Theresa Catharina de Góes Campos

 

 

 
Ana Terra:

 

O Último Vagão, filme do México, direção de Ernesto Contreras. Filme maravilhoso, obra prima. Filme baseado no livro homônimo de Ángeles Doñate. O filme faz uma homenagem aos professores que lutam pelas escolas nas zonas rurais. Uma zona rural no meio do nada, onde estão construindo uma ferrovia, crianças pobres que não sabem ler chegam ao vilarejo com os pais que vêm trabalhar na obra da ferrovia. Uma professora improvisa uma escola para que todos saibam ler e escrever. As crianças pobres, algumas são desprovidas de tudo. Tem cenas lindas de amizade, inocência da infância, companheirismo. Tem uma cena emocionante quando um garoto rouba, para conseguir dinheiro para comprar ingresso para outras crianças entrarem no circo, mesmo errado ele só queria ver os amigos felizes. Tem outra cena em que um dos meninos fala que não gosta de palhaços porque eles são tristes. É um filme sensível, lindo e emocional. A luta da professora para fazer todos aprenderem a ler com poucos recursos. O estado quer acabar com as escolas rurais porque estão fora do sistema educacional do país. As crianças dão um show de interpretação. A fotografia é linda, mostra o lugar pobre, cheio de poeira, mas também a região local com rios, animais, campos verdes. O diretor mostra as duas realidades, a pobreza dos trabalhadores 
locais, e os ricos que exploravam a mão de obra na construção da ferrovia. O México sabe fazer esse tipo de filme com poucos recursos, mas usam a sutileza para criar cenas emocionantes. O filme tem um bom desenvolvimento do início ao fim, prende atenção e tem um final surpreendente. Nota 10, maravilhoso, emocionante, obra prima.
 
 

Jornalismo com ética e solidariedade.