E a narrativa?
No momento em que admitir que Maduro fraudou a eleição, o governo Lula reconhecerá automaticamente o que já deveria ter reconhecido há meses: não há democracia na Venezuela, e não é de hoje, não é desde 28 de julho, quando a oposição foi impedida de acompanhar a apuração dos votos.
Faz bem mais de uma década que a Venezuela não sabe o que é democracia, mas Lula recebeu Maduro com pompas de chefe de Estado em maio de 2023, há pouco mais de um ano, e lhe deu uma dica pública de como lidar com o que ele considerava críticas injustas aos desmandos do regime.
"Companheiro Maduro, é preciso que você saiba a narrativa que se construiu contra a Venezuela, da antidemocracia, do autoritarismo”, disse Lula ao lado de Maduro, em entrevista coletiva, completando: "É preciso que você [Maduro] construa a sua narrativa. E eu acho que, por tudo que nós conversamos, a sua narrativa vai ser infinitamente melhor“.
A narrativa que Maduro encontrou para explicar a fraude eleitoral é que o “Golias Elon Musk” foi responsável pelo “primeiro golpe de Estado cibernético na história da humanidade”. Será que cola, Lula? |