A caminho de um Brasil sem povo: Jornalista
J.R. Guzzo – 16/6/23 – Revista Oeste
Juntos, o STF e o Poder Executivo governam o
país sem nenhum tipo de concorrente ou de
oposição capaz de impedir qualquer dos seus
movimentos
O Brasil, dia após dia, está se transformando
num país soviético.
Com o consórcio formado pelo Supremo Tribunal
Federal e as facções que dão suporte ao
presidente da República, o Brasil, cada vez
mais, só tem governo — não tem população.
Como na Rússia comunista, e em todos os
regimes que surgiram à sua semelhança, de Cuba à
China, o país está a caminho de ficar sem
instituições; elas não foram eliminadas
oficialmente, mas cada vez valem menos.
Os cargos públicos que têm influência real na
máquina do Estado vão sendo ocupados, a cada
escolha, por aliados que o consórcio impõe.
Na prática, há um regime de partido único, a
sociedade Lula-STF — os outros partidos fazem
alguns ruídos, mas não conseguem controlar nem
uma CPI que eles mesmos propõem, e podem ser
multados em R$ 22 milhões se apresentarem uma
petição à Justiça suprema.
Há um Congresso Nacional; na Rússia soviética
também havia. Mas as leis aprovadas pelos
deputados são simplesmente anuladas pelo STF,
quando ele quer, e seja o assunto que for.
É o que está acontecendo com a lei sobre
terras indígenas, aprovada na Câmara por 283
votos a 155, mas a caminho de ser declarada nula
pelos ministros — como a Lei nº 14.950, sobre o
mesmo assunto.
A maior parte da imprensa se dedica à
adoração de Lula, do seu governo e do ministro
Alexandre de Moraes. Funciona, na realidade,
como um grande Pravda, escrito e falado em
português — e muitas vezes em mau português.
Ainda falta um bom caminho para chegar lá, e
a República Soviética do Brasil, pelo menos por
enquanto, está se limitando a eliminar a
liberdade política. (Na Rússia comunista, por
exemplo, não havia, nem há, Parada Gay; também
era preciso passaporte interno para ir de uma
cidade à outra, e a lista telefônica de Moscou
era segredo de Estado, entre outras curiosidades
que só o comunismo foi capaz de criar.)
Mas é exatamente para lá, um regime
totalitário mais ao estilo do século 21 e
fabricado basicamente com peças de produção
nacional, que o país está indo.
Faça uma pergunta simples: quem vai impedir,
se são o STF e o Sistema “L” que escrevem as
leis e decidem o que é legal e o que é ilegal?
Não vão ser, com certeza, as Forças Armadas,
que de cinco em cinco minutos declaram-se a
favor da “legalidade”, ou seja, do que o
consórcio STF-Lula diz que é a legalidade.
De mais a mais, os comandantes militares
estão a favor desse partido único que hoje
governa o país; entregaram para a polícia,
trancados em ônibus, os cidadãos que protestavam
contra o resultado das eleições, em manifestação
legítima, em frente ao QG do Exército em
Brasília.
Não será o Judiciário, que é apenas uma
grande repartição pública comandada pelo STF.
Não será, obviamente, o Congresso, que não
existe mais como força política efetiva. Não
serão os 150 milhões de brasileiros que estão
ocupados o dia inteiro com a sua sobrevivência
física, e não têm tempo para tratar de política.
Em suma: não é ninguém.
Em que país sério do mundo, esses mesmos onde
Lula faz “política externa” turística se
hospedando em hotéis com diária de quase R$ 40
mil, o presidente, rei ou primeiro-ministro
nomeia seu advogado pessoal para a Suprema
Corte? Nem Stalin fez isso
A união soviética brasileira não é um “copiar
e colar” da antiga URSS; embora leve mais ou
menos aos mesmos resultados, em termos de criar
uma ditadura efetiva na vida pública, é
basicamente coisa de construção tupiniquim, sem
maiores filosofias políticas como o original em
alemão.
Não houve nenhuma revolução, nem a tomada do
Palácio de Inverno ou a descida de Sierra
Maestra. Sua chave é o acordo de acionistas
entre o STF e o Poder Executivo, tal como ele é
encarnado por Lula — juntos, governam o país sem
nenhum tipo de concorrente ou de oposição capaz
de impedir qualquer dos seus movimentos. Os
ministros, para ficar só no mais grosso,
eliminaram as leis brasileiras para tirar Lula
da cadeia, onde cumpria pena pelos crimes de
corrupção passiva e lavagem de dinheiro, e para
anular todos os processos penais contra ele, de
modo a possibilitar a sua candidatura à
Presidência da República.
Em seguida, através do TSE, comandaram a
campanha mais escura, contestada e parcial da
história eleitoral brasileira, com um sistema de
urnas eletrônicas que não é utilizado em nenhuma
democracia do planeta; contaram os votos e
declararam que Lula tinha ganhado. Em troca, o
Sistema “L” aceita tudo o que o Supremo quer que
se faça, em qualquer área ou ocasião.
Juntos, escolhem os novos integrantes do TSE,
que passa a ser 100% controlado pelo consórcio,
e combinam quem será o novo procurador-geral da
República, o que elimina o Ministério Público
como força independente na vida pública
brasileira, conforme estabelecido na
Constituição.
São decisões tomadas em churrascos
hermeticamente fechados e isolados do resto do
mundo em Brasília, com a proibição da entrada de
celulares no recinto.
Que diabos de “instituições” resultam de um
negócio desses?
Na verdade, as instituições e os deveres
obrigatórios de uma república ou das verdadeiras
democracias estão sendo eliminados, um depois do
outro, pelas decisões tecnicamente legais do
consórcio STF-Lula. O presidente, em meio à
indiferença da população e à anestesia moral que
marca o Brasil de hoje, nomeia o seu advogado
pessoal para a vaga existente no STF — o seu
advogado pessoal, nada menos que isso. A mídia,
o mundo político e as classes intelectuais
fingem que a nomeação é uma coisa normal, ou
quase normal. Não chama a atenção de ninguém um
fato muito simples: é impossível, no mundo das
realidades, que o novo ministro tome qualquer
decisão minimamente contrária aos interesses do
presidente da República — ou alguém acredita,
honestamente, que ele possa ser imparcial nas
suas sentenças, como é exigência elementar de
qualquer democracia decente?
Em que país sério do mundo, esses mesmos onde
Lula faz “política externa” turística se
hospedando em hotéis com diária de quase R$ 40
mil, o presidente, rei ou primeiro-ministro
nomeia seu advogado pessoal para a Suprema
Corte? Nem Stalin fez isso; é verdade que ele
não tinha advogado, e nunca precisou de um, mas
o fato é que não fez.
Lula, na verdade, governa sem nenhum freio —
pois um dos freios, o Judiciário, é seu sócio no
partido único, e o outro, que seria o
Legislativo, não é capaz de frear nada, mesmo
porque, quando tenta frear alguma coisa, o STF
vem e diz que não vale.
O resultado prático é que Lula compra sofás
de R$ 65 mil para a decoração de sua residência
— com dinheiro do pagador de impostos, é claro.
Compra um novo Airbus para o seu transporte
pessoal. Recebe em Brasília um ditador que tem a
cabeça a prêmio por US$ 15 milhões, por tráfico
internacional de drogas. Faz o que quer, e o que
o STF deixa.
Há eleições no Brasil, mas também há o TSE —
e enquanto houver o TSE as eleições não valem
nada, ou só valem o que a “Justiça Eleitoral”
diz que valem. O TSE, hoje, é uma polícia
política integralmente a serviço do governo. É
uma aberração que consegue gastar R$ 10 bilhões
por ano, mesmo nos anos em que não há eleição
nenhuma, e não tem similar em nenhuma democracia
séria do mundo — a começar pelo fato de que se
dá o direito de cassar mandatos de deputados
federais ou de quem lhe der na telha. Acaba de
acontecer.
Cassaram o mandato do deputado Deltan
Dallagnol, por vingança pessoal de Lula, sem o
mais remoto vestígio de legalidade; foi uma
decisão de AI-5, com umas fumaças de
procedimento jurídico que não enganariam uma
criança com dez anos de idade. O resultado é que
o consórcio anulou a decisão legítima dos
eleitores do Paraná; pior ainda, nomeou de forma
grosseira o novo ocupante da vaga que foi aberta
pela cassação, colocando no lugar de Dallagnol,
que teve 350 mil votos, um outro que teve 12
mil.
Que tal, como limpeza, ou mera lógica, do
sistema eleitoral?
Preparam-se, agora, para cassar os direitos
políticos de Jair Bolsonaro, única e
exclusivamente porque identificam nele um
possível candidato que se opõe com chances de
sucesso ao partido único STF-Lula. É uma medida
preventiva, ou de back-up antecipado — estão
agindo como se as próximas eleições
presidenciais pudessem ser diferentes das de
2022, do ponto de vista operacional do TSE. De
novo, como no caso do deputado Dallagnol, a
proibição para Bolsonaro disputar eleições, ou
ter qualquer participação na política
brasileira, é 100% ilegal.
A desculpa é que ele manifestou dúvidas sobre
a perfeição do atual sistema de urnas
eletrônicas, só adotado, além do Brasil, em dois
países, Butão e Bangladesh. Poderia ser qualquer
outra coisa: genocídio, assassinato de índios,
quilombolas e gays, defesa da cloroquina.
Como é possível, com um mínimo de
racionalidade, tornar alguém inelegível porque
ele disse que tinha dúvidas sobre um sistema de
votação obviamente sujeito a todo tipo de
dúvida?
Antes disso, por um despacho do ministro
Alexandre de Moraes, o STF cassou sem nenhuma
formalidade legal o mandato do governador de
Brasília. Depois devolveu, por outro despacho do
mesmo Alexandre de Moraes — mas o governador,
hoje, é capaz de jurar que o triângulo tem
quatro lados, se os ministros assim quiserem.
Com o Congresso é o mesmo tipo de calamidade.
O que adianta pagar R$ 14 bilhões por ano para
manter um Congresso cujas leis podem ser
anuladas a qualquer momento, e sem razão
nenhuma, pelo Supremo? Não é só o marco
temporal. Já foi a mesma coisa com a anulação da
lei que determinava o cumprimento da pena em
prisão fechada para réus condenados em segunda
instância, o que tirou Lula do xadrez da Polícia
Federal onde ficou trancado durante 20 meses.
Promete ser assim, daqui a pouco, com a lei,
perfeitamente aprovada pelo Congresso, que
tornou voluntário o pagamento do imposto
sindical — o efeito imediato dessa lei,
obviamente, foi que nenhum trabalhador
brasileiro quis pagar mais.
O que poderia representar com mais perfeição
a vontade do povo?
Mas Lula quer que o imposto volte a ser
obrigatório, e o STF se prepara para atender a
exigência. O ministro que foi encarregado de
resolver o problema argumenta que hoje os
“tempos são outros” — um raciocínio realmente
espantoso, levando-se em conta que os tempos
estão em mudança perpétua e, por via de
consequência, nenhuma lei aprovada no passado é
válida no presente.
Fazer o quê?
Esse Congresso Nacional que está aí não é
capaz sequer de proteger os mandatos dos seus
próprios deputados; não é capaz de nada. A
“Mesa” da Câmara dos Deputados concordou
oficialmente com a cassação de Dallagnol. Já
havia concordado, não faz muito tempo, com a
prisão por oito anos do deputado Daniel
Silveira, também por ordem do ministro Moraes. É
diretamente contra a lei. A Constituição diz que
um deputado federal só pode ser preso em
flagrante, e pela prática de crime inafiançável;
Daniel Silveira não foi preso em flagrante nem
cometeu nenhum crime inafiançável. E daí? Foi
preso do mesmo jeito. Aliás, está preso de novo
hoje, desta vez por não usar a tornozeleira
eletrônica que o ministro lhe impôs, apesar de
ter recebido um indulto absolutamente legal do
ex-presidente Bolsonaro; o STF, como nas leis
aprovadas pelo Congresso, decidiu que o indulto
não vale. Esperar o que, se o presidente da
Câmara, o deputado Arthur Lira, está disposto a
assinar a cassação do seu próprio mandato, se
receber ordem do STF? Não há nada a esperar.
A República Soviética do Brasil não acabou
com a propriedade privada — nem parece a ponto
de acabar, quando se considera a ilimitada
quantidade de propriedades estritamente privadas
que os membros do consórcio têm.
Também não tornou legal, pelo menos até
agora, a coletivização da terra — apesar da
paixão de Lula pelo movimento semi terrorista
que invade propriedades rurais, destrói bens e
pratica a violência armada, sem que um único de
seus agentes seja jamais incomodado pelo sistema
judicial.
Mas já organiza e hospeda, em Brasília,
reuniões do seu próprio Comintern, a que hoje se
dá o nome de “Foro de São Paulo” e que cobra
inscrições em dólar.
Está montando uma máquina estatal de estilo
soviético, que só serve ao partido e está mais
distante do povo brasileiro do que a Terra da
Lua.
O Ministério da Justiça, logo esse, já é
comandado por um comunista de carne e osso; ele
mesmo, aliás, já disse que é comunista “graças a
Deus”.
É para aí que vai a procissão...
E agora brasileiros, o que vamos fazer para
evitar que isso se torne cada vez mais
realidade?Como vamos impedir que isso
aconteça?Proposta: Vamos começar divulgando esse
texto em todas as mídias sociais, para uma
conscientização geral. |