"A
verdadeira liberdade é um estado interior; é a
liberdade do desejo e do medo, da ânsia de
apoio, de todo tipo de influência que seja uma
distorção da clara visão da verdade.”
Sri
Ram
Segundoalgumas
definições, Independência é a "desassociação de
um ser em relação a outro, do qual dependia ou
era por ele dominado". ” É o estado de quem ou
do que tem liberdade ou autonomia".
E
parece que o ser humano tem uma ânsia pela
liberdade!
Por isso,
costumamos celebrar muitas formas de
independência. Por exemplo, a independência de
um País, que deixou de ser submisso a outro e se
tornou soberano política e economicamente.
Também individualmente celebramos as diversas
etapas de uma independência física, como uma
criança que dá seus primeiros passos sozinha ou
um enfermo que consegue restabelecer sua
autonomia para fazer coisas básicas. Celebramos
a tão esperada independência financeira de
nossos pais, e quando podemos finalmente decidir
sozinhos sobre o que vamos fazer ou deixar de
fazer.
Mas
às vezes esquecemos de conquistar e celebrar
aquela que talvez seja a mais valiosa: nossa
independência sobre as circunstâncias.
O quanto
somos dependentes ou dominados pelos
acontecimentos?
Dependemos
de quais situações para sermos felizes?
Quanto
somos realmente livres para pensarmos por nós
mesmos?
Será que
nos preocupamos excessivamente com o que os
outros pensam de nós?
Somos
colonizados por quais vícios e defeitos
internos?
Quais medos
me limitam?
O quanto
estamos presos ao nosso passado?
Diferentes
tradições humanas nos indicam que a
evolução consiste em sermos cada vez mais nós
mesmos. Para isso, precisamos nos
libertar de todos esses condicionamentos, e
caminhar em direção àquilo que somos mais
intimamente.
Temos que aprender a ouvir o chamado de nossa
alma prisioneira, que clama por sua
independência, por voltar a voar. E isso podemos
conquistar, e cada passo dado nessa conquista de
nós mesmos deve ser celebrado.
Imagine deixar fluir o que temos de melhor sem
restrições!
Imagine poder estar sempre de coração presente e
aberto, independentemente das circunstâncias!
Imagine poder amar sem restrições, e ter como
Amo apenas nosso próprio Ser!
Esse parece ser o sonho oculto de todo ser
humano: a nossa verdadeira independência.
Julia Camarotti, Aluna
e professora da Nova Acrópole - Lago Norte-
Brasília-DF
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Música:Final
Chorus from Beethoven's Fidelio.Uma
ópera composta por Beethoven quando já estava
surdo, o que nos faz refletir sobre o poder da
verdadeira independência.
Livro: A
Arte de Viver - Edição com prefácio de Lucia
Helena Galvão Maya.Um
livro com ensinamentos de Epíteto, nascido
aleijado e escravo de uma rica família romana,
ele teve acesso à educação quando criança,
especialmente às aulas do estóico Rufo. Ele
conseguiu sua alforria e começou a ensinar
filosofia em Roma pouco depois da morte de Nero,
onde viveu até que fosse expulso, junto com
todos os outros filósofos, por Domiciano. Depois
disso, Epíteto foi para a Grécia, onde fundou
uma escola de filosofia e ensinou até sua morte.