Esquerda
fabrica
preocupação
com
fascismo
e o
projeta
para
administração
de novo
presidente
dos EUA.
Neste
momento,
o
ministro
Flávio
Dino do
STF é
quem
desfila
como
o
porta-estandarte
mais
embandeirado
do
fascismo
brasileiro.
O Brasil
tem
acumulado
angústias,
ao longo
de toda
a
disputa
eleitoral
pela
presidência
dos
Estados
Unidos,
diante
dos
riscos
de que o
“fascismo”
volte à
face da
Terra.
Na
verdade,
não é o
Brasil
que está
preocupado
com o
assunto.
A
população
brasileira
tem mais
bom
senso
que toda
a sua
elite
somada,
e sabe
perfeitamente,
ou
intui,
que não
existe
uma
única
coisa de
verdade
na sua
vida que
possa
ser
ameaçada
pelo
“fascismo”.
Sabe os
perigos
reais do
seu dia
a dia,
que vão
de uma
droga de
salário
até o
revólver
que o
ladrão
aponta
para a
sua
cabeça –
e tem
certeza
de que a
extrema
direita
não é um
deles.
Quem
fica
falando
dia e
noite
disso
são
Lula, os
professores
da USP e
os
banqueiros
com
“pegada
social”
– e quem
mais se
inclui
no seu
mundo.
Devem
estar
com a
ansiedade
em modo
extremo,
desde
ontem,
com a
vitória
de Donald
Trump para
a
presidência
americana.
Segundo
disse às
vésperas
da
eleição
o
presidente
brasileiro,
Trump
vai
trazer
de volta
para os
Estados
Unidos e
o mundo
não
apenas o
“faxismo”,
como ele
diz, mas
também o
“nazismo”.
Espera-se,
então, a
breve
abertura
de
fornos
crematórios,
campos
de
concentração
e a
troca do
FBI pela
Gestapo
nos
Estados
Unidos.
É a soma
da
afirmação
cretina
com a
hipocrisia
que faz
parte do
DNA de
Lula –
ele já
cumprimentou
e
desejou
boa
sorte
para o
homem
que
chamou
de
fascista
e
nazista
três
dias
atrás.
Mas nem
Lula nem
a
esquerda
precisam
se
incomodar
com o
“fascismo”
nos
Estados
Unidos.
A
mercadoria
está
disponível
aqui
mesmo,
para
entrega
imediata,
e um de
seus
principais
produtores
é
justamente
o mais
precioso
dos seus
aliados
– o Supremo
Tribunal
Federal.
Querem
mesmo
combater
o
fascismo?
É só
mandar a
Polícia
Federal
“cumprir
mandados”
na nossa
“suprema
corte”,
como diz
Lula.
Vai sair
de lá
com o
camburão
lotado
com o
que
existe
de mais
parecido
a um
fascista
de
carteirinha
nesta
altura
do
século
XXI.
Neste
preciso
momento,
por
exemplo,
o
ministro Flávio
Dino desfila
como o
porta-estandarte
mais
embandeirado
do
fascismo
brasileiro
– o que
existe
no mundo
das
realidades,
e não a
versão
falsificada
que o
governo
apresenta.
Mandou
queimar
livros,
para
todos os
efeitos
práticos.
Não com
“substância
inflamável”,
como
diria o
ministro
Alexandre
de
Moraes,
mas
proibindo
a sua
circulação
e
leitura,
o que dá
exatamente
na
mesma. O
último
regime
que fez
isso foi
a
Alemanha
nazista,
irmã
gêmea do
fascismo
que
deixa
tão
assustadas
as
classes
culturais,
o
governo
e, vejam
só, o
próprio
STF.
Destruir
livros é
um dos
atos de
fascismo
mais
explícitos
que um
regime
pode
cometer.
É também
algo que
está
expressamente
proibido
pela
Constituição
Federal,
no
artigo
220.
Está
escrito
ali: “A
manifestação
do
pensamento,
a
criação,
a
expressão
e a
informação,
sob
qualquer
forma,
processo
ou
veículo,
não
sofrerão
qualquer
restrição”.
Qual a
dúvida
que
poderia
haver em
relação
a isso?
Para
fechar
pelos
sete
lados, o
texto
diz logo
em
seguida
que é
proibido
fazer
leis que
possam
conter
qualquer
“embaraço
à plena
liberdade
de
informação”
e
qualquer
“censura
de
natureza
política,
ideológica
e
artística”.
Isso
quer
dizer,
muito
simplesmente,
que a
decisão
do
ministro
viola a
Constituição.
A
argumentação
de
Flávio
Dino não
tem nada
do que
se possa
entender
como
“argumento”;
é apenas
uma
miserável
coleção
de
opiniões
baratas
que você
pode
encontrar
no
primeiro
boteco
da
esquina. Os
livros
censurados,
todos
compêndios
de
direito,
contêm
trechos
que ele
considera
“homofóbicos”
e
ofensivos
“às
mulheres”.
E que
raios
isso tem
a ver
com as
funções
de um
ministro
do mais
alto
tribunal
de
justiça
do
Brasil?
Há leis
que
regulam
o tema;
se os
autores
e os
editores
cometeram
infrações
à regra
legal,
têm de
ser
processados,
julgados
e
condenados,
ou
absolvidos,
dentro
do
devido
processo
da lei.
Mas
censura
não
existe,
e o
ministro
está
praticando
censura
da forma
mais
primitiva.
É um
insulto
aos
brasileiros
dizer,
como diz
pela
milésima
vez um
juiz do
STF, que
“a
liberdade
de
opinião
não é
absoluta”.
E quem
está
dizendo
que é?
Todos os
delitos
que
podem
ser
cometidos
através
do uso
da
liberdade
de
expressão,
sem
nenhuma
exceção,
são
previstos
no
Código
Penal e
em
outras
leis.
Todos,
sem
exceção,
são
responsáveis
por cada
sílaba
que
digam em
público.
Têm de
responder,
penal e
civilmente,
pelo que
falam ou
escrevem
– mas
têm,
sim, o
direito
de falar
e de
escrever
o que
queiram.
Quem não
gosta do
que está
escrito
num
livro
tem todo
o
direito
de não
ler, de
criticar,
de não
ir mais
à
livraria
onde
está à
venda,
de não
comprar
mais
nenhum
livro da
editora
responsável.
Mas não
pode
exigir
que o
livro
seja
retirado
de
circulação
– nem
ele, nem
o
ministro
Dino nem
ninguém.
Quem
censura
é
fascista,
ou
comunista,
que
falam,
falam e
falam,
mas
querem
precisamente
a mesma
coisa –
a
ditadura.
O
ministro
já foi
glorificado
por Lula
como “o
primeiro
comunista
a ser
nomeado
para o
STF”.
Para não
deixar
dúvida
nenhuma,
também
está
agindo
como um
fascista
de
primeiro
grau.
Opinião por J.R.
Guzzo
Jornalista
escreve
semanalmente
sobre o
cenário
político
e
econômico
do País