Theresa Catharina de Góes Campos

 

 

 
LUÍZA CAVALCANTE CARDOSO:

Eva Cassidy - quando a beleza vem ao nosso encontro na forma de um canto tão perfeito!

De: LUÍZA CAVALCANTE CARDOSO <luizaccardoso@gmail.com>
Date: sex., 24 de mai. de 2024
Subject: evaEVA

Quando os primeiros acordes de “Over the Rainbow” se espalham e Eva começa a cantar, a suavidade de sua voz, a harmonia e interpretação única começam a mexer com nossa sensibilidade. É muito difícil ouvir toda a música sem se deixar envolver pela beleza nostálgica do canto. Como se a realidade em nossa volta se afastasse ou desaparecesse, para nos deixar a sós com Eva e seu mundo melódico. Pleno de encanto, de uma tristeza antecipada da qual não sabemos a causa. Nunca consegui ouvi-la sem me emocionar.

Eva foi predestinada a viver a beleza da arte. Desde criança seu talento musical se revelava. Adorava música e harmonia e aprendeu violão com seu pai. Por timidez deixou a banda formada por seus familiares. Aos 18 anos iniciou sua carreira profissional com a banda “Easy Street”. Durante sua trajetória participou de outras, até que em 1990, com o baixista e produtor Chris Biondo, criou a “Eva Cassidy Band”. Com a qual passou a se apresentar regularmente na região. Tornando-se conhecida em Washington DC e Maryland. Eva recebeu dois prêmios em 1992: o Wammi da Comunidade Musical de Washington e o Vocalist Jazz Traditional.

 Recusou - se a fazer muitos contratos com gravadoras porque exigiam limitá-la a um só estilo. Retirando sua liberdade de passear pelo jazz, blues, folk, gospel e pop music. Dela diziam que possuía uma voz de expressão e controle interpretativo, com cada canção feita de maneira única. Em 1996 gravou seu primeiro álbum “Live at blues Alley”. No mesmo ano, em julho, foi diagnosticada com câncer, de um melanoma em metástase. Morreu em novembro, com 33 anos.No começo de 2001 a BBC divulgou o álbum “Songbird”, que alcançou o primeiro lugar nas paradas, alcançando a maior vendagem na Grã Bretanha. Em 2002 lançaram o álbum “American Tune” e o jornal inglês Daily Telegraph proclamou-a como protagonista “da mais memorável carreira póstuma na história da música pop.

” Talvez porque quem ouve Eva Cassidy não a esquece.

A limpidez e doçura de sua voz, a maravilhosa permanência de seus agudos, o controle e excepcional interpretação nos levam para mundos desconhecidos. Que nos colocam diante da vida incomum, que não tem relação com nossa rotina, com nossas preocupações menores. É algo mais que acontece. Como um encontro de seres humanos imersos nas questões fundamentais que nos cercam e nos fazem frágeis, mas abertos à beleza. Que transcende o conhecimento e nos transformam em caminhantes da vida, lado a lado. Assim, Eva espalhava sua doçura, inteligência e a beleza de sua voz de uma forma independente, distanciada, nos olhando de longe. Talvez por timidez, que foi sua característica. É como se nos convidasse apenas a caminhar. Mas que caminhos a percorrer, quando a beleza vem ao nosso encontro na forma de um canto tão perfeito! (05/2024/luiza)

 

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