Reynaldo Domingos Ferreira recomenda a leitura
de artigo de J.R. GUZZO SOBRE O QUE ESTÁ
ACONTECENDO EM NOSSO PAÍS
De: Reynaldo Domingos Ferreira
Date: ter., 13 de jun. de 2023
Repassando: É a mais nítida evidência do
descontrole do poder Judiciário brasileiro.
Nunca se viu uma fase como esta!...
Reynaldo Domingos Ferreira
Judiciário escolheu defender o bem-estar dos
criminosos
Por
J.R. Guzzo
12/06/2023 12:22
O ministro Edson Fachin, a quem o Brasil já
deve a novidade mundial da “descondenação” do
presidente Lula, está propondo a proibição, ou a
“revisão”, da revista íntima nas visitas aos
presídios – uma precaução elementar em qualquer
sistema penitenciário do mundo. O mesmo Fachin
já havia proibido a polícia de sobrevoar as
favelas do Rio de Janeiro, ou chegar a 100
metros das escolas – o que imediatamente
transformou as escolas dos morros cariocas num
ponto de reunião seguro para os criminosos.
Pouco tempo atrás, aí por decisão do Superior
Tribunal de Justiça, as autoridades tiveram de
devolver o iate, o helicóptero e outros bens de
um chefe do tráfico de drogas; segundo o STJ, o
mandado de prisão do criminoso “não autorizava”
a polícia a fazer a apreensão. O traficante,
aliás, havia sido solto pelo STF, e desde então
está desaparecido.
O governo Lula, ao mesmo tempo, defende o
“desencarceramento”, que é como eles chamam a
soltura de presos condenados pela Justiça,
alegando que as prisões brasileiras estão muito
cheias. Não ocorreu ao Ministério da Justiça, e
a nenhum defensor desta “política pública”, que
a melhor maneira de se reduzir a população dos
presídios seria combater a prática de crimes, e
não soltar os criminosos. O mesmo governo está
encantado com a ideia de liberar as drogas
“leves”, ou as que são encontradas em “pequenas
quantidades”.
O Judiciário brasileiro, incluindo-se aí o
MP, está trocando a vida, a integridade física e
a propriedade dos cidadãos honestos pelo
bem-estar dos criminosos.
Traficantes e outros bandidos são
sistematicamente colocados em liberdade pela
Justiça porque as provas contra eles foram
obtidas de forma “irregular”. E por aí vamos,
numa maciça e sistemática escalada de decisões
da autoridade pública em favor do crime e dos
criminosos. Não há notícia sobre o que a
sociedade brasileira estaria ganhando com isso.
Como cada uma dessas decisões, e sobretudo o
seu conjunto, estariam tornando o Brasil mais
seguro para os cidadãos que respeitam a lei e
pagam, com os seus impostos, cada centavo dos
bilhões de reais gastos pelo Sistema de Justiça,
o Ministério Público e a polícia? De que maneira
se poderia imaginar que isso tudo estaria
ajudando a diminuir os níveis do crime e da
violência no país, que estão entre os piores do
mundo?
O que existe na vida real é o contrário do
que deveria ser uma “política de segurança” e de
defesa da lei. O Judiciário brasileiro,
incluindo-se aí o MP, está trocando a vida, a
integridade física e a propriedade dos cidadãos
honestos pelo bem-estar dos criminosos. É isso o
que acontece na prática, apesar do palavrório
dos devotos da “humanização” do combate ao
crime.
A Justiça não é a única responsável por esta
tragédia – os políticos eleitos para o Congresso
Nacional têm a mesma culpa. Há trinta anos, sem
falhar nunca e por pressão dos que prosperam à
custa do crime, só aprovam leis que favorecem os
criminosos – mais direitos, mais garantias, mais
conforto e, acima de tudo, mais impunidade.
Neste mesmo período de tempo, os deputados e
senadores não foram capazes de aprovar uma única
lei que pudesse ajudar na segurança do
brasileiro comum. Adoram “criminalizar” o
racismo, a homofobia etc. etc. etc. – mas se
recusam a criminalizar o crime. O resultado
concreto é a calamidade que está aí.
J.R. Guzzo
J.R.Guzzo é jornalista. Começou sua carreira
como repórter em 1961, na Última Hora de
SãoPaulo, passou cinco anos depois para o Jornal
da Tarde e foi um dos integrantes da equipe
fundadora da revista Veja, em 1968.
Foi correspondente em Paris e Nova York,
cobriu a guerra do Vietnã e esteve na visita
pioneira do presidente Richard Nixon à China, em
1972. Foi diretor de redação de Veja durante
quinze anos, a partir de 1976, período em que a
circulação da revista passou de 175.000
exemplares semanais para mais de 900.000. Nos
últimos anos trabalhou como colunista em Veja e
Exame.
**Os textos do colunista não expressam,
necessariamente, a opinião da Gazeta do Povo. |