De: Nova Acrópole Lago Norte/DF
Date: seg., 30 de out. de 2023
Subject: #75 - A verdadeira poesia
“Quando as aves falam com as
pedras e as rãs com as águas - é de poesia que
estão falando.” –
Manoel de Barros
A poesia, como tudo que é
importante na vida, é difícil de definir.
Este texto seria infindável se tratássemos de
apontar as características certas ou falsas que,
desde o fundo da nossa história conhecida, foram
dadas à poesia.
Hoje, sabemos que os Egípcios, os
Sumérios e os Chineses – para citar alguns
exemplos do passado remoto – faziam
poesia e davam-lhe a maior importância.
Na Índia milenar, os textos mágicos e religiosos
mais antigos estão originalmente escritos em
forma de poema, como o Mahabharata, que
compreende no seu próprio interior o imortal
Bhagavad Gita e o Uttara Gita.
Os antigos concebiam todo o
universo como sendo harmônico, regido pelos
números e pelas proporções de ouro.
Isto refletiu-se na ordenação dos
sons, os quais alternados com os silêncios,
deram origem à música, ao canto e à poesia, todas
elas expressões do ser humano que
tratou, desde sempre, de fazer surgir da sua
Alma as misteriosas sementes que os deuses
tinham depositado nela, para uma melhor e mais
justa compreensão de si mesmo, da Natureza e de
Deus.
O dicionário vigente da Real
Academia da Língua Espanhola diz: “Poesia: expressão
artística da beleza por intermédio da
palavra sujeita à medida e cadência, da qual
resulta o verso.”
Royer-Collard expressa: “O belo
sente-se e não se define. Encontra-se em todas
as partes: dentro de nós e fora de nós, nas
perfeições da nossa natureza e nas maravilhas do
mundo sensível, na energia independente do
pensamento solitário e na ordem pública das
sociedades, na virtude e nas paixões, na alegria
e nas lágrimas, na vida e na morte”.
Logo, a que chamamos “verdadeira
poesia” deve ser transcendente,
facilmente compreensível e bela.
Por isso, e com o maior respeito
para os que discordam de mim, acredito
firmemente que os
poetas nascem e não se fazem.
Adaptado de artigo de Jorge Ángel
Livraga
Poema:Deus
te livre, poeta. Amado
Nervo. “... Deus te livre, poeta, / De escrever
uma estrofe que entristece; / de turvar com teu
cenho / E a tua lógica triste / A lógica divina
de um sonho; / De obstruir a senda, a vereda /
Que percorra a mais humilde planta; / De
destruir a pobre folha que roda...” Vale a pena
conferir na íntegra.
Vídeo-palestra:Beleza
e mística na poesia de Rumi.Uma
das melhores formas para se transmitir as
mensagens metafísicas é a linguagem poética.
Rumi é um dos grandes representantes da poesia
mística universal. Nesta palestra, a professora
Marluce Leite mostra porque seus textos
ultrapassaram fronteiras e resistiram à prova do
tempo frente aos grandes mistérios da
humanidade.
Série:Anne
with an “E”.Baseada
no livro clássico "Anne of Green Gables" de Lucy
Maud Montgomery, a série segue a vida de Anne
Shirley, uma órfã apaixonada por poesia, que é
adotada por um casal de irmãos. É uma história
que celebra a capacidade de transformar a
adversidade em oportunidade e encontrar a beleza
em cada momento. Disponível no Netflix.
Filme:Sociedade
dos Poetas Mortos.Este
filme marcou uma geração de jovens e ainda
continua a exercer uma poderosa influência em
relação à educação para que esta seja, antes de
mais, um despertar e um guia da alma na vida. O
Professor carismático que é capaz de mudar a
vida dos discípulos com a ajuda da poesia e do
exemplo moral é representado pelo genial Robin
Williams. Disponível
no Star+.
Poema musicado:Votos.O
belíssimo poema da Profa. Lúcia Helena Galvão,
musicado por Keco Brandão e interpretado pela
cantora e compositora Flávia Wenceslau, que
também é parceira da melodia, resultando nesta
música tão tocante!
Música:Músicas
que Minha Mãe me Ensinou.Antonín
Dvorák. Esta obra, escrita em 1880 para voz e
piano, é a quarta das sete canções do ciclo
Canções Ciganas (Cigánské melodie), baseado em
poemas de Adolf Heyduk em tcheco e alemão. A
obra expressa a nostalgia e a saudade da
infância, da mãe e da cultura cigana, através de
uma melodia simples e emotiva. O eu lírico
relembra as lágrimas que sua mãe derramava ao
ensiná-lo a cantar, e agora ele também chora ao
ensinar seus filhos.
Pintura:O
Lamento de Ícaro. A
pintura mostra Ícaro após sua queda cercado de
ninfas que lamentam sua morte. Muitos mitos e
histórias gregas foram registradas e passadas
entre gerações através de grandes e belos poemas
e epopéias, como a Ilíada e a Odisséia de
Homero. Por mais que tenha sido registrado
inicialmente em um livro, a versão mais popular
do mito de Ícaro foi escrita pelo poeta romano
Ovídio em sua obra “Metamorfoses”. Muitos
pintores de diversas épocas tentam expressar o
simbolismo desses mitos de forma bela e poética,
tal como fez Draper.
Exposição:Sutilezas.Juliana
Limeira. A mostra reúne trabalhos nas técnicas
de tinta a óleo, pastel seco, guache e grafite.
Através de seu olhar artístico, Juliana registra
cenas poéticas, detalhes e delicadezas que
despertam o interesse pela harmonia e beleza
sutil, seja na paisagem ou na figura humana.
Integram a exposição diversas obras, dentre elas
pinturas feitas ao vivo, em seu ateliê, e ao ar
livre, além de pinturas inspiradas por belas
composições e a observação da natureza.