“Às vezes ouço passar o vento; e só de ouvir o vento passar, vale a pena ter nascido.” – Fernando Pessoa

Com frequência nos perguntamos o que vale a pena ser vivido, pois muitas vezes tropeçamos na já conhecida expressão “isso não vale a pena”.

É como se a vida nos pusesse diante de uma variada vitrine, na qual devemos escolher entre aquelas coisas que têm interesse para nós e as que nos importam pouco ou nada. Chama-nos a atenção o fato de que, não importa o que escolhemos, tudo implica penas e esforços, só que algumas coisas merecem esse esforço e outras não.

O que é, então, que vale a pena? Em geral, interessa deixar-se levar pela corrente, adaptar-se às opiniões aceitas, preencher com vazio as horas vazias, para que não se note que estão vazias. Vocações, investigações, autoconhecimento, amor, amizade… isso já não vale a pena, não rende nada em uma sociedade que quase não valoriza essas coisas.

Porém, se refletirmos um pouco mais, comprovaremos que existem coisas que sempre valeram e que continuam valendo a pena: são as que perduram, que não desaparecem rapidamente e que são nossas companheiras, tanto hoje como amanhã.

• Vale a pena nos reconhecermos como seres humanos com consciência, 
• pois o que se aprende neste sentido certamente perdura e ninguém 
• pode tirá-lo de nós.
• Quanto mais nos aproximamos – por razão ou por intuição – das 
• verdades importantes, das ideias estáveis e “de peso”, mais 
• seguros estamos de nós mesmos e isso, sim, vale a pena.
• Quanto mais conhecemos e compreendemos as pessoas e seus 
• problemas, mais afetos e amizades temos em nossa existência e, 
• ainda que não sejam duradouros em todos os casos, também valem 
• a pena.
• Dedicar a vida a uma ocupação útil para si mesmo e para os demais 
• é dar sentido à existência e isso também vale a pena, pois dura tanto 
• quanto nossos anos na Terra.

Esses são elementos duradouros, que podemos encontrar na tradição filosófica de todos os tempos e lugares e isso é algo que vale a pena ser vivido: A filosofia entendida como uma forma de vida.

Trecho do livro “O Herói Cotidiano: Reflexões de um Filósofo”, de Delia Steinberg Guzmán

 Poema:  Precisão. Clarice Lispector. “... O bom é que a verdade chega a nós / como um sentido secreto das coisas. / Nós terminamos adivinhando, confusos, / a perfeição.” Vale a pena conferir na íntegra.

Livro: Luz no Caminho. Mabel Collins, com prefácio de Lúcia Helena Galvão. Este livro é um farol que ilumina o percurso daqueles que caminham para atingir a sabedoria. Publicado pela primeira vez em 1885, foi considerado por H. P. Blavatsky como “uma verdadeira joia” para aqueles que buscam se aprofundar nos ensinamentos para a elevação da consciência.

Podcast: Conselhos filosóficos para estar de bem com a vida. A professora Lúcia Helena Galvão compilou 21 conselhos muito simples de aplicar (desde que se queira!) para ficar de bem com a vida e consigo mesmo, retirados das mais preciosas tradições da sabedoria universal, aproveite!

Filme: Orion e o Escuro. 2024. Animação da DreamWorks que conta a história de Orion, um menino medroso que teme o escuro mais do que tudo, mas o próprio Escuro decide levá-lo em uma aventura noturna para que ele possa superar suas inseguranças, enfrentar o medo e perceber o que vale a pena na vida. Disponível na Netflix.

Música: Sinfonia N° 25. Mozart. A Sinfonia No. 25 é uma das obras mais conhecidas e frequentemente tocadas de Mozart, facilmente reconhecível por seu triunfante e vivaz começo, podendo nos inspirar e energizar até nos dias mais frios e silenciosos do inverno.

Pintura: Sonho de Primavera. Adolphe-William Bouguereau. Esta é uma das mais belas obras do artista e um ótimo exemplo do talento de Bouguereau para capturar a beleza e a inocência em suas pinturas. Ele era conhecido por seu perfeito domínio da forma e da técnica que adquiriu durante anos de prática e treino incansáveis. 

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