Theresa Catharina de Góes Campos

 

 

 
Camila Farani: Como driblar o “resenteeism” gerado pelo “great resignation”?

De: Camila Farani via LinkedIn
Date: qui., 13 de jul. de 2023
Subject: Como driblar o “resenteeism” gerado pelo “great resignation”?
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Camila Farani
Eleita pela Bloomberg uma das pessoas mais influentes da América Latina | Shark Tank Brasil por 6 temporadas | investidora | empreendedora | LinkedIn Top Voice
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Como driblar o “resenteeism” gerado pelo “great resignation”?

Um buzzword está presente e em alta no universo corporativo ultimamente. Depois do “Great Resignation”, agora estamos vivendo o termo “resenteeism”. Você já ouviu falar deste conceito? 

Após a pandemia, o mundo dos negócios se viu diante de constantes mudanças. Passamos pela era do “great resignation”, grande demissão em tradução literal, uma tendência econômica em que os funcionários voluntariamente se demitiram de seus empregos por estarem insatisfeitos. Por exemplo, nos EUA, somente em setembro e outubro de 2021 mais de 8,5 milhões de americanos pediram demissão sem ter outro trabalho engatilhado, segundo dados do Departamento de Trabalho dos EUA.

No Brasil, este cenário chegou no início de 2022. Foi em fevereiro que mais de 500 mil brasileiros pediram demissão, segundo levantamento feito pela LCA Consultores. O fenômeno também foi reportado na China, Índia, Reino Unido, Alemanha e França.

Isso aconteceu porque o período pós pandêmico deixou algumas heranças:

  • Cultura tóxica das companhias
  • Insegurança dentro da organização;
  • Excesso de pressão; 
  • Falta de reconhecimento profissional. 

Fato é que a pandemia mudou a forma como nos relacionamos com o trabalho. O resultado disso para muitas pessoas foi ressignificar os seus hábitos, pensamentos e essências. Ou seja, recalcular rota em muitos casos.

Por outro lado, muitos continuaram em seus empregos por necessidade ou por falta de alternativas ou simplesmente por medo da mudança. Esse comportamento no ambiente dos negócios foi alertado e conceituado como resenteeism. O termo descreve o ato de manifestar infelicidade e, mesmo assim, permanecer no trabalho, resultado de contextos que inquietam, principalmente, a geração Z.

Resenteeism - uma combinação das palavras “Resentment” (Ressentimento) e “Presenteeism” (Presenteismo). E este comportamento está adoecendo muitas pessoas que se sentem presas em um trabalho que odeiam, impulsionando a sensação de frustração e de infelicidade. 

Na prática, o ex-funcionário da Microsoft (MSFT), Alun Jones, compartilhou um exemplo de ressentimento em seu Twitter na época em que Elon Musk decidiu voltar com o regime de trabalho 100% presencial: "Resenteísmo: quando você está no escritório porque lhe disseram para estar no escritório, apesar de saber que estaria trabalhando mais se estivesse trabalhando em casa".  

E digo mais, esse assunto impacta negativamente os funcionários, ao ver sua saúde mental abalada, e em empresas, que vêem reduzir a produtividade, o clima e o engajamento das equipes. De acordo com a Mental Health UK, o esgotamento é um estado de exaustão física e mental, resultante do estresse de longo prazo em seu trabalho. E muitos pesquisadores acreditam que a verdadeira causa do esgotamento é o ressentimento. Ou seja, o burnout está correlacionado com o conceito de “resenteeism”.

E como lidar com esse cenário? Gosto de um artigo apontado pelo Estadão, em entrevista com Maíra Blasi, especialista em futuro do trabalho e fundadora da Subversiva, consultoria especializada em transformação organizacional. 

Nesta entrevista, a especialista aponta algumas soluções para que o “resenteeism” não faça mais parte dentro de uma cultura organizacional. Veja os caminhos possíveis apontadas pela profissional:

1. Desenvolver programas de desenvolvimento para preparar profissionais aos cargos de liderança;

2. Transmitir feedbacks de forma respeitosa para que seja possível identificar situações com desvio de comportamento;

3. As empresas devem criar diversas estratégias para tornar o ambiente corporativo seguro e inclusivo;

4. Para quem está passando por um período que envolve “resenteeism” no local de trabalho, além de procurar um novo emprego e se manter atualizado em relação as movimentações no mercado, Gonçalves orienta criar uma rede de apoio.

Não à toa o feedback humanizado se tornou um dos melhores caminhos para driblar os desafios de uma cultura organizacional. Apostar em comunicação transparente entre líderes e colaboradores se torna assertivo na hora de identificar possíveis problemas e preveni-los . 

Outra aposta que eu gosto de apontar para times e equipes é sobre impulsionar uma cultura diversa e de pertencimento para possibilitar segurança entre liderança e liderados, além de permitir que a diversidade abrace o ambiente corporativo, e influencie na troca de experiências sem barreiras culturais, sociais ou de outro tipo.

 

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