O APOIO DO
GOVERNO AO TERRORISMO CONTRA ISRAEL
Roberto GUZZO:
Estadão 12/10/2023
O presidente
Lula, seus
ministros e todo o seu sistema de apoio
sempre foram a favor do terrorismo do Hamas e de
outras fações que têm os mesmos propósitos;
também sempre fizeram questão de exibir
essa postura em público. Da mesma forma,
hostilizam o quanto podem o Estado de Israel.
Os judeus, na sua doutrina, são o mal: são
os “agressores”, os “invasores”, “ocupantes de
territórios palestinos” e daí para pior. Agora,
com o
assassinato em massa de civis
israelenses, sequestros de mulheres e crianças,
atos de terror e milhares de mísseis, a
organização criminosa que se apresenta como
“representante do povo palestino” jogou na cara
do mundo inteiro, mais uma vez, a sua
verdadeira natureza. Para o governo do Brasil
ficou criada uma situação impossível.
Lula não tem
coragem para dar apoio aos crimes do Hamas.
Sempre deu, mas desta vez o excesso de
selvageria dos seus aliados o deixou
numa posição incômoda – é complicado ficar ao
lado de quem faz chacina de inocentes, inclusive
de brasileiros, comete estupros, sequestra
reféns para extorsão e tortura seres humanos em
público. Ao mesmo tempo, não é capaz de condenar
com um mínimo de hombridade os massacres que
chocaram o mundo.
O resultado
objetivo é que Lula, seu chanceler Celso
Amorim (o
outro não vale) e os partidos da extrema
esquerda colocaram o Brasil numa posição de
cúmplice do terrorismo “palestino” e dos crimes
que estão sendo praticados contra a população de
Israel. Há, é claro, o discurso hipócrita que
faz parte do DNA do presidente e do PT.
Eles “lamentam as mortes” – dos “dois lados”,
como se o Hamas não fosse o agressor. Pedem “a
paz” na região – e escondem que o Hamas, junto
com seus aliados do Irã,
prega oficialmente a destruição do Estado de
Israel, e quer que todos os judeus sejam
“jogados no mar”. Desaprovam os assassinatos,
mas aprovam os assassinos. O que realmente estão
dizendo é que a culpa pelos ataques terroristas
é de Israel. Os judeus deveriam dar um
“tratamento melhor” aos “palestinos” que há 75
anos querem destruí-los. Deveriam “negociar” com
o Hamas, que não aceita a existência do seu
país. Teriam de fazer mais isso e mais aquilo –
e façam o que fizerem, nunca será suficiente.
“O que acabou de acontecer é apenas uma
demonstração grave, com consequências, do que
acontece pela perda da esperança na paz”, disse
o chanceler Amorim – e o que ele diz, para todos
os efeitos práticos, é a posição oficial do
governo Lula. Ou seja: não houve homicídio,
estupro, sequestro, massacre de civis numa festa
de música, destruição deliberada de
objetivos não militares, nada. O que houve é que
os “palestinos” perderam a fé na paz, porque
Israel não aceita as exigências do Hamas – daí,
como diz Amorim, houve “consequências”. Em
nenhum momento, para o governo brasileiro, houve
um ataque provocado por uma das partes, com
agressores e agredidos. Há apenas
“hostilidades”, e o Brasil deseja que essas
“hostilidades cessem”. Mais nada. A palavra
“Hamas” não aparece em nenhuma manifestação
do governo, do PT e do seu entorno. Os amigos
preferenciais de Lula – MST, PSOL, “estudantes”,
etc. – fizeram uma manifestação a favor dos
ataques terroristas. É verdade que não foi
ninguém (150 pessoas, talvez), mas os sinais não
poderiam ser mais claros.
Ninguém foi mais claro, quanto à verdadeira
posição do Brasil, do que o próprio Itamaraty.
O Ministério das Relações Exterior não se
contentou com a postura de falsa neutralidade do
governo brasileiro. Decidiu adotar também o
deboche contra as vítimas. Em nota
oficial, lamentou o “falecimento” de um jovem
brasileiro assassinado pelos terroristas
do Hamas; assim mesmo, “falecimento”, como se
ele tivesse morrido por causa de um colapso
cardíaco. É uma nova fronteira na “política
externa independente” do Brasil de hoje. Somos
aliados, agora, de criminosos de guerra. |