O Último Vagão, filme
do México, direção de Ernesto Contreras.
Filme maravilhoso, obra prima. Filme baseado
no livro homônimo de Ángeles Doñate. O filme
faz uma homenagem aos professores que lutam
pelas escolas nas zonas rurais. Uma zona
rural no meio do nada, onde estão
construindo uma ferrovia, crianças pobres
que não sabem ler chegam ao vilarejo com os
pais que vêm trabalhar na obra da ferrovia.
Uma professora improvisa uma escola para que
todos saibam ler e escrever. As crianças
pobres, algumas são desprovidas de tudo. Tem
cenas lindas de amizade, inocência da
infância, companheirismo. Tem uma cena
emocionante quando um garoto rouba, para
conseguir dinheiro para comprar ingresso
para outras crianças entrarem no circo,
mesmo errado ele só queria ver os amigos
felizes. Tem outra cena em que um dos
meninos fala que não gosta de palhaços
porque eles são tristes. É um filme
sensível, lindo e emocional. A luta da
professora para fazer todos aprenderem a ler
com poucos recursos. O estado quer acabar
com as escolas rurais porque estão fora do
sistema educacional do país. As crianças dão
um show de interpretação. A fotografia é
linda, mostra o lugar pobre, cheio de
poeira, mas também a região local com rios,
animais, campos verdes. O diretor mostra as
duas realidades, a pobreza dos
trabalhadores
locais, e os ricos que
exploravam a mão de obra na construção da
ferrovia. O México sabe fazer esse tipo de
filme com poucos recursos, mas usam a
sutileza para criar cenas emocionantes. O
filme tem um bom desenvolvimento do início
ao fim, prende atenção e tem um final
surpreendente. Nota 10, maravilhoso,
emocionante, obra prima.
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