CHANTAGENS  
																		INCONFESSAS  
																		PELA PAZ
																	
 
																	
																		
																		
																		Aylê-Salassié 
																		Filgueiras 
																		Quintão*
																	
 
																	
																		
																		A 
																		impressão 
																		tirada 
																		de  toda 
																		aquela 
																		retórica 
																		de 
																		Donald 
																		Trump na 
																		conversa 
																		com 
																		Zelenski 
																		no Salão 
																		Oval da 
																		Casa 
																		Branca, 
																		defendendo 
																		a Rússia 
																		contra a 
																		Ucrânia, 
																		e  que 
																		assustou  
																		americanos, 
																		e 
																		europeus,  
																		tem  
																		propósitos 
																		inconfessos, 
																		entre 
																		outros, 
																		o  de  
																		 trazer 
																		os 
																		russos 
																		para uma 
																		aliança 
																		preventiva 
																		contra  
																		a 
																		possibilidade  
																		de um 
																	
																		
																		conflito 
																		com a  
																		China. 
																		Em 
																		segundo  
																		lugar, 
																		despertar 
																		a  
																		Europa 
																		para 
																		essa 
																		onerosa 
																		tutoria 
																		militar 
																		dos 
																		Estados 
																		Unidos,  
																		denunciada 
																		por 
																		Trump, e 
																		o 
																		vice-presidente 
																		Vance - 
																		"Não 
																		vamos 
																		ficar 
																		ali por 
																		muito 
																		tempo", 
																		sugerindo 
																		que os 
																		governos 
																		europeus 
																		devem  
																		 criar  
																		o seu 
																		próprio 
																		escudo 
																		de 
																		segurança, 
																		sem 
																		depender 
																		dos EUA. 
																		A 
																		Finlândia, 
																		nas 
																		portas 
																		da 
																		Rússia, 
																		foi a 
																		primeira 
																		a se 
																		posicionar.  
																	
 
																	
																		
																		  A 
																		Rússia  
																		está, 
																		teoricamente,  
																		cedendo 
																		às 
																		manifestações 
																		de  
																		Trump 
																		para 
																		conseguir 
																		reafirmar 
																		como 
																		verdadeiras  
																		 suas  
																		teses 
																		ambíguas,  
																		reproduzidas  
																		pela 
																		militância 
																		marxista 
																		leninista 
																		no 
																		mundo, e 
																		testadas  
																		na 
																		invasão 
																		de uma 
																		Ucrânia 
																		democrática.  
																		 Sem a 
																		ajuda 
																		dos EUA 
																		ou da 
																		China, a 
																		Rússia 
																		tende a 
																		fracassar 
																		nos seus 
																		intentos 
																		protecionistas. 
																		Embora 
																		se 
																		pregue  
																		que o 
																		PIB 
																		russo 
																		está 
																		crescendo. 
																		Sua  
																		economia 
																		vem  
																		tendo  
																		perdas  
																		 
																	
																		
																		monumentais  
																		no campo 
																		de 
																		batalha 
																		e, com 
																		as 
																		sanções 
																		impostas 
																		por 
																		governos 
																		de 
																		países 
																		capitalistas 
																		ocidentais, 
																	
																		
																		que 
																		impedem 
																		a  
																		locomoção 
																		de 
																		alguns 
																		de seus 
																		líderes 
																		pelo 
																		mundo,  
																		embargam 
																		a venda 
																		de armas 
																		, 
																		petróleo 
																		e gás, 
																	
																		
																		têm 
																		congelados  
																		os 
																		ativos 
																		financeiros  
																		  
																		depositados 
																		no 
																		Ocidente. 
																		Suas 
																		reservas 
																		monetárias  
																		estão  
																		imobilizadas  
																	
																		
																		nos EUA 
																		e na 
																		Inglaterra. 
																		Seus 
																		cientistas 
																		estão  
																		participando,  
																		nos EUA, 
																		de 
																		projetos 
																		espaciais 
																		(não se 
																		sabe se 
																		militares) 
																		conjuntos. 
																	
																		
																		
 
																	
																		
																		Mesmo 
																		assim, a 
																		Rússia  
																		achou 
																		que 
																		seria 
																		fácil  
																		invadir 
																		e tomar 
																		a  
																		Ucrânia 
																		. Por 
																		meio de  
																		acordos  
																		de boa 
																		vizinhança 
																	
																		
																		e 
																		segurança  
																		mútua,  
																		no 
																		passado, 
																		conseguiu 
																		desmilitarizar  
																		os 
																		países 
																		fronteiriços,  
																		fragilizando  
																		soberanias 
																		nacionais 
																		no seu 
																		entorno.  
																		Escaldada, 
																		contudo,  
																		com as  
																		invasões 
																		russas 
																		históricas 
																		em  
																		países 
																		fronteiriços,  
																		como  a 
																		Hungria, 
																		a 
																		Polônia 
																		e a 
																		Tchecoslováquia 
																		e , mais 
																		recente 
																		a 
																		Chechênia 
																		e a 
																		Geórgia, 
																		a 
																		Ucrânia 
																		foi 
																		buscar 
																		apoio  
																		na OTAN- 
																		Organização 
																		do 
																		Tratado 
																		do 
																		Atlântico 
																		Norte ( 
																		segurança 
																		da 
																		Europa) 
																		, 
																		sobretudo 
																		depois 
																		da 
																		tomada à 
																		força da 
																		Criméia  
																		e de 
																		parte da 
																		região 
																		de 
																		Donbass.  
																		Com 
																		Putin, 
																		um 
																		autocrata 
																		frustrado 
																		com o 
																		fim da 
																		URSS,  
																		os 
																		acordos 
																		de 
																		vizinhança 
																		deixaram 
																		de ser 
																		confiáveis.  
																		  
																	
																		
																		
 
																	
																		
																		Desse 
																		cenário 
																		de 
																		guerras 
																		permanentes 
																		no  
																		Leste 
																		Europeu 
																		, 
																		surgiu, 
																		nos EUA, 
																		essa 
																		figura  
																		excêntrica 
																		de 
																		Donald 
																		Trump e 
																		mais 
																		alguns 
																		companheiros 
																		líderes 
																		de 
																		fortunas 
																		pessoais  
																		que, 
																		confundindo 
																		o 
																		público 
																		e o 
																		privado,  
																		 
																	
																		
																		
																		prometem 
																		fazer a 
																		"América 
																		great  
																		again". 
																		Trump 
																		atemoriza  
																		aos 
																		próprios 
																		aliados 
																		com suas 
																		decisões 
																		extemporâneas, 
																		destinadas 
																		a  
																		reduzir 
																		o 
																		déficit  
																		econômico 
																		dos EUA, 
																		o que 
																		leva o 
																		importante 
																		economista 
																		de 
																		Harvard 
																		,  
																		 Jeffrey 
																		Sachs, a 
																		concluir 
																		que  
																		"ser 
																		aliado  
																		dos EUA 
																		é 
																		perigoso, 
																		e ser 
																		amigo é 
																		fatal". 
																		O  
																		bordão 
																		conduzido 
																		por 
																		Donald 
																		Trump  é 
																		algo que 
																		vai , 
																		portanto, 
																		além  
																		dos 
																		propósitos 
																		democráticos 
																		da 
																		multilateralidade.  
																		Alça a 
																		si mesmo 
																		à 
																		condição 
																		de  
																		"xerife 
																		do 
																		mundo", 
																		na 
																		presunção 
																		de  
																		poder  
																		conduzir 
																		a paz 
																		entre 
																		Rússia e 
																		Ucrânia. 
																		Pelo 
																		insucesso 
																		na 
																		conversa 
																		com 
																		Zelenski, 
																		a quem 
																		quis 
																		impor um 
																		acordo 
																		draconiano 
																		com os 
																		russos, 
																		afirmou 
																		que vai 
																		retirar 
																		a ajuda 
																		militar 
																		e 
																		financeira 
																		à 
																		Ucrânia.  
																	
																		
																		
 
																	
																		
																		Suas 
																		bravatas 
																		só não 
																		assustam 
																		a China, 
																		que 
																		permanece 
																		silenciosa 
																		no seu 
																		canto, 
																		concentrada 
																		na 
																		absorção 
																		e  
																		desenvolvimento 
																		de 
																		tecnologias  
																		inovadoras, 
																		levadas 
																		por 
																		empresas 
																		europeias 
																		e 
																		norte-americanas 
																		atraídas  
																		pela  
																	
																		
																		mão de 
																		obra 
																		barata. 
																		Segundo 
																		dados do 
																		Brics - 
																		grupo de 
																		países 
																		do 
																		Hemisfério 
																		Sul  -  
																		a China  
																		  já 
																		lidera 
																		47% da 
																		produção 
																		e   do 
																		mercado 
																		consumidor 
																		mundial 
																		em 37% 
																		do PIB . 
																		Junto 
																		com  
																		Indonésia 
																		, 
																		Nigéria 
																		, Irã , 
																		Arábia 
																		Saudita 
																		chega a 
																		mais de  
																		57%    
																		da 
																		população 
																		mundial.  
																		 Os 
																		chineses 
																		estão 
																		investindo  
																		volumosos 
																		recursos 
																		em 
																		muitos 
																		países. 
																		Para o  
																		Brasil 
																		teriam 
																		desenvolvido, 
																		entre 
																		outros,  
																		o 
																		projeto 
																		de 
																		construção 
																		de uma 
																		cidade 
																		futurista 
																		na 
																		Paraíba  
																		com 
																		investimentos 
																		da ordem 
																		de R$ 9 
																		trilhões 
																		em um 
																		único 
																		município,  Mataraca, 
																		um 
																		PIB 
																		brasileiro: 
																		US$ 2,2 
																		trilhões  https://www.youtube.com/watch?v=-wGx3_rFef8).   
																	
																		
																		
 
																	
																		
																		Ao 
																		contrário 
																		da 
																		China, 
																		com sua 
																		política  
																		de 
																		contrapartida,  
																		"os EUA 
																		estariam  
																		emitindo  
																		sinais  
																		para que 
																		o resto 
																		do mundo 
																		caia no 
																		colo da 
																		China" 
																		,  
																		observou, 
																		sob 
																		reserva,  
																		um 
																		analista 
																		diplomático 
																		credenciado.  
																		As 
																		ameaças 
																		tarifárias 
																		de Trump 
																		contra 
																		os 
																		produtos 
																		chineses 
																		levou  
																		Xi 
																		Jinping 
																		a adotar 
																		o mesmo 
																		tratamento 
																		para os 
																		produtos 
																		norte-americanos. 
																		Os 
																		produtos 
																		vão 
																		encarecer. 
																		Atacado 
																		por 
																		Trump 
																		por 
																		gozar de 
																		tarifas 
																		especiais 
																		nas 
																		compras 
																		nos EUA, 
																		o Canadá 
																		abriu 
																		seu 
																		mercado 
																		para os 
																		carros 
																		elétricos 
																		europeus. 
																		O México 
																		fará a 
																		mesma 
																		coisa. " 
																		O 
																		perigo  
																		é que 
																		ninguém 
																		cai sem 
																		sair 
																		atirando", 
																		ponderou  
																		o 
																		analista. 
																	
																		
																		
 
																	
																		
																		Enquanto 
																		isso, 
																		Trump 
																		insiste 
																		em 
																		continuar 
																		distribuindo 
																		ameaças 
																		, numa 
																		tentativa 
																		de 
																		chantagem 
																		pela    
																		paz, 
																		diante 
																	
																		
																		de uma 
																		guerra 
																		que já 
																		assassinou 
																		mais de 
																		um 
																		milhão 
																		de civis 
																		tanto na 
																		Rússia 
																		quanto 
																		na 
																		Ucrânia.  
																		De 
																		acordo 
																		com  
																		Trump, 
																		Putin 
																		está 
																		disposto 
																		a fazer 
																		a paz, 
																		desde 
																		que ele 
																		receba o 
																		aval 
																		para 
																		permanecer 
																		nos 
																		territórios 
																		invadidos 
																		. 
																	
																		
																		Na 
																		interpretação 
																		do 
																		Presidente 
																		norte-americano: 
																		" Esse 
																		cara (Zelenski) 
																		não vai 
																		parar a 
																		guerra 
																		enquanto 
																		os EUA 
																		estiverem 
																		fornecendo-lhe 
																		armas". 
																		A 
																		resposta 
																		de 
																		Zelenski 
																		é a de 
																		que 
																		assinaria 
																		um 
																		acordo 
																		de 
																		cessação 
																		da 
																		guerra 
																	
																		
																		desde 
																		que 
																		tivesse 
																		a 
																		garantia 
																		da 
																		segurança 
																		para seu 
																		país.  
																		Ele não 
																		confia 
																		em 
																		Putin, 
																		que já 
																		invadiu 
																		a 
																		Ucrânia 
																		duas a 
																		três 
																		vezes: 
																		"Ele não 
																		cumpre  
																		acordos".  
																		Trump 
																		disse 
																		que ele  
																		pessoalmente 
																		seria a 
																		garantia. 
																		Mas,  
																		nessa 
																		altura  
																		nem 
																		Putin, 
																		nem 
																		Trump  
																		parecem 
																		confiáveis.  
																		França e 
																		Inglaterra 
																		estão 
																		dispostas 
																		a manter 
																		a ajuda 
																		à 
																		Ucrânia, 
																		até com 
																		artefatos 
																		nucleares. 
																		São 
																		países 
																		que 
																		estão, 
																		contudo,  
																		sempre 
																		no foco 
																		da  
																		beligerância 
																		de 
																		Putin.
																	
																		
																		
 
																	
																		
																		Trump já 
																		anunciou 
																		que vai 
																		deixar a 
																		OTAN  e 
																		que  
																		pretende 
																		repatriar  
																		 80 mil 
																		homens 
																		sediados 
																		na 
																		Europa. 
																	
																		
																		"Eles 
																		que 
																		cuidem 
																		de si". 
																		Nessa 
																		semana  
																		os 
																		países 
																		europeus 
																		voltam a 
																		se 
																		reunir 
																		para dar 
																		legitimidade 
																		à  
																		 disponibilidade 
																		de 800 
																		milhões 
																		de euros 
																		para sua 
																		segurança, 
																		e mais  
																		100 
																		milhões 
																		de ajuda 
																		à 
																		Ucrânia. 
																	
																		
																		O 
																		propósito 
																		é 
																		alcançar,  
																		pelo 
																		menos, 
																		4% do  
																		PIB  com 
																		gastos 
																		em 
																		segurança  
																		 e 
																		adotar 
																		novas 
																		medidas 
																		substitutivas 
																	
																		
																		de 
																		qualquer 
																		dependência 
																		russa, 
																		inclusive  
																		o 
																		petróleo 
																		e o gás 
																		, que 
																		continuam 
																		chegando 
																		à Europa 
																		via 
																		países  
																		 associados 
																		da OPEP 
																		- 
																		Organização 
																		Mundial 
																		dos 
																		Exportadores 
																		de 
																		Petróleo 
																		.  A 
																		Europa 
																		não quer 
																		mais 
																		viver 
																		sob o 
																		tacão de 
																		chantagens 
																		políticas 
																		e 
																		econômicas. 
																		O certo 
																		é que o 
																		cenário 
																		está 
																		poluído 
																		por 
																		notícias 
																		e 
																		estatísticas 
																		"fakes",  
																		bem como 
																		versões 
																		ideologizadas 
																		, 
																		"ainda!!!". 
																	
 
																	
																		
																		* Jornalista 
																		e 
																		professor.