De: Nova
Acrópole Lago Norte
Date: seg., 15 de mai. de 2023
Subject: #51 - Consciência - Elevador
“Veja o mundo num grão de areia,
veja o céu em um campo florido, guarde o
infinito na palma da mão, e a eternidade em uma
hora de vida!” –
William Blake
Prestando atenção a nós mesmos,
podemos perceber a consciência como um
elevador, que sobe e desce e percorre
pelo menos 3 andares. Quanto mais presentes no
aqui e agora, mais o elevador - consciência sobe
esses andares, que podem ser resumidos da
seguinte forma:
Andar térreo ou psique inferior: este
seria nosso estado psíquico mais comum, em que
passamos a maior parte da vida se não fizermos
nada para elevá-lo.
Esse estado é muito
barulhento, e nele somos condicionados
pelo passado, pelas experiências anteriores,
categorizadas como boas ou ruins. Reagimos ao
que acontece conforme essas experiências
prévias, e as experiências atuais servem apenas
para reforçar e fixar mais ainda as passadas.
Por exemplo: ante um procedimento
de saúde potencialmente incômodo e dolorido como
uma injeção, a reação é de tensão, o corpo se
retrai, e o sofrimento vem antes mesmo
do fato acontecer. E depois ficamos
chateados por ter passado por aquilo.
O mesmo acontece com experiências
tidas como positivas, como uma viagem, por
exemplo, em que criamos toda uma expectativa,
antecipando ansiosamente o prazer que queremos
voltar a sentir, e depois lamentando o fato de
ter acabado, nos retirando inexoravelmente do
momento presente.
1o Andar ou psique
superior: alcançamos
esse andar quando imprimimos um grau de
vontade. Há aqui uma relação mais
consciente entre os eventos e nós
mesmos, e uma maior capacidade de reflexão, com
sínteses positivas da experiência.
Mesmo sentindo incômodos, a
experiência tem um sentido, tem um valor em si,
e não há necessidade de sofrimento antes ou
depois do fato.
Não reforça experiências
passadas, e, pelo contrário, as ressignificam.
Ainda tem relação com as nossas memórias, mas é possível
transformar ou gerar novas memórias,
mais positivas. Atenuando o peso dos
condicionamentos, transformando-os.
Essas experiências ajudam a
trazer respostas para as pessoas. É um exercício
de Inteligência e compreensão. Por
exemplo: perceber aquele mesmo procedimento de
saúde como algo necessário, uma ferramenta que
irá ajudar a caminhar melhor e estar a
serviço da Vida; perceber que é só um
momento que pode ser desconfortável para o
corpo, mas não se compara com a dor da alma
humana, e que essa experiência irá nos ajudar a
entender as pessoas e ser mais empáticos com
elas.
2o Andar ou um contato
com o próprio Ser: De
tanto subir ao andar anterior, podemos chegar a
este último. Trata-se de um estado de
silêncio e contemplação.
As experiências não são
caracterizadas como boas ou más, não são
comparadas ou relacionadas com nada. São
unas. E na realidade elas não têm
importância intrínseca, sendo só cenários para a
Vida fluir.
Não geram memória. Apenas
momentos de consciência, de autoconsciência. E
geram uma sensação posterior de Força, de Poder.
É um grau de contato com o Ser,
que permite encontrar respostas necessárias
desde dentro, que fluem não só com palavras, mas
com força. É o fluir da Vida.
Quanto mais presentes, mais
elevados estaremos, mais próximos de nós mesmos
e da fonte da Vida. Que
tal colocar nosso elevador para funcionar?
Júlia Camarotti
Filme:Irmão
Sol, Irmã Lua.1972.
É um filme biográfico sobre a vida de São
Francisco de Assis, que abandona sua vida de
riqueza para conquistar a união espiritual com o
mundo e dedicar-se aos menos favorecidos. O
filme retrata sua jornada de transformação e
enfatiza sua mensagem de amor, simplicidade e
compaixão, que inspirou muitos seguidores ao
longo dos anos. Disponível no Prime Video.
Livro:Luz
no Caminho. Mabel
Collins, com prefácio de Lúcia Helena Galvão.
Este livro é um farol que ilumina o percurso
daqueles que caminham para atingir a sabedoria.
Publicado pela primeira vez em 1885, foi
considerado por H. P. Blavatsky como “uma
verdadeira joia” para aqueles que buscam se
aprofundar nos ensinamentos para a elevação da
consciência.
Conto:O
Reencontro de Dara. “...
As lágrimas jorraram dos olhos de Dara ao ouvir
a voz de seu coração, pois ela percebeu que
havia se afastado dele. Ela achava que estava
vivendo conscientemente, que estava no caminho
certo, mas agora via que realmente estava
andando em círculos, sendo egoísta e dominada
pelos seus desejos...”. Vale a pena conferir na
íntegra.
Resenha literária:Hamlet,
de William Shakespeare.Esta
obra expressa o drama do homem na encruzilhada
da existência, condenado a oscilar entre o céu e
a terra, atormentado pela dúvida. Hamlet,
Príncipe da Dinamarca, expõe de forma trágica a
necessidade de escolha e ação, assim como de
assumir o papel que a nossa alma reivindica,
para cumprir uma série de experiências, de
purificações e de aprendizagens.
Apreciação
artística #1: Sainte-Chapelle,
Paris.Locais
de ritos, cerimônias e outras atividades
religiosas, muitas vezes eram elaborados se
utilizando da arquitetura e da arte para ajudar
a elevar a consciência de quem entrasse,
preparando-os para aquele momento considerado
sagrado. A Sainte-Chapelle é um exemplo disso,
produzindo esse efeito mesmo em pessoas que não
compartilham dessa religião. É uma capela gótica
construída no século XIII em Paris, por ordem do
rei Luís IX, para abrigar relíquias sagradas que
ele adquiriu, como a Coroa de Espinhos e um
fragmento da Cruz. A capela é considerada uma
obra-prima da arquitetura gótica, com destaque
para suas grandiosas e belas janelas de vitrais
que contam histórias bíblicas de ambos os
testamentos.
Apreciação
artística #2: Misere
mei, Deus - Allegri,
1630. “Miserere
mei, Deus" é uma composição coral sacra do
compositor italiano Gregorio Allegri,
originalmente criada para ser apresentada
exclusivamente na Capela Sistina durante a
Semana Santa. Ela ficou em segredo por muito
tempo até que Mozart a ouviu e a transcreveu de
sua memória. A obra tem como tema o Salmo 51,
que expressa arrependimento por pecados
cometidos e o desejo do perdão divino. “Miserere
mei, Deus” é famosa por suas belas harmonias,
notas agudas impressionantes e partes complexas,
e é frequentemente apresentada em serviços
religiosos. Quando apresentadas em catedrais,
obras como essa são potencializadas com a
acústica desses locais, aumentando ou
prolongando esse estado de contemplação em quem
está presente.