Abstraídas as diferenças entre
todas as mulheres do Banco
Central, permanece pelo menos um
fato comum. Em 8 de março, todas
comemoram, com as demais
mulheres do planeta, o Dia
Internacional da Mulher.
O BC conta, atualmente,
com 861 servidoras. É pouco em
relação ao número de homens, que
são 3.740, mas elas têm muita
representatividade. Dentre todas
essas mulheres, Maria Goreth,
chefe adjunta no Deaud, e Maria
Silva de Souza, auxiliar de
serviços gerais no
Edifício-Sede, em Brasília,
podem bem servir como exemplo.
Mesmo com funções distintas, são
imprescindíveis para a formação
e conservação da imagem do Banco
Central.
Maria Goreth trabalha
no BC há dez anos, sempre na
área de Auditoria. Hoje, é chefe
adjunta do Deaud. Goreth, como
prefere ser chamada, nasceu em
uma família de quatorze irmãos e
sempre teve apoio do pai para
estudar, trabalhar e encontrar o
seu lugar na sociedade. É
contadora, com pós-graduação em
Auditoria, Mestra em
Controladoria e Contabilidade e
professora universitária. Para
ela, é natural que as mulheres
ocupem cargos de chefia.
"Assumir esses cargos é uma
decorrência natural, há mais
independência da mulher, no
sentido de que ela busque os
próprios caminhos". Afirma
Goreth.
A servidora, que tem
dois filhos, considera difícil a
tarefa de assumir,
simultaneamente, cargo de
chefia, pois sempre falta tempo
e energia para a família. "O que
me dá um certo conflito e um
pouco de ansiedade é conciliar o
trabalho e os filhos. Às vezes a
gente tem até horário, mas não
tem a energia que gostaria".
Outra dessas mulheres
do BC é Maria Silva de Souza,
auxiliar de serviços gerais que
trabalha no BC há sete anos.
Casada, com quatro filhos, ela
rememora a tristeza de não ter
tido a chance de estudar. "O que
eu mais desejo na vida é
estudar, mas, por ter tido
quatro filhos, um atrás do
outro, não tive essa chance. Eu
só tenho a 5ª série e quero
poder um dia concluir os meus
estudos, porque nunca é tarde
pra voltar à escola", afirma.
Elas por elas
No Banco Central, as
mulheres representam 24% do
quadro de servidores. Hoje,
apenas uma tem a função
comissionada de chefe de
unidade, e outras duas ocupam o
cargo de consultora da
Diretoria. Carolina de Assis
Barros, consultora na Dirad,
alegra-se com o fato de as
mulheres ocuparem cargos de
chefia. "Eu vejo com bons olhos
o fato de que cresce, mais e
mais, o número de mulheres que
ocupam cargos de chefia. O mundo
das organizações se acostumou
com o jeito masculino de
gerenciar. Não que o feminino
seja melhor que o masculino ou
vice-versa – são estilos bem
diferenciados, cada qual com
seus pontos positivos e
negativos. À medida que as
mulheres chegam a esses postos,
conhece-se um jeito novo de
gerenciar, um estilo novo", diz
Carolina.
Para Carolina, o Dia
Internacional da Mulher é uma
data para ser lembrada. "Uma
data para se lembrar e agradecer
a presença das mulheres que nos
são muito queridas. Mulheres que
fizeram e fazem diferença em
nossa vida: mães, amigas, avós,
colegas de trabalho. A data
também vale para relembramos as
conquistas feitas pelas mulheres
ao longo da história."
Dia das Mulheres
O
Dia Internacional da Mulher foi
estabelecido em 1910, por Clara
Zetkin, militante do movimento
operário. A data foi criada para
relembrar a tragédia ocorrida em
1857, em uma fábrica nos Estados
Unidos. Nesse episódio, as
operárias da fábrica promoveram
manifestação contra as péssimas
condições de trabalho em que
viviam. Reivindicaram algumas
melhorias, como diminuição na
jornada de trabalho e
licença-maternidade. O resultado
catastrófico é que 129 delas
foram mortas carbonizadas, em
ação desencadeada pela polícia
para conter a revolta.
(Ana Carolina Oliveira)