"A
beleza verdadeira é um raio que emana da parte
mais sagrada do espírito e ilumina o corpo, como
a vida, que vem das profundezas da terra e dá
cor e aroma
à
flor."
Khalil
Gibran
É quase
natural a todos nós, quando vai terminando o
ano, refletirmos sobre o
que
passou... ou, ao menos, fazermos uma pequena
lista de desejos para o ano
que se
inicia.
Mas por que
fazemos isso?
Porque
mesmo de maneira inconsciente, estamos
vivenciando os ciclos.
Os
ciclos são uma Lei da Natureza, que nos convida
a vivenciá-los a cada nascer
do
sol.
Dia
e noite, vida e morte, as estações do ano...
Tudo é cíclico.
O fim de um
ano e o início de outro também.
E
se o ciclo é natural e previsível, por que
tantas vezes sofremos com o
seu
fim? Por que nos apegamos às formas conhecidas?
Ah...
aquele velho vestido, aquele relacionamento que
acabou, o rosto sem rugas
que eu
tinha, o ano que findou... Nós nos apegamos a um
pensamento que não
cabe mais e
a um velho hábito.
A juventude
com seu esplendor e vitalidade, o amadurecimento
com a
possibilidade de recolhimento das experiências
vividas. Os ciclos têm seu fim,
e
todos, contêm magia, beleza, e muito a nos
ensinar.
Mas, por trás das formas e das suas diversas
expressões, há algo mais sutil, há
uma
IDEIA, algo que permanece mesmo quando a forma
se vai. E quem sabe
não é essa
IDEIA a origem do valor que vemos, o real motivo
do apego e da beleza
que
conseguimos captar?
Captamos,
pois também somos o que está por trás de tudo
que muda, de tudo
que finda. Nossa
missão, como seres humanos, é expressar o que
permanece,
a
nossa ESSÊNCIA, o nosso CORAÇÃO, em qualquer que
seja a circunstância
ou
estação do ano.
Então, para
que servem os ciclos? Os ciclos servem
para que possamos
nos
aproximar cada vez mais do que realmente
permanece. E quanto
mais
conscientes e presentes participamos da vida,
mais nos aprofundamos nos
seus
mistérios.
Vivenciar todas as circunstâncias de forma
profunda e atenciosa,
conseguindo enxergar a Beleza em cada um dos
seus momentos, é ver uma face
da
Divindade em suas diversas expressões. E quem
sabe, assim, revelar a
cada instante um pouco de nossa verdadeira face.
Que neste
novo ciclo possamos vivenciar o tempo e a beleza
em suas mais
diversas
formas: as das flores e das folhas secas, das
noites escuras e dos dias
de sol.
Pois, o mais importante é perceber em
cada ciclo a raiz, aquilo que