“Você deve perder seu coração todos
os dias. Ao procurá-lo, perceberá que o seu
coração é o coração de todas as coisas”
Sri Ram
Tem uma
frase que gosto de ouvir e ler: “Lembrei
de você!”
De
presentes singelos e cheios de significados
a posts compartilhados nas redes sociais,
passando por um trecho de livro, filme ou
série.
Essa frase, para mim, carrega algo
muito bonito: a ideia da EMPATIA.
Certa
vez, fiz uma formação com educadores sobre
essa virtude. Em meio a pesquisas
etimológicas e conceituais, cheguei a uma
reflexão transformada em um dos exemplos
utilizados durante o nosso encontro.
O
exemplo é, na realidade, um exercício de
imaginação.
Imagine
que está chegando na casa de uma pessoa
querida pela primeira vez. Ao chegar e
tocar a campainha, você é recebido pelo dono
da casa. Seu primeiro passo é retirar os
seus sapatos, (costume de antigas tradições)
e deixá-los ali, junto com a bolsa, demais
pertences, e especialmente as chaves da sua
casa.
Qual
seria a função delas, visto que essas chaves
não abrem a porta à sua frente?!
Pois
bem, deixados seus pertences de lado, é dado
o momento de entrar na casa e perceber os
detalhes: a disposição dos cômodos e móveis,
as cores das paredes, a decoração e tudo o
mais que faz daquela casa, um lar.
A
primeira constatação óbvia é: “Essa casa é
totalmente diferente da minha”. E a parte
interessante é, que apesar das diferenças, é
ali que você se encontra agora. Este
é o seu momento presente. Desfrute-o de
corpo e alma!
Na
sequência, pode haver uma apresentação dos
demais cômodos, se a pessoa quiser que você
os visite. Isso nos traz uma lição:“ Só
podemos ir até onde o outro quer que
estejamos, caso contrário, torna-se uma
invasão de domicílio (e privacidade)”.
Pode
ser que haja uma refeição compartilhada.
Vocês se alimentarão juntos, compartilharão
da companhia um do outro (ou de outros), e
ao final, por cortesia, você pode oferecer
ajuda para lavar a louça e organizar o que
foi retirado do lugar.
Agora pense que ao invés de perguntar para o
dono da casa o lugar certo de cada coisa,
sua mente comece a ser invadida por
pensamentos críticos como: “Que jogo de
louças horríveis”, “esse não é lugar certo
para guardar os copos”, “eu acho que isso
não deveria estar aqui” ...
O
que tudo isso representa? Estou na casa de
outra pessoa, querendo julgar sua forma de
ação, a partir da visão da minha própria
casa.
Se, do
contrário, humildemente, você for guardando
as coisas no lugar e percebendo que há
outras formas de se relacionar com uma casa,
não seria interessante a ampliação que essa
visita te proporcionaria em relação aos
cuidados com o lar?!
E se
em outro momento, ao passar na frente de uma
loja de artigos de casa você se deparar com
um quadro ou objeto decorativo, e a imagem
da casa da tal pessoa querida te vier à
lembrança, e você entrar para comprar-lhe um
presente, não seria fácil imaginar que esse
presente seria mais assertivo do que se
aquela visita nunca tivesse acontecido?!
Pois
bem, empatia, dentro dessa metáfora,
é justamente a capacidade que temos, como
seres humanos, de entrar na casa-coração do
outro. Despindo-se um pouco das nossas
concepções e julgamentos, buscando uma
profunda compreensão do outro, para que a
partir dessa visita, possamos olhar para ele
e sua história buscando ver a beleza daquela
relação que nasceu a partir de um encontro
menos superficial e mais verdadeiro.
Não se
trata de “faça com o outro o que você
gostaria que fizessem com você”, e sim: “faça
com o outro o que ele gostaria que fizessem
com ele”.
É sermos nós mesmos e deixarmos o
outro ser ele mesmo. É oferecer o nosso
melhor, respeitando quem somos. É gerar uma
conexão verdadeira a partir do coração.
E ao
retornarmos para a nossa casa, podemos olhar
para ela com outros olhos. Um olhar ampliado
por um movimento de aproximação real com
outro ser humano.
E somente assim poderemos dizer o
“Lembrei de você”, porque dentro dele também
estará o: “Lembrei-me de mim mesmo, a partir
do encontro com você”.
Vídeo: Forrest
Gump | Film Symphony| Barcelona 2014Neste
vídeo, é possível apreciar a música tema de
Forrest Gump interpretada por uma orquestra.
Trazemos essa linda interpretação como
inspiração para lembrarmos das atitudes
empáticas de Forrest.
Filme:UMBRELLA
Curta-metragem de animação CGI vencedor do
prêmio e qualificado para o OscarUma
história sobre empatia, gentileza e
esperança. Inspirado em eventos reais,
enquanto uma menininha visitava um lar de
crianças ela conhece Joseph, um menino que
sonha em ter um guarda-chuva amarelo. Esse
encontro inesperado desperta as memórias do
passado dele. Este curta além de nos
mostrar que para ter empatia é preciso se
conectar, nos mostra o poder dessa virtude
no decorrer da vida.
CONFIRA
NOSSA PROGRAMAÇÃO:
Clique aqui para
acessar as edições anteriores da Newsletter