Em nota oficial, FENAJ
reafirma defesa pelo
diploma e financiamento
do Jornalismo como
essenciais para o
trabalho da imprensa e a
garantia de acesso da
população à informação
de interesse público
Neste 1º
de junho, quando se
celebra o Dia Nacional
da Imprensa, a Federação
Nacional dos Jornalistas
(FENAJ) exorta a
categoria, as entidades
e movimentos da
sociedade civil a
cerrarem fileiras na
luta pelo direito à
informação de qualidade.
Para tanto, fazem-se
necessários, além da
defesa das liberdades de
imprensa e de expressão,
o apoio à luta pelo
diploma como requisito
para o exercício da
profissão de jornalista,
de condições dignas de
trabalho, o combate à
crescente violência
contra os profissionais
da mídia e suas
organizações sindicais,
bem como a criação de um
marco regulatório para a
internet e as
plataformas digitais no
Brasil.
O Dia
Nacional da Imprensa foi
instituído pela Lei
9.831 de 1999 para
resgatar a data da
primeira publicação do
Jornal Correio
Braziliense,
de Hipólito José da
Costa Pereira Furtado de
Mendonça, em 1808, em
contraponto à imprensa
oficial do Brasil. Para
a FENAJ e seus 31
Sindicatos filiados,
este 1º de junho, mais
do que uma data
comemorativa, é um dia
de reflexão e de luta
pela necessária
valorização do
Jornalismo e dos
jornalistas.
Concluir
que a exigência do
diploma de nível
superior específico para
o exercício da profissão
de Jornalista vai de
encontro à liberdade de
expressão foi uma das
maiores agressões que a
corte maior do país
cometeu, não só contra
os jornalistas, mas à
inteligência do povo
brasileiro. Cobrar da
Câmara dos Deputados a
votação e aprovação da
PEC 206/2012, mais do
que uma demanda
corporativa de uma
categoria, é um apelo
para reparar à sociedade
seu direito à informação
com qualidade, que
passa, necessariamente,
pela qualificação do
Jornalismo. A aprovação
da PEC do Diploma,
portanto, é a garantia
de respeito à imprensa
como pilar da
democracia.
No
Brasil, o debate sobre a
remuneração do conteúdo
jornalístico utilizado
indiscriminadamente
pelas grandes
plataformas da internet
ganhou, recentemente, a
esfera pública. Este
debate é relevante e
necessário, e as
iniciativas conhecidas –
uma
sugestão de emenda ao PL
2.630/20, para obrigar a
remuneração a veículos
de comunicação e a
jornalistas; e o PL
2.370/19, que atualiza a
Lei 9.610/1998,
conhecida como Lei de
Direitos Autorais –
merecem reflexão
aprofundada.
A FENAJ
tem defendido a
aprovação do PL 2.630,
que institui a Lei
Brasileira de Liberdade,
Responsabilidade e
Transparência na
Internet, como um marco
civilizatório para a
atuação das plataformas
no país. Ao mesmo tempo
em que concorda com a
necessidade de pagamento
às empresas
jornalísticas pelo
conteúdo veiculado nas big
techs,
a Federação defende que
estes recursos sejam
aplicados na contratação
de mais jornalistas, na
melhoria dos salários e
na valorização do
Jornalismo.
Para a
FENAJ, entretanto, é
ainda mais urgente a
adoção de medidas, no
âmbito político, que
possam proteger e
revigorar os meios de
produção e de suporte ao
Jornalismo. Como
atividade essencial à
democracia, o Jornalismo
foi esvaziado nos
últimos anos pela falta
de investimentos
financeiros. A
pulverização da
publicidade e a sua
forte migração para as
grandes plataformas
digitais provocou o
fechamento de centenas
de veículos de
comunicação, o
esvaziamento de redações
e as demissões de
milhares de
profissionais, com a
consequente perda de
qualidade na produção
jornalística e a redução
da diversidade e da
pluralidade da
informação.
Portanto,
neste 1º de junho,
reforçamos nossa defesa
da taxação das grandes
plataformas digitais e
criação de um fundo
público para apoio e
fomento ao jornalismo.
Nosso apelo é dirigido
ao governo e ao
parlamento, para que se
comprometam com o
jornalismo de qualidade
nesta época de
desinformação, por meio
de medidas que garantam
a sobrevivência dos
meios de comunicação e
dos jornalistas
profissionais.
Brasília,
1º de junho de 2023.
Diretoria
da FENAJ