A alegria das pequenas coisas -
Nova Acrópole Distrito Federal
De: Nova
Acrópole Distrito Federal
Date: seg., 11 de set. de 2023
Subject: #68 - A alegria das pequenas
coisa
“Se amamos, nossas almas e
corações recebem asas, e uma alegria
repentina floresce dentro." - Rumi
Há alguns dias resolvi
preparar alguns biscoitos para minhas
filhas, como contraponto à rotina de
trabalho. E aproveitando as facilidades da
tecnologia, encontrei rapidamente um vídeo
ensinando a fazer cookies de chocolate.
Os ingredientes estavam
facilmente à disposição no supermercado
próximo de minha casa, e ante a notícia do
que iria fazer, consegui logo 3 ajudantes
mirins (minhas duas pequenas, e uma
visitante que ficou sabendo e veio mais que
depressa).
Em pouco tempo, descobri
o quão divertido pode ser ir para a
cozinha (e mais ainda com a ajuda delas), e
logo estávamos os 4 a curtir alegres (e
deliciosos) momentos de preparação e,
finalmente, de degustação dos ansiados
cookies de chocolate.
Enquanto fazia os biscoitos,
na confusão de vasilhas e da batedeira
sujas, por mais de uma vez tive de afastar o
pensamento de que teria sido bem
mais fácil levá-las ao shopping e
comprar cookies e, qualquer outra coisa,
prontos.
E por mais de uma vez tive de
resgatar a ideia original, de que estava ali
por outro motivo, e não simplesmente
preparando um lanche.
E depois disso, refleti sobre
o motivo de termos poucos desses momentos;
momentos de alegria tirados de
circunstâncias simples e despretensiosas. E
um deles, percebi, é a ânsia de
buscar o fácil e o cômodo do pronto,
quando poderíamos ter o alegre e divertido
do aprender a fazer.
É que, convencidos pela
enganosa propaganda, passamos a acreditar
apenas na força do dinheiro, como
fator de felicidade. Perdemos a
capacidade de olhar ao redor e ver a força
das pequenas coisas que estão aí esperando
que voltemos a vê-las.
O engano tomou tal proporção,
que já não sabemos mesmo do que
realmente gostamos. E nosso gosto
passa a variar com a moda, tão artificial
quanto as comidas coloridas que ingerimos.
Diziam os antigos filósofos
que as ideias, assim como os alimentos,
modificam-nos. Se comermos coisas ruins,
nossa saúde se degrada. E se assistimos,
ouvimos e lemos coisas de má qualidade, o
que ocorre?
Não é minha pretensão dar
alguma receita de felicidade (mas pode me
pedir a dos cookies, se quiser), mas apenas
chamar a atenção do leitor para algo simples
e verdadeiro: É que, se não temos à vista a
felicidade, que é algo grande, podemos ter,
com facilidade, muitos momentos de
alegria, todos os dias, se
soubermos apenas apreciar as pequenas coisas
e momentos que nos cercam cotidianamente.
Enfim, se trata de apreciar a
vida de forma natural, com o que ela nos
traz. Aprender dela com a curiosidade de uma
criança que recém iniciou seus estudos. E
gostar do que aprendemos mais do que de
coisas. Pois ao final, o que
levaremos conosco da vida? Certamente
não as coisas que tenhamos acumulado.
E não poderia ser essa uma
forma da felicidade? (porque penso que pode
haver outras): uma vida de momentos alegres,
unidos por um propósito de vida honesto.
E se tivermos que nos
atribular, que seja pelas coisas válidas,
pelo que realmente conta e faz falta: pela
paz, pelo amor, pela educação, pelo direito
a viver de forma digna.
E se tivermos de lutar,
que seja pelo Bem e pela Justiça.
Como diziam os antigos
romanos, carpe diem (aproveite o
dia), e seja feliz.
Adaptado de Jean Cesar
Antunes Lima
Filme:Filhos
do paraíso. Uma
história que demonstra a alegria presente
nas pequenas coisas da vida. Quando Ali
perde os sapatos que sua irmã Zahra usa para
ir para a escola, o menino bola um plano:
eles vão compartilhar seus sapatos sem
contar para seus pais! Um filme mágico,
aclamado pela crítica e pelo público, Filhos
do paraíso é um deleite encantador que você
também vai adorar! Disponível no Youtube.
Música #1:O
que é o que é?Gonzaguinha.
“... Viver / E não ter a vergonha de ser
feliz / Cantar e cantar e cantar / A beleza
de ser um eterno aprendiz...”
Música #2:Serenata
Elizabetana.Ronald
Binge.Famoso
por suas belas e leves composições, Binge é
lembrado com carinho por muitos ingleses
através de suas obras, especialmente essa
serenata. É comum ouvir de ingleses relatos
de doces memórias de infância ou juventude,
geralmente relacionadas ao dia a dia,
relatando coisas que faziam ou pessoas com
as quais escutavam a serenata, tanto no
rádio quanto em discos. Ela se tornou muito
popular na Inglaterra após a Segunda Guerra,
e serviu para muitos como uma fonte de
otimismo e esperança.
Série:Anne
with an “E”.Baseada
no livro clássico "Anne of Green Gables" de
Lucy Maud Montgomery, a série segue a vida
de Anne Shirley, uma órfã adotada por um
casal de irmãos, que nos lembra a
importância de encontrar a alegria nas
coisas simples e valorizar as experiências e
relacionamentos que moldam nossas vidas. É
uma história que celebra a capacidade de
transformar a adversidade em oportunidade e
encontrar a beleza em cada momento.
Disponível no Netflix.
Livro:O
pequeno livro da vida. Khalil
Gibran. Os escritos do autor fornecem uma
fonte de inspiração, compreensão e conforto
para qualquer pessoa envolvida com as
tensões e pressões da vida moderna. Por meio
de sua filosofia simples e de fácil
entendimento, mas ao mesmo tempo poderosa e
inspiradora, Gibran consegue provocar as
mais diferentes reflexões em seus leitores.
Quadro:O
jovem crítico. Jean
Paul Haag. Muito se pode aprender com as
crianças, especialmente com sua forma
curiosa, leve e inocente de ver as coisas.
Na cena, dois meninos estão observando um
quadro feito por algum pintor adulto, com
postura de críticos, analisando a obra
atentamente, certamente imitando os diversos
adultos que já passaram por ali.