Repassando: O 
													Brasil comemora, este ano, o 
													bicentenário de nascimento 
													do seu maior poeta, 
													Gonçalves Dias, nascido no 
													Maranhão, e morto, ao 
													regressar à sua terra natal, 
													no afundamento do navio, em 
													que viajava,  autor de, 
													entre outras obras-primas da 
													poesia nacional, o célebre 
													poema "Canção do Exílio", 
													publicado, pela 
													primeira vez, em 1847, no 
													livro "Primeiros Cantos ". 
													Ei-lo:
												
													
 
												
													Minha terra 
													tem palmeirras,
												
													Onde canta o 
													sabiá;
												
													As aves, que 
													aqui gorjeiam,
												
													Não gorjeiam 
													como lá
												
													
 
												
													Nosso céu tem 
													mais estrelas,
												
													Nossas 
													várzeas têm mais flores,
												
													Nossos 
													bosques têm mais vida,
												
													Nossa vida 
													mais amores.
												
													Em cismar, 
													sozinho, à noite,
 
												
													Mais prazer 
													eu encontro lá
												
													Minha terra 
													tem palmeiras,
												
													Onde canta o 
													sabiá
												
													
 
												
													Minha terra 
													tem primores
												
													Que tais eu 
													não encontro eu cá
												
													Em cismar -  
													sozinho, à noite -
												
													Mais prazer 
													encontro eu lá 
												
													Minha terra 
													tem palmeiras,
												
													Onde canta o 
													sabiá.
												
													
 
												
													Não permita 
													Deus que eu morra, 
												
													Sem que eu 
													volte para lá
												
													Sem que eu 
													desfrute os primores
												
													Que não 
													encontro por cá
												
													Sem qu'índa 
													aviste as palmeiras,
												
													Onde canta o 
													sabiá.
												
													
 
												
													
													Coimbra, 
													julho, 1843.
 
												
													
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