Theresa Catharina de Góes Campos

 

 

 
O Ser Humano e a Natureza - Nova Acrópole DF

 

De: Nova Acrópole DF
Date: seg., 15 de abr. de 2024 
Subject: #99 - O Ser Humano e a Natureza
 

"Se vivermos de acordo com a natureza, nossas vidas fluirão harmoniosamente." – Zenão de Cítio

 

 Em comemoração à Semana da Mãe Terra, que nos traz a oportunidade de refletir e ouvir os conselhos da natureza, trazemos trechos de entrevista realizada pelo Prof. Fernando Schwarz com a Profª. Delia Steinberg Guzmán, presidente honorária da Nova Acrópole até seu falecimento, no ano passado, sobre a relação do ser humano com a natureza.

 

Fernando Schwarz (FS): Como podemos compreender e agir segundo as leis? Que leis?

Delia S. Guzmán (DSG): Vemos diariamente um sol que surge no horizonte e se esconde à tarde. Estamos acostumados às estações, ao seu percurso; estamos acostumados às tormentas e aos seus resultados, um vulcão que entra em erupção, o mar que avança e arrasa as praias. Pensamos que tudo isso acontece por acaso?

Faz falta paciência, contemplação e respeito por tudo o que vemos; não é simplesmente um conjunto de experiências, mas observar que as coisas que estão acontecendo, não acontecem por acaso. Isso é compreender a Natureza e descobrir suas leis. Uma forma sistemática de ação, da mesma maneira que as aceitamos para aqueles que chamamos seres vivos.

 

F.S.: Então, você pensa que a vida evolui com uma finalidade e que, portanto, não seria fruto do acaso?

D.S.G.: É impossível que a grandiosidade que nos é oferecida todos os dias pela terra, pelo céu que nos rodeia, seja fruto da casualidade. Se fosse uma casualidade, seria um desperdício.

Algo que diante de nós, de maneira clara e precisa, nos demonstra que tem ciclos, que esses ciclos se repetem, mas que nunca são exatamente iguais, nos demonstra que se dirige a uma meta.

Se tudo isso que se desenvolve ao nosso redor revela harmonia e uma direção permanente, o que me autoriza pensar em casualidade? Não seria melhor que pensássemos em buscar o porquê de todas essas coisas? Já não é uma questão de crença, é uma questão de lógica. O que vemos tem um sentido, tudo que tem um sentido, tem uma finalidade.

 

F.S.: Como integrar-se à natureza sem deixar de sermos seres humanos?

D.S.G.: Integrar-se à Natureza inteligentemente é uma maneira de conservar a integridade e a identidade. O ser humano pode e, de fato, forma parte da Natureza, mas também pode pensá-la, pode entendê-la, pode participar inteligentemente dela.

As pessoas creem que para não perder sua identidade devem diferenciar-se, porém, quando conseguirem entender a si mesmos, ser verdadeiramente o que são, encontrarão seu autêntico lugar na Natureza e nada o confundirá nem com pedra, nem com folha, nem com um cavalo.

 

  

Entrevista: A Filosofia, o Homem e a Natureza. Vale a pena conferir a entrevista completa do Prof. Fernando Schwarz com a Profª. Delia Steinberg Guzmán, que inspirou esta edição da newsletter.

Artigo: A favor da natureza. Guia prático. “O cuidado e a proteção da Natureza não são um patrimônio de nenhuma ideologia ou grupo humano. Deve ser responsabilidade e objeto de desfrute para todos, mas não pode se converter em algo imposto ou artificial ao cidadão, mas ser a consequência lógica de nossos atos. Tudo isso tem uma desvantagem de início...” Vale a pena conferir na íntegra.

Vídeo: Em que a filosofia contribui com o meio ambiente. Conversa entre os filósofos Lúcia Helena Galvão Maya e Roberto Pertile para celebrar o Dia Internacional da Terra no ano de 2023. O vídeo traz a visão filosófica para além de uma ideia racional e utilitarista, de como sacralizar o espaço e mudar a forma de se relacionar com o planeta.

Vídeo curtinho: O ser humano como meio e não como fim. Neste trecho de menos de 3 minutos, a Professora Lúcia Helena Galvão reflete sobre o papel do ser humano e sua contribuição para o desenvolvimento sustentável. 

Música: Dueto das Flores. Delibes. O Dueto das Flores é uma peça da ópera “Lakmé”, que se passa durante o Raj britânico na Índia no final do século XIX. No dueto, as personagens Lakmé e sua serva Mallika cantam enquanto colhem flores à beira de um rio. O dueto é conhecido por sua bela harmonia entre as vozes de soprano e mezzo-soprano. Ele simboliza a amizade e a cumplicidade entre Lakmé e Mallika, e a beleza das flores que as rodeiam.

Pintura: Piquenique na clareira da floresta. Friedrich Werner Ebel.  Ebel é conhecido por suas representações idílicas da natureza e da vida rural, muitas vezes incorporando figuras humanas em suas paisagens. A pintura captura um momento de inocência e alegria entre possíveis amigos ou família enquanto interagem com a natureza, participando de seu ritmo e beleza.

 

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