm sobre nós. Disponível na
HBOMax.
Podcast:O
Mito da Caverna e sua relação com o mundo
atual. O
Mito da Caverna foi contado pelo filósofo
Platão há muito mais de 2000 anos. É
possível relacioná-lo com o nosso momento
histórico? Descubra neste podcast.
Evento gratuito:O
Mito da Caverna. O
Professor Marcos Santos irá explorar o
simbolismo do Mito da Caverna de Platão,
demonstrando as relações com o nosso mundo
atual e nos apresentando ferramentas para
sairmos de nossa própria caverna. Será um
evento presencial em Brasília, na Nova
Acrópole do Lago Norte, dia 16/05, às 20h.
Apreciação Artística #1: A
Escola de Atenas.Rafael
Sanzio, 1509. A pintura foi encomendada para
decorar o Vaticano e representa um grupo de
filósofos gregos e romanos reunidos em uma
escola, evocando o espírito da sabedoria e
da filosofia. A composição é repleta de
simbolismos, desde as figuras centrais de
Platão e Aristóteles, que representam as
duas principais correntes filosóficas da
época, até as personificações das artes e
das ciências que rodeiam os filósofos. A
beleza da obra está presente tanto na
precisão da perspectiva e na habilidade
técnica de Rafael em criar formas
harmoniosas e equilibradas, quanto na
representação idealizada do conhecimento e
da sabedoria humana. A Escola de Atenas é
uma homenagem à filosofia clássica e à
importância do conhecimento para o
desenvolvimento humano.
Apreciação Artística #2:Sinfonia
No. 41 "Jupiter". Mozart.
Essa é uma de suas obras mais importantes e
grandiosas. Composta em 1788, durante um
período de intensa criatividade do
compositor, a sinfonia é considerada um dos
ápices do período clássico na música. A
beleza e a sabedoria técnica e artística
presentes na obra transmitem uma sensação de
grandiosidade e perfeição, capazes de evocar
emoções profundas em quem a aprecia. Desde a
sua estreia, a Sinfonia Júpiter tem sido um
marco na história da música, servindo como
inspiração para muitos compositores e
músicos ao longo dos anos. Foi criada com o
intuito de mostrar a maestria de Mozart em
relação à composição sinfônica e serve de
exemplo até hoje sobre os altos níveis que o
ser humano pode alcançar, nesse caso, na
expressão da beleza.