Espelhos são objetos irresistíveis. Não
conheço, talvez até exista, mas nunca vi
uma casa sem espelhos, nem que seja
guardado numa gaveta. E todo mundo se
olha, crianças, adultos, idosos. Não há
exceção. Entramos num elevador, numa
casa, numa sala... há um espelho e nos
olhamos. Eles nos atraem, porque têm
essa "capacidade" de nos revelar,
mostrar aquilo que aparentamos, o que os
outros podem ver. E se alguma coisa não
está boa, sempre é possível mudar.
Provavelmente se nunca nos tivéssemos
visto em espelhos não nos preocuparíamos
tanto com nossa aparência, pois que não
saberíamos o que outros vêem, então
seria menos importante.
E é assim com nossa vida quando se trata
do nosso interior. Como sabemos que as
pessoas não podem ler nossos pensamentos
e conhecer nosso íntimo, não nos
preocupamos tanto com isso. Como nos
recusamos, consciente ou
inconscientemente, de nos ver desnudos
nas nossas imperfeições, vamos levando a
vida como se não existissem. E julgamos
assim, outras pessoas, como se não
fôssemos tão imperfeitamente iguais a
elas. Podemos não ter os mesmos
defeitos, não cometer os mesmos erros,
mas somos todos sujeitos aos pecados. E
se houvesse um espelho da alma que nos
mostrasse isso, abaixaríamos a cabeça.
Em relação a isso, Jesus usou palavras
duras. Ele disse: "Por que reparas no
cisco que está no olho do teu irmão, mas
não percebes a trave que está no teu?" E
isso é o que acontece com freqüência.
Como não temos um espelho para refletir
nosso eu, olhamos sempre o que está
diante de nós.
Estamos longe, muito longe da perfeição
que Deus espera de nós. Mas podemos
caminhar e caminhar. Podemos não ser
iguais a Jesus, mas podemos ser mais
parecidos com Ele.