Theresa Catharina de Góes Campos

 
De: "Leticia Thompson" leticiathompson@skynet.be
Data: Fri, 17 Mar 2006 22:47:32 +0100

Espelhos são objetos irresistíveis. Não conheço, talvez até exista, mas nunca vi uma casa sem espelhos, nem que seja guardado numa gaveta. E todo mundo se olha, crianças, adultos, idosos. Não há exceção. Entramos num elevador, numa casa, numa sala... há um espelho e nos olhamos. Eles nos atraem, porque têm essa "capacidade" de nos revelar, mostrar aquilo que aparentamos, o que os outros podem ver. E se alguma coisa não está boa, sempre é possível mudar. Provavelmente se nunca nos tivéssemos visto em espelhos não nos preocuparíamos tanto com nossa aparência, pois que não saberíamos o que outros vêem, então seria menos importante.
 
E é assim com nossa vida quando se trata do nosso interior. Como sabemos que as pessoas não podem ler nossos pensamentos e conhecer nosso íntimo, não nos preocupamos tanto com isso. Como nos recusamos, consciente ou inconscientemente, de nos ver desnudos nas nossas imperfeições, vamos levando a vida como se não existissem. E julgamos assim, outras pessoas, como se não fôssemos tão imperfeitamente iguais a elas. Podemos não ter os mesmos defeitos, não cometer os mesmos erros, mas somos todos sujeitos aos pecados. E se houvesse um espelho da alma que nos mostrasse isso, abaixaríamos a cabeça.
 
Em relação a isso, Jesus usou palavras duras. Ele disse: "Por que reparas no cisco que está no olho do teu irmão, mas não percebes a trave que está no teu?" E isso é o que acontece com freqüência. Como não temos um espelho para refletir nosso eu, olhamos sempre o que está diante de nós.
 
Estamos longe, muito longe da perfeição que Deus espera de nós. Mas podemos caminhar e caminhar. Podemos não ser iguais a Jesus, mas podemos ser mais parecidos com Ele.
 

Jornalismo com ética e solidariedade.