De: Nova
Acrópole DF
Date: seg., 13 de mai. de 2024 às 06:30
Subject: #103 - Aprender a viver
“Deve-se aprender a viver por toda a vida e, por
mais que tu talvez te espantes, a vida toda é um
aprender a morrer” –
Sêneca
Essa máxima
sempre me chamou a atenção, me parecia estranha
essa ideia de que, para aprender a
viver, precisa saber morrer.
Mas o tempo
foi passando e fui procurando, nos
acontecimentos da vida, perceber e encontrar
fatos que me fizessem entender, ou pelo menos
tocar, o mínimo que seja dessa máxima.
Percebi que
estava levando a palavra morte ao seu máximo,
considerando que se referia Sêneca somente à
morte física. Entendo hoje que não.
O filósofo
fala das diversas mortes que passamos ao longo
de nossas vidas. Ao final de cada dia que se
encerra, morrem as oportunidades que
tivemos nele de sermos generosos,
honrados, corajosos, virtudes dignas do Ser
Humano.
E ao final
de cada ciclo de vida virá – aí sim – a nossa
morte física, que da mesma forma nos encerra a
oportunidade de termos sido símbolos, a
oportunidade de termos nos aproximado
mais do arquétipo divino, de termos construído a
nós mesmos.
Então fica
mais claro que, se aprendemos a morrer,
aprendemos a viver.
Pois assim,
conscientes dessas diversas mortes que virão, e
virão com certeza, viveremos mais profundamente
cada fase, viveremos com mais atenção e
consciência cada momento, cada dia.
Não
deixando passar uma oportunidade, que seja, de
refletir o que há de divino em nós e
em nossas ações!
Texto da Nova Acrópole
Livro:Sobre
a brevidade da vida. Sêneca.
Um ensaio moral que traz poderosas reflexões
acerca da morte, da natureza humana e da arte de
viver. Tido como um dos mais consagrados textos
da filosofia estóica, seus princípios de
sabedoria, embora escritos há mais de dois mil
anos, continuam proporcionando grandes lições na
atualidade.
Apreciação poética:Passagem
das horas. Neste
vídeo emocionante a cantora Maria Bethânia
declama um trecho do poema “Passagem das horas”
de Fernando Pessoa, que faz parte do Livro dos
Versos de Álvaro de Campos (heterônimo do
autor).
Podcast:Sêneca
e a excelência do tempo. Haveria
uma forma de aproveitar melhor o tempo? O
filósofo estóico Sêneca ensina, por meio de uma
série de obras, que é na construção de si mesmo
que o Ser Humano pode melhor utilizar o tempo.
Participantes: José Roberto e Danilo Gomes.
Música: Danse
Macabre. Camille
Saint-Saëns. Esta obra foi inspirada na alegoria
medieval da Dança da Morte. A peça conta a lenda
da noite de 31 de outubro, momento em que a
Morte ganha o poder de tirar os mortos de seus
túmulos e fazê-los dançar até o amanhecer.
Apesar de ser uma história de terror,
Saint-Saëns dá um tom leve, quase cômico, à
composição. Sua obra também nos lembra, através
da música e da arte, da beleza contida na morte
que, neste caso, é transformada em uma dança,
uma celebração da vida e dos ciclos da natureza
que a mantém em constante movimento e evolução.
Pintura:Jovem
mulher ante o fiorde. Hans
Dahl. Conhecido por suas paisagens norueguesas
de tirar o fôlego com fiordes de lados íngremes
e vales amplos, o artista consegue capturar a
alegria e leveza com que diversas tarefas
essenciais são desempenhadas pelas pessoas à sua
volta. Nesta pintura, Dahl registra com beleza
um singelo momento, podendo ser quando uma jovem
para o que está fazendo para apreciar a bela
paisagem ou, quem sabe, quando observa alguém
que conhece a navegar pelo fiorde.
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