O resultado pífio nas eleições municipais escancarou o apagão que a esquerda brasileira está atravessando. Incapaz de atualizar suas bandeiras, essa corrente perdeu a conexão com boa parte da população, principalmente com os mais pobres. O fenômeno tem causas internas e externas, e vem se delineando há vários anos, mas tem sido sistematicamente desprezado pelos seus líderes. Essa dificuldade em encontrar uma solução para ele faz com que o PT e seus aliados mais próximos, como o Psol, tenham um futuro incerto pela frente.
No plano mais geral, o fim do bloco soviético, em 1989, expôs a ineficiência do centralismo econômico e das ideologias comunistas. Foi uma vitória clara do poder do capitalismo e da democracia em prover o bem-estar das pessoas e atender aos seus anseios por liberdade. Mas o PT de Lula, em vez de embarcar em um novo rumo mais liberal, como fizeram os partidos de esquerda europeus, fundou o Foro de São Paulo, em parceria com o ditador cubano Fidel Castro. De lá para cá, a correção de rota nunca aconteceu, diz a reportagem de capa da nova edição de Crusoé, assinada por Duda Teixeira.
Outros destaques de Crusoé
A matéria "Só importa quem vota", assinada por Alexandre Borges, mostra como o comparecimento às urnas, que decidiu a eleição de Donald Trump, pode influenciar o próximo pleito.
Em 2016, o que garantiu a vitória de Trump não foi a maioria dos votos, mas sim o sistema do Colégio Eleitoral, em que ele obteve 304 votos contra 227 de Hillary Clinton. A chave para essa vitória foi o “turnout” – o índice de comparecimento dos eleitores – em estados como Michigan, Pensilvânia e Wisconsin, onde a margem de vitória foi extremamente pequena.
Privilegiando o assinante de O Antagonista+Crusoé, que apoia o jornalismo independente, também reunimos nosso timaço de colunistas. Nesta edição, escrevem Catarina Rochamonte, Josias Teófilo, Alexandre Soares Silva, Leonardo Barreto, Jerônimo Teixeira e Ivan Sant'Anna. |