De: Nova
Acrópole
Date: seg., 10 de jun. de 2024
Subject: #107 - Como viver o dia
perfeito
“Veja o
mundo num grão de areia, veja o céu em um
campo florido, guarde o infinito na palma da
mão, e a eternidade em uma hora de vida” –
William Blake
Estamos
acostumados a acreditar que a perfeição não
existe na vida humana; de fato, se
considerarmos uma vida como um todo, ela é,
pelo menos para o nosso nível mediano de
desenvolvimento, uma impossibilidade, pois
significaria ter vivido todos os momentos de
uma existência de
forma plena e dando o melhor de
nós.
Estamos
longe de ter conquistado algo assim pela
vida toda, mas não é mau tê-lo como meta a
ser alcançada algum dia.
Isso
não significa que desistimos da perfeição:
podemos lutar por ela o máximo de tempo que
nossa atenção nos permitir, procurando estar
inteiros no aqui e no agora,
percebendo todos os seus detalhes e
interagindo e respondendo à vida da forma
mais humana possível.
Por
exemplo, você, neste momento em que me lê:
consegue conter um pouco de seus pensamentos
intrusos para perceber em
profundidade cada palavra que é
lida? Pois se você julga que este simples
artigo é digno de ser lido, isso merece ser
feito com o máximo da sua atenção, pois tudo
aquilo que consideramos digno de receber um
pouco de tempo das nossas vidas, deve
desfrutar deste tempo da forma mais íntegra
possível. Se ele não é digno de sua melhor
atenção, então, é melhor não lê-lo.
Mas há
algo que eu posso te garantir: todos
os momentos do seu dia de hoje,
desde o despertar até agora, eram dignos de
serem vividos com intensidade; senão, a
própria lei da vida teria tirado estes
momentos de você, pois a vida não deixa
vácuos.
Sim,
todos os momentos, inclusive aquele em que
você abriu os olhos pela manhã e vislumbrou
o raio oblíquo de sol que atravessava a
fresta da janela e tocava em seus lençóis; era
a luz, mensageira da vida, dizendo
que não havia desistido de você e que mais
uma página em branco, uma chance de
recomeçar, esperava por você lá fora.
Se não
percebeu esse recado, significa que
desperdiçou seu primeiro momento. Se, após
se colocar de pé e saudar o novo dia, você
não aproveitou para forrar sua cama da
maneira mais perfeita possível, explorando o
melhor das suas possibilidades, você
perdeu a primeira oportunidade do dia de
trazer beleza ao mundo... E assim por
diante.
Conta
uma história que havia um homem que gostava
de conhecer novas cidades e, além disso,
possuía um hábito estranho: sempre visitava
o cemitério das cidades novas que conhecia.
Um dia,
ao chegar ao cemitério de uma pequena
cidade, notou algo estranho nas lápides: não
havia escrito, como de praxe, a data de
nascimento e morte de cada pessoa, mas, ao
invés disso, havia inscrições de prazos de
tempo do tipo “seis meses”, “duas semanas”,
“seis semanas” e assim por diante.
Intrigado com aquele fato, o homem procura
algum antigo morador daquela cidade para
indagá-lo sobre a razão daquelas misteriosas
inscrições, e encontra um ancião que lhe
explica: “É que aqui temos o hábito de anotar
apenas o tempo em que a pessoa realmente
viveu, e não aquele em que ela só
sobreviveu...”
Acho
que não é uma sugestão tão mórbida
imaginarmos: se a morte nos surpreendesse
agora, quanto tempo ficaria escrito em nossa
lápide? Fazer essa reflexão agora, enquanto
ainda há tempo pela frente, pode
nos favorecer muito em promover uma mudança
de postura a partir deste momento, buscando
torná-lo perfeito.
Afinal
de contas, dias perfeitos dependem apenas de
dois ingredientes: consciência e
vontade. Um bom dia para você!
Lúcia
Helena Galvão
Evento em Brasília:Como
viver o dia perfeito. Palestra
presencial da Profa. Lúcia Helena Galvão,
com o tema que inspirou esta edição da
newsletter: “Como viver um dia perfeito”,
acontece na sexta-feira, dia 21 de junho, às
19h30, no Teatro da Unip em Brasília, não
perca!
Filme:Dias
perfeitos. Acompanha
a história de Hirayama, um homem de meia
idade que vive sua vida de forma modesta.
Sua forma de viver é revelada ao espectador
por meio das músicas que ouve, dos livros
que lê e das fotos que tira das árvores. À
medida que o tempo passa, encontros
inesperados começam a surgir revelando seu
sentido de vida. Disponível no PrimeVideo.
Podcast:Sobre
a necessária busca da felicidade.A
felicidade pode ser vislumbrada por diversos
pontos de vista, tão variáveis que por vezes
a sua busca pode se perder, ao ser associada
a elementos temporais e passageiros, como a
simples ideia de conforto e satisfação.
Participantes: Hinaldo Breguez e Pedro
Guimarães.
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