De: Reynaldo
Domingos Ferreira
Date: sex., 29 de dez. de 2023
O LIVRO,
MEU SOBERANO
Ao poeta
ANDERSON BRAGA HORTA
Eis que quando
vejo o livro,
meu soberano,
que tanto amo,
que tanto prezo,
tão relegado,
tão renegado,
por sobre o muro
das nuvens,
que correm
rapidamente,
nestes nossos
tempos,
tão sombrios,
fugidios,
me lembro
das varreduras,
das ditaduras,
do presente
e do passado!...
E como lamento!...
Mantenho,
porém,
meus olhos,
atentos,
bem abertos,
como sentinela,
na janela,
para ver
se posso contribuir,
com alguma coisa,
a fazer
reviver,
no meio da gente,
o prazer,
pela leitura!...
Me lembro
de Castro Alves,
que fez o povo,
em seu tempo,
assim pensar
que "o livro,
caindo n'alma
é germe
que faz a palma,
é chuva,
que faz o mar!..."
E me inspirando
no poeta,
baiano,
e assim pensando
em nossos tempos
atuais,
digo mais,
só para mim,
que o livro,
meu soberano,
caindo n'alma,
é chuva,
que apascenta
a terra,
e engrandece
o mar!...
REYNALDO DOMINGOS FERREIRA
advogado, jornalista,
escritor
|