"Pessoalmente chega um momento na vida da gente
em que o único dever é lutar ferozmente por
introduzir, no tempo de cada dia, o máximo de
eternidade…"
Guimarães Rosa
Sêneca,
filósofo do séc. IV, nos lembra como o tempo é o
mais precioso dos recursos, pois, afinal de
contas, não sabemos quanto dele ainda teremos
nessa vida. Podemos ter uma vida longa ou morrer
amanhã inesperadamente. Ele diz que somos
esbanjadores de vida e não a aproveitamos.
Pequena é a parte da vida que vivemos realmente,
conscientes e presentes.Para
ele, não queremos perder dinheiro, mas não temos
escrúpulo em perder tempo. E o nosso tempo, em
síntese, é tirado por um credor, um/uma amante,
o poder, um cliente, brigas conjugais e doenças
causadas por nós mesmos. Ao observarmos a nossa
vida e a dos demais deveríamos nos perguntar
quanto do nosso tempo cotidiano é bem vivido e
não apenas levado pelas preocupações.
Quantos males não vivemos que são causados
apenas por nós mesmos?E
o quanto de problemas não produzimos ou
ampliamos com as fantasias da nossa mente?
Quanto tempogasto
com reclamações, mau-humor ou conflitos
desnecessários? Quando estamos nesse ponto de
consciência deixamos de viver.
Viver é fruto de uma escolha e um treino em
conseguir penetrar no fluxo da vida.Ter
uma vida biológica não é o mesmo que viver
realmente. Muitas vezes os dias passam sem nos
lembrarmos do que foi vivido ou aprendido. Isso
é tempo não vivido.
O
tempo válido é o tempo consciente, bem
aproveitado com uma vida escolhida por nós e não
levada pelas circunstâncias ou pela agitação de
uma alma ansiosa.
A
ansiedade devora o tempo, tira o tempo presente,
o prazer de viver. E nossa cultura é
mestra em produzir pessoas ansiosas que correm o
tempo todo, que comem alimentos que agitam, que
ouvem músicas que perturbam.
Embora
muitas vezes pensemos que os mais velhos são os
mais sábios e aprenderam a viver, Sêneca fala
sobre como podemos ter cabelos brancos sem ter
vivido. Envelhecer não necessariamente
nos leva ao amadurecimento.Aliás,
são poucos os exemplos de pessoas que sabem
envelhecer bem, com alegria e leveza. Se
treinamos ao longo de 70, 80 anos a ansiedade e
a vida externa, na velhice seremos mestres na
irritação e no vazio interior.
Muitas pessoas deixam para o final da vida
aquilo que gostariam realmente de fazer. "Não
tem vergonha de deixar para dedicar-se ao que
importa no final da sua vida?" pergunta Sêneca.
Isso nos faz lembrar da incessante busca moderna
pela aposentadoria, por realizar os sonhos
apenas numa idade mais avançada. "Quem é o
fiador dos teus dias? Quem garante que vai viver
tanto tempo? Deixas para o fim da vida o que é
mais importante?"
Sêneca é
duro quando faz essas perguntas.Se
é importante viver algo, que seja vivido agora!E
você, está vivendo o que realmente pede o seu
coração? Não se trata aqui do coração
sentimental, mas daquele mais interno, real,
ligado à sua consciência mais íntima. Você está
conseguindo ouvi-lo? Está pagando o preço
necessário para segui-lo?
Melissa
Andrade Costa
Adaptação
de seu texto original
Aluna e
professora da Nova Acrópole - Lago sul/DF
Podcast: Sêneca
e a Excelência do Tempo. Neste
bate papo, José Roberto e Danilo Gomes conversam
um pouco sobre os ensinamentos de Sêneca a
respeito da utilização do tempo.
Livro: Sobre
a Brevidade da Vida: Edição especial com
prefácio de Lúcia Helena Galvão Maya.Uma
das obras mais conhecidas de Sêneca é, também,
um ensaio moral que traz poderosas reflexões
acerca da morte, da natureza humana e da arte de
viver. Seus princípios de sabedoria, embora
escritos há mais de dois mil anos, continuam
proporcionando grandes lições na atualidade.
Vídeo-palestra: Sêneca
ensina sobre o Tempo e o Sentido de Vida - Prof.
Ana Paula Leobas, Nova Acrópole.A
vida lhe parece breve? O filósofo estóico,
Sêneca, em sua mais conhecida obra - "Sobre a
brevidade da vida" - é imperativo quando diz:
"Apressa-te a viver bem e pensa que cada dia é,
por si só, uma vida." Curiosamente, já na sua
época falavam da falta de tempo e ele demonstra
soluções filosóficas que são perfeitamente
aplicáveis nos nossos dias. É isso que a
professora Ana Paula Leobas da Nova Acrópole de
Palmas explica no vídeo.
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