Theresa Catharina de Góes Campos

 

 

 
Reynaldo Domingos Ferreira: UM GOLPE DE SORTE EM PARIS




De: Reynaldo Ferreira <reydferreira@gmail.com>
Date: qua., 16 de out. de 2024

UM GOLPE DE SORTE EM PARIS

Os produtores da película, Um Golpe de Sorte em Paris, investiram pesado, em sua realização com o objetivo, certamente, de incentivar o turismo em Paris, o que já é uma das maiores - , senão a maior, - fonte de renda da bela cidade,Capital da França.
Sem poderem contar atualmente com cineastas franceses de expressão internacional - a não ser talvez François Ozon -, decidiram convidar Woody Allen, perito em projetar, em seus filmes, os cenários de Nova York, a cidade de seus sonhos, o qual não só se incumbiu de escrever o roteiro, como criou uma linguagem cinematográfica, de ritmo fluente cínica, mordaz, para narrar um drama - senão uma tragédia - ambientada, na alta burguesia, no grand monde parisiense.

E é, com certeza, o belo efeito dessa linguagem, pontilhada por uma trilha sonora adequada, maravilhosa, um diálogo gracioso, repleto de citações literárias, como Ana Karenina, de Tolstoi, e a poesia de Jacques Prévert, que torna o filme tão atraente, de admirável apreciação.

Além disso,Woody Allen soube escolher um elenco de atores internacionais de excepcional qualidade, no qual se destaca Melvil Poupaud, de extensa, admirável, filmografia, que nos presenteia, como sempre, com uma admirável performance, possivelmente uma das melhores do ano.

A história a ser narrada se inicia numa das belas avenidas de Paris, onde se dá, depois de muitos anos, o inesperado reencontro de dois ex-colegas em um colégio, em Nova York - a cidade que, como já disse, não sai do pensamento de Woody Allen -, ele, um escritor, recém-chegado a Paris, que está preparando um novo romance, a ser lançado brevemente e ela, que trabalha numa loja de leilão de artes.

Logo, os dois, comendo um sanduíche de baguete, em um dos parques da cidade, revelam, um ao outro, o estágio em que se encontram suas vidas: ela, casada com um homem de negócios, de passado um pouco tenebroso, em busca de dinheiro - pelo que se fica sabendo, segundo os comentários, que se sucedem, em paralelo, nas altas rodas da cidade -, mas que a ama ardorosamente; ele, divorciado de uma também ex-colega do colégio nova iorquino, que ele escolheu à falta dela, seu amor verdadeiro, conforme confessa, que havia voltado para a França. Ela recebe, com surpresa, a revelação, mas não fica de todo indiferente à questão, deixando entrever a ele que pensaria no assunto.

É a partir daí que se desenrola toda a história, da qual se serve Woody Allen para mostrar um rápido, fugaz espelho - de final um tanto quanto inesperado - dos altos e baixos, da sordidez mesmo, das relações humanas, o que vale a pena, a meu ver, conferir, Reynaldo Domingos Ferreira
 

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