Theresa Catharina de Góes Campos

 

 

 
REYNALDO DOMINGOS FERREIRA comenta: Os 16 bi da Lei Rouanet

De: Reynaldo Domingos Ferreira
Date: sex., 22 de dez. de 2023
Subject: Fwd: 16 bi da Rouanet

REPASSANDO: É muito dinheiro, para poucos!... Só conseguem os tais incentivos, da Lei Rouanet, determinados grupos de artistas, os quais contam com o apoio de políticos, de preferência daquele que está ocupando a cadeira de ministro da Cultura.
A dramaturgia brasileira não ganha vez de ser encenada, pois o privilégio que os realizadores teatrais dão às suas montagens é para autores estrangeiros, muitos, de preferência, que tiveram seus textos montados na Broadway, vistos pelos tais realizadores, que assim não têm o trabalho de serem inventivos, criadores, de suas próprias montagens. É tudo copiado!... E, às vezes, mal copiados. Assim, o teatro, no Brasil, acabou. Nem leitura dramatizada de autores brasileiros é autorizada. Mesmo nos tais cursos universitários de arte cênica. Enfim, a Lei Rouanet deveria ser revogada!...
É uma fonte de corrupção inigualável. RDF

Leiam a matéria do Mário Sabino.

Bilhões da Lei Rouanet: o mundo artístico brasileiro é outro Centrão
Os R$ 16 bilhões da Lei Rouanet só podem ser retribuição ao mundo artístico e cultural pelo apoio eleitoral na eleição presidencial
Mario Sabino
22/12/2023 02:00, atualizado 22/12/2023 09:07

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Quando eu era editor-executivo da revista Veja, lá se vai um quarto de século, jornalistas que estavam sob o meu guarda-chuva apuraram desvios de dinheiro captado via Lei Rouanet — ou seja, por meio de renúncia fiscal do governo — para produzir filmes e outros projetos culturais.
Eles descobriram superfaturamentos nos orçamentos de produção, esquemas de toma lá dá cá, financiamento de projetos toscos, risíveis, falta de controle sobre as prestações de contas e casos de enriquecimento ilícito.

Um dos escândalos revelados por nós foi o de uma atriz e cineasta que comprou um apartamento com o dinheiro que deveria ter sido usado para fazer um longa-metragem. Viramos carrascos, claro.

Lembrei-me dessa passagem da minha vida profissional ao ler a reportagem do meu colega de site Paulo Cappelli. Ele teve acesso ao total que o governo Lula, em um ano de governo, liberou para ser captado por intermédio da Lei Rouanet. Foram espantosos (arredondando para baixo) R$ 16 bilhões, recorde histórico, bufunfa maior do que a liberada durante os 4 anos de governo Bolsonaro. Para se ter ideia, representa 10% do orçamento federal para a Educação.

O primeiro estrago causado pela Lei Rouanet foi a seu próprio idealizador. Sérgio Paulo Rouanet era um dos grandes e poucos intelectuais brasileiros dignos desse nome. Rivalizava com luminares franceses e a sua obra abrange, com elegância e profundidade, da filosofia à psicanálise.

Os Dez Amigos de Freud, de sua autoria, sobre os escritores preferidos do pai da psicanálise, é uma preciosidade.O nome de Rouanet, contudo, entrou para a história da infâmia por causa da lei que ele idealizou quando era secretário de Cultura do governo Fernando Collor de Mello. Não em virtude da lei, propriamente, bem-intencionada no sentido de fomentar a cultura e as artes, mas por causa da esculhambação que fizeram com ela, desde o início, neste país reconhecido mundialmente pela honestidade e pela decência.

Experimento ímpetos primitivos ao ouvir alguém dizer que os recursos captados via Lei Rouanet não são dinheiro público. É dinheiro público na carótida. O Fisco abre mão de parte dos impostos devidos por cidadãos ou empresas, dentro de limites fixados pela lei, e essa soma, na forma de patrocínio, vai para o produtor cultural tocar o seu projeto previamente aprovado pelo Ministério da Cultura. O produtor tem o prazo de 24 meses para captar, junto a eventuais patrocinadores, o dinheiro da renúncia fiscal que lhe foi reservado.

Esses 16 bilhões de reais, portanto, são o montante que o governo Lula poderá deixar de arrecadar até 2025, se todos os projetos aprovados encontrarem patrocínio no prazo estipulado. Afora a boiada que ainda passará até o final do mandato do petista.

 

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