Theresa Catharina de Góes Campos

 

 

 
LUÍZA CAVALCANTE CARDOSO: VEXAME NACIONAL!



De: LUÍZA CAVALCANTE CARDOSO <luizaccardoso@gmail.com>
Date: sex., 12 de jul. de 2024

VEXAME NACIONAL!

Notícias nos jornais nos dão conta de que, pedir para o mundo parar e dele desembarcar, parece uma boa opção. Desde que o mundo seja nosso ambiente político e nosso capitalismo de meia tigela. Assim são os fatos por este nosso país cheio de políticos e empresários com um desejo: o enriquecimento sem critérios. Então, a nossa Câmara Federal concede a seus Partidos o perdão de suas dívidas tributárias e refinanciamento de outras multas. Relacionadas a erros e desvios nas prestações de contas e o não cumprimento das cotas destinadas às mulheres, aos negros e pardos. Trata-se de legislar em causa própria, o que antigamente parecia ilegal. E, descaradamente, premiar os erros. Segundo Luiz Carlos Azedo em sua coluna “Nas entrelinhas” do Correio Braziliense de hoje, 12/07, a Transparência Partidária estima que o montante total das multas pode chegar a R$ 23 bilhões”. Apenas dois Partidos, O Novo e o Psol, se manifestaram contra.

Se somarmos os gastos de recursos públicos com os Fundos Eleitoral e Partidário, as emendas parlamentares com previsão de R$ 53 bilhões para 2024 e os recursos não pagos ao Tesouro Nacional pelo perdão de erros e desvios em contas partidárias, a cifra é astronômica. Quais os objetivos? Estimular o parasitismo dos partidos, talvez a corrupção, com as burras cheias de nossos impostos; fazer propaganda (antidemocrática) dos que querem a reeleição. Enquanto o poder econômico continua a financiar campanhas eleitorais. Façam as contas do prejuízo! Só o perdão das dívidas e os recursos para as emendas chegam a R$ 76 bilhões. Comparem a natureza dos gastos! Sabem quanto custou a construção de um complexo habitacional no DF com seis conjuntos de apartamentos gratuitos para o pessoal de baixa renda? R$ 71 milhões. E pasmem! Os parlamentares estão em conluio para maior controle do Orçamento Federal, extrapolando de sua função constitucional de fiscalizar e corrigi-lo. Em detrimento do Executivo, cuja função é a governança. Onde estão a sociedade e a Justiça?Lembrando que a Reforma Tributária começa a ser regularizada com tantas isenções e diminuição de impostos que parece uma colcha de retalhos mal ajambrada. Contendo os mil e variados interesses dos grupos no poder. Aos quais se submetem nosso Parlamento. Mesmo que a conta, ao final, seja paga pela sociedade como um todo. Além do incrível número de setores da economia com privilégios tributários, agora querem desonerar os Planos de Saúde para Bichos. Quem pode pagar os planos? A classe mais alta. Por todos os deuses! Isto é somente burrice ou inclui loucura? Para completar, porque desgraça pouca é brincadeira, nossa vergonha subiu aos píncaros! O Instituto Internacional de Desenvolvimento Gerencial (IMD), uma das principais escolas de negócios da Suíça, realizou um estudo com profissionais de 67 países. Os executivos brasileiros estão na última posição em termos de bagagem cultural e educacional. Vexame, foi como Segalla qualificou tal constatação. Aproveitei no título do meu texto. Esta é a nossa elite! (Coluna Mercados S/A de Amauri Segalla, Correio Braziliense)

Não há o que comentar, a não ser a necessidade inadiável de uma ampla e forte reação dos grupos organizados da sociedade civil. Disposta a pensar o Brasil para si e seus descendentes. Pois a pretensa institucionalidade do controle do Poder Legislativo sobre o Executivo, sob várias formas e privilégios, fere de morte a harmonia entre eles e, consequentemente, o desenvolvimento do processo democrático brasileiro. (07/2024/luiza)

 

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