Segunda matéria sobre
emprego formal de
jornalistas mostra
concentração de vagas no
Sudeste e perda de
postos em quase todos os
estados
Os
jornalistas brasileiros
empregados com carteira
assinada estavam, em
2021, em sua maior
parte, concentrados na
região Sudeste do país
(46,2%), seguida das
regiões Nordeste
(20,7%), Sul (15,5%),
Centro-Oeste (10,4%) e
Norte (7,1%). O dado é
de uma pesquisa inédita
realizada pelo
Departamento
Intersindical de
Estatísticas e Estudos
Socioeconômicos
(Dieese), elaborado com
base na Relação Anual de
Informações Sociais (RAIS),
a pedido da Federação
Nacional dos Jornalistas
(FENAJ).
O Dieese
observa que, ao analisar
a série histórica de
2006 a 2021, a
participação dos
vínculos de trabalho
formal na região Sudeste
vem diminuindo ao longo
dos anos (passando de
50,8% para 46,2%), assim
como na região Sul (de
20,0% para 15,5%). Já as
regiões Nordeste, Norte
e Centro-Oeste
aumentaram suas
participações, com
destaque para o
Nordeste, que saiu de
14,4% para 20,7% entre
2006 e 2021.
Para a
presidenta da FENAJ,
Samira de Castro, os
dados inferem uma
ampliação da
participação de outras
regiões na
empregabilidade da
categoria a partir do
avanço dos veículos
nativos digitais. “As
informações trazidas
pelo Dieese se
complementam com os
dados do Atlas da
Notícia, que mostra a
redução dos chamados
desertos de notícias em
algumas regiões,
sobretudo a partir da
presença dos veículos
digitais”, comenta.
A
dirigente reforça que o
nível de empregos
celetistas para a
categoria precisa ser
incentivado por meio de
políticas públicas.
“Defendemos a taxação
das grandes plataformas
digitais e criação de um
fundo que seja capaz de
fomentar novas
iniciativas de
jornalismo com respeito
à diversidade,
pluralidade, inclusão e
territorialidade.
Precisamos ter a
contratação formal como
critério de acesso a
recursos públicos, junto
com outros fatores”,
pontua.
Apenas quatro estados
apresentam aumento de
vagas formais
A
distribuição do emprego
assalariado da categoria
entre as unidades da
Federação evidencia que
28,5% dos trabalhadores
estavam concentrados no
estado de São Paulo
(13.671). Em seguida,
estavam os estados do
Rio de Janeiro (9,3% dos
vínculos); Minas Gerais
(6,7%) Rio Grande do Sul
(6,1% dos vínculos) e
Bahia (5,2%).
Na
comparação entre o auge
do emprego (2013) com o
ano de 2021, somente os
estados de Tocantins,
Maranhão, Piauí e Bahia
apresentaram aumento no
emprego formal em
Jornalismo. O estado de
São Paulo apresentou
redução de 23,4% no
período, próximo da
média geral (-21,3%).
As
reduções percentuais
mais acentuada foram
registradas no Espírito
Santo (42,8%), em Goiás
(42,3%), no Amapá
(37,2%), em Santa
Catarina e no Rio Grande
do Sul, ambos com 34,7%.