Foto: Reprodução/ Quaest
Segundo a pesquisa, o discurso de Lula ressoa bem em boa parte da população, ainda que seja impraticável ou enganoso. Para 90% da população, o “salário mínimo deve ser aumentado todo ano acima da inflação”. Para 87%, os “juros no Brasil são muito altos” — o fato de o próprio Lula ter dificultado a redução da taxa básica ao longo de todo o governo não entrou em questão.
Além disso, para 83% dos pesquisados, “carnes consumidas pelos mais pobres deveriam ter isenção de imposto”. A picanha prometida na campanha entraria nessa conta? Para finalizar, 67% concordam com Lula que “o governo não deve satisfação ao mercado, mas aos mais pobres”, seja lá o que isso quer dizer.
Banco Central
Quando o assunto é Banco Central, 66% concordam com as reclamações de Lula sobre a política de juros. Por outro lado, a maioria de 53% acredita que o presidente do BC tende a se guiar por critérios técnicos na condução da instituição.
Ao analisar os resultados da pesquisa, o diretor da Quaest, Felipe Nunes, disse que “embora seja impossível determinar uma única razão para o crescimento na aprovação do governo, a melhora na percepção da economia entre os mais pobres (diferença entre melhorou e piorou saiu de -1 para +13 entre fev e jul/24) sugere que uma parte da explicação possa estar ai”.
Ele também destacou as entrevistas recentes do petista: “A maior presença de Lula no noticiário, com uma postura de enfrentamento e embate com o Banco Central e os juros também são relevantes nesta pesquisa. No total, 41% dos brasileiros souberam de alguma entrevista recente que Lula concedeu para rádios nas cidades que visitou”.
O estrago do discurso de Lula para a economia brasileira foi reconhecido até por seus próprios subordinados, que o levaram a prometer uma política econômica “sem causar sobressalto” após o presidente ter causado uma série de sobressaltos. Se a maior parte da população brasileira não conseguiu entender o que aconteceu, ótimo para Lula, péssimo para o Brasil. |