Theresa Catharina de Góes Campos

 

 

 
" Testamento ", de Denys Arcand

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A ESTUPIDEZ DO MUNDO ATUAL - Reynaldo Domingos Ferreira

Um filme que não pode passar despercebido é " Testamento ", de Denys Arcand, canadense, premiado com o Oscar por "Invasões Bárbaras " (2003). Desta feita, ele satiriza a sociedade atual, de forma que sirva, tanto para o seu país, como, acredito, para muito outros, inclusive o nosso.

A ambientação é a de um casa de apartamentos para idosos, em Québec, onde habita Monsieur Bouchard ( Rémy Girard), de 70 anos, escritor de livros, ja esquecidos, mas que, de repente, se vê lembrado para uma premiação, de cartas marcadas, naturalmente, como acontece por aqui, em que as grandes vencedoras são mulheres, publicadas por algumas editoras, as quais certamente patrocinaram o concurso.

Sentindo-se como um estranho no ninho, ele comparece à premiação, em que se sente um tanto humilhado, pela maneira grosseira, como é tratado pelas grandes vencedoras, uma das quais é fortemente aplaudida pela plateia por haver escrito, segundo o anunciante da premiação, uma obra-prima, intitulada " Vaginas Ardentes ". Na hora em que vai ser servido o coquetel, numa outra sala, ele é, entretanto, impedido de lá entrar, por ser homem, e maior de trinta e cinco anos.

Toda a narrativa é feita por ele próprio, que mostra, a sua habitação constantemente cercada por manifestantes, de esquerda, que protestam, veementemente, contra um mural, nela existente, em que os primeiros habitantes,do país, selvículas, usam vestimentas, inadequadas, à moda francesa, dos colonizadores.A questão vai até ao Parlamento.
Ele também se surpreende, quando a diretora ( Sophie Loran ) vem anunciar aos presentes, que uma das moradoras não mais deseja ser tratatada por Sthefanie, mas Stepan, masculino. E ele se se manifesta a ela saudoso dos tempos de outrora, em que viveu, quando os homens eram homens e mulheres eram mulheres.

E vai por aí, até que Arcand não se esquece tambem de fazer a fina comparação de uma música erudita, executada, ao piano, brilantemente. ao início, por um idoso morador, que contrasta vivamente com a estridente barulheira executada por uma banda de percussão, que se exibe durante os créditos finais da película.
Vale a pena, pois, conferir. Reynaldo D. Ferreira
 

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