Como mostramos nesta quarta-feira, 10, o Tribunal de Contas da União (TCU) decidiu suspender a megalicitação da Secom de R$ 197 milhões para a contratação de uma empresa de comunicação e gestão de redes sociais.
Na decisão, o ministro relator do caso, Aroldo Cedraz, afirmou que a antecipação do resultado da megalicitação por O Antagonista é um fato de “extrema gravidade”. A Secom negou qualquer ilegalidade no processo.
“Ainda que seja relevante perquirir a presença do perigo na demora reverso, como sinalizado pela unidade, tenho que os fatos narrados nesta representação, por si só, revestem-se de extrema gravidade e demandam atuação imediata desta Corte a fim de evitar que se concretize contratação possivelmente eivada de vício insanável, ou mesmo por fato típico a ser apurado na esfera competente”, diz o ministro no despacho.
A decisão foi tomada após representação impetrada por deputados do Novo e da oposição a partir de reportagens de O Antagonista. Leia agora a cronologia do caso:
17 de abril
Diante da primeira notícia de que haveria uma megalicitação da Secom, O Antagonista fez questão de manifestar sua desconfiança:
“Quando ouve falar em 200 milhões de reais do governo do PT para agência de publicidade, O Antagonista lembra que, no mensalão, a propina era escoada para os bolsos dos parlamentares a partir de contratos com uma agência de publicidade, comandada por Marcos Valério”, alertou o site.
“Em 2005, o publicitário Duda Mendonça, marqueteiro de Lula em 2002, admitiu à CPI dos Correios ter recebido 10,5 milhões de reais de Marcos Valério em um paraíso fiscal no exterior. Posteriormente, foi descoberto que o uso de contratos de publicidade para fins ilícitos ocorreu também quando João Paulo Cunha (PT-SP), ex-presidente da Câmara, recebeu 50 mil reais para dar ‘tratamento privilegiado’ a Marcos Valério em licitação vencida pela agência de publicidade SMP&B, pertencente ao empresário mineiro”,
lembramos na época.
“Além de Valério, os publicitários Cristiano Paz e Ramon Hollerbach e o ex-diretor de marketing do Banco do Brasil Henrique Pizzolato desviaram mais de 70 milhões de reais do BB”, fizemos questão de alertar.
23 de abril
– Por volta das 21h, o jornalista de O Antagonista Wilson Lima publica a mensagem cifrada no X – antigo Twitter (post abaixo) com as vencedoras do certame, cujos envelopes deveriam ser abertos só no dia seguinte. A mensagem era a seguinte: “PP = AD+M+BRplus+US”. PP significava Paulo Pimenta, então ministro-chefe da Secom. AD é Área Comunicação; M é Moringa, BRPlus é BR Mais comunicação e US é Usina Digital. |