Theresa Catharina de Góes Campos

  GERENCIAMENTO SEM FRONTEIRAS
Faustino Vicente*

Entre os e-mails que recebemos sobre um de nossos artigos - Dinheiro Motiva? - destacamos as seguintes colocações: "...exerço minha profissão numa empresa que é muito boa para trabalhar. Tem muitos benefícios, mas infelizmente dá poucas oportunidades de crescimento. Os empregados estão desmotivados por não verem futuro profissional. Muitos estudam, mas mesmo assim quando surge uma vaga é raro pegarem quem já trabalha lá. Trabalho na empresa há quatro anos, estou estudando,faço cursos,mas ainda não consegui um cargo melhor. Sou líder de área, sou muito elogiada por todos,mas é só. Os gerentes acham que só os prêmios são suficientes para motivar."

"Trabalho numa empresa, que não é pequena, mas a chefia é centralizadora.Aqui vale a máxima: quem pode manda, quem tem juízo obedece.Quero participar,sentir que sou parte da organização,quero interagir." Essas manifestações nos levam a refletir sobre um tema da mais alta importância para recursos humanos. É inquestionável que as fantásticas inovações tecnológicas, das últimas décadas, provocaram transformações estruturais em todos os segmentos da sociedade, desde o mundo dos negócios e até as relações interpessoais. Como exemplo passamos a destacar os meios de transmissão das olimpíadas - o maior espetáculo da terra.


A primeira olimpíada dos tempos modernos foi realizada em Atenas (1896), e, a tecnologia da época era o telégrafo. Paris (1924), rádio. Berlim (1936), cinema. Helsinque (1952), placares eletrônicos. Roma (1960), televisão e telex. Tóquio (1964), cronômetros eletrônicos e células fotoelétricas. Munique (1972), transmissão de TV via satélite e em cores. Seul (1988), fax. Atlanta (1996), telefone celular. Em Sydney,(2000), a novidade foi a sedutora Internet. Ela ditou um novo estilo de relações em todos os segmentos. Há um evidente descompasso entre o progresso material do mundo e a melhoria das relações interpessoais no trabalho. Esta evoluiu timidamente. Em alguns aspectos a tecnologia aproximou distâncias e distanciou proximidades. Para motivar os funcionários é preciso melhorar a comunicação interna e fazer com que o corpo gerencial da empresa pratique,diuturnamente, a liderança compartilhada.É dividindo que se soma.

Ao longo do nosso trabalho de consultoria temos desenvolvido pesquisas com grupos dos mais variados segmentos e,no topo do ranking das necessidades humanas, aparece com acentuada pontuação o anseio dos funcionários em revelar e desenvolver as suas competências e as suas habilidades. Para ir de encontro a essa expectativa dos colaboradores, uma das estratégias mais eficazes reside na implementação de um sistema que consolide o espírito de equipe. Exemplo? Os fundamentos do vôlei. A globalização, que trouxe na carona, o acirramento da competitividade internacional exige estratégias que conciliem interesse dos acionistas - lucro - e sonho dos funcionários - construir uma carreira bem-sucedida e duradoura.

A implementação do SEI - sistema de excelência interativa - oferece aos funcionários a liberdade de dar idéias que tenham como objetivos a melhoria contínua da qualidade, o aumento da produtividade, a "lipoaspiração" dos custos e a harmonização do clima organizacional. São esses fatores estratégicos que tornam o ambiente de trabalho prazeroso, encantam os clientes e "oxigenam" a lucratividade. Esse sistema prevê o envolvimento, a conscientização, a capacitação e o comprometimento de todos os dirigentes e funcionários - do presidente ao servente. Nas empresas de classe mundial não há lugar para funcionários, todos são gerentes.

O executivo que tiver a ousadia, e a humildade, de descentralizar o poder decisório agregará valor à sua biografia e ganhará a medalha de ouro olímpica em gestão de recursos humanos - o respeito, a estima e a admiração de seus funcionários.

* Faustino Vicente - Consultor de Empresas - e-mail: faustino.vicente@uol.com.br - tel.(011) 4586.7426 - Jundiaí (Terra da Uva) - SP
 
 

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