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MEDICINA ALTERNATIVA
Vou admitir antes que me acusem: sou fã de
medicina alternativa e natural. Mas nem sempre
foi assim. Houve época em que acreditava que
ervas e plantinhas deveriam ficar no jardim de
onde vieram. Tinha certeza mais que absoluta de
que a Medicina era coisa para gente grande,
antibióticos potentes, procedimentos invasivos e
tudo mais quanto parecesse sofisticado e
distante do conhecimento popular.
Felizmente, ser alfabetizado ajuda. Então há
algum tempo dei um "pause" nos meus
pré-conceitos e fui à luta. Ou melhor: aos
estudos. E descobri um universo fantástico de
novas possibilidades que ainda não fazem parte
da realidade da maioria dos médicos - pelo
menos, não até que algum grande laboratório
"descubra" aquela substância bioativa,
patenteando-a e vendendo-a de volta para nós.
Discussões sobre royalties à parte, hoje me
sinto bastante à vontade para afirmar que a
Medicina Alternativa funciona, sim, e tem muito
a oferecer. Mas alguns cuidados devem ser
tomados. Para facilitar seu trabalho e aumentar
sua segurança, preparei uma lista com 6 Regras
de Ouro que merecem ser seguidas caso você
esteja pensando em optar por tratamentos
alternativos. Espero que elas lhe sejam úteis!
(Dr. Alessandro Loiola).
SEIS REGRAS DE OURO PARA A MEDICINA ALTERNATIVA
Atualmente, "Medicina Alternativa" parece
englobar abordagens tão diversas quanto
Acupuntura, Homeopatia, Fitoterapia,
Macrobiótica, técnicas de relaxamento e
meditação, etc. Independente do tipo de
"medicina alternativa" de que estamos falando,
ela não vem para substituir a medicina
tradicional, mas para ser somada a ela,
aumentando a eficácia ou reduzindo os efeitos
colaterais dos remédios e tratamentos
convencionais.
Muita gente costuma defender a medicina
alternativa com a famosa frase "se é natural,
não faz mal". Eu costumo responder que veneno de
cobra é uma substância completamente natural - e
pode fazer um estrago danado. Para não comprar
gato por lebre e ser capaz de escolher um
tratamento alternativo que funcione, verifique
sempre estas 6 regras de ouro:
REGRA NÚMERO 01: TENHA UM DIAGNÓSTICO.
Você deve ter um diagnóstico médico antes de
iniciar um tratamento alternativo. Afinal, você
tem que saber O QUE pretende tratar. Não confie
em tratamentos alternativos que propõem curar,
com uma só 'garrafada', desde unha encravada a
espinhela caída, queda de cabelo, inchaços,
dores, ansiedade e etc. Remédios naturais ainda
são remédios, não milagres. E possuem
indicações, limitações e efeitos
colaterais.
REGRA NÚMERO 02: NÃO SE AUTO-MEDIQUE.
Nunca, em hipótese alguma, abandone por conta
própria um tratamento tradicional por uma
terapia complementar. E não caia na armadilha de
que, se um tratamento alternativo foi bom para
uma determinada pessoa, ele certamente será para
você também. Não sei se você sabe, mas as
pessoas não foram feitas em formas: somos
diferentes uns dos outros. E a solução para o
seu problema pode não ser exatamente a mesma do
seu vizinho.
REGRA NÚMERO 03: ANTES DE INICIAR O TRATAMENTO
ALTERNATIVO, CONVERSE COM SEU MÉDICO.
Não custa tanto assim, confesse. Além disso, se
ele tiver uma mente aberta e estiver disposto a
ampliar seus conhecimentos, será uma ajuda bem
vinda. Porém... (existe sempre um porém!), a
maioria dos médicos prefere perder o paciente e
arder no mármore da ignorância a se envolver com
práticas pouco convencionais. Ele poderá dizer
que você está perdendo o seu tempo ou tentará
assustá-lo(a) com possíveis (e em geral
terríveis) efeitos colaterais. Se for este o
caso, procure saber até onde a posição do seu
médico se baseia em uma compreensão detalhada da
terapia que você escolheu, ou se ele está apenas
refletindo posições conservadoras que foram
impregnadas durante a sua formação profissional.
Em outras palavras: se for puro preconceito,
bom... paciência, ninguém é perfeito. Vá para a
regra número 04.
REGRA NÚMERO 04: DIFERENCIE "PROFISSIONAL
ALTERNATIVO" DE "AVENTUREIRO ALTERNATIVO".
Então você saiu à caça de alguém que saiba lhe
oferecer um tratamento alternativo. Cuidado: não
se deixe seduzir pela aparente simplicidade de
alguns medicamentos e técnicas alternativos,
pois as interações com outros remédios podem
causar problemas. É sempre recomendável que seu
terapeuta alternativo tenha uma boa formação
biomédica para saber o que fazer se alguma coisa
correr errado. E lembre-se: a recomendação de um
amigo pode ser a melhor referência, mas não
deixe que seja a única.
REGRA NÚMERO 05: ATENÇÃO COM A QUALIDADE DO QUE
VOCÊ COMPRA E CONSOME.
Ao comprar ingredientes naturais embalados,
avalie se a embalagem está em boas condições e
se o vendedor é digno de confiança. Se você
mesmo estiver cultivando ou colhendo ervas
medicinais, não colete plantas em locais onde se
usa agrotóxico, à beira de rios poluídos ou
junto a estradas. Plantas medicinais devem ser
cultivadas com cuidado e em locais limpos, e os
chás e infusões devem ser preparados
preferencialmente em utensílios de louça,
esmalte, porcelana ou vidro. Evite usar panelas
e chaleiras de alumínio ou cobre. Faça o chá na
quantidade certa que irá utilizar no momento:
ele perde boa parte do seu valor medicinal nas
primeiras 24h dia após o preparo, mesmo se
conservado na geladeira.
REGRA NÚMERO 06: AO BUSCAR INFORMAÇÕES, TOME
CUIDADO COM A INTERNET.
Você não está proibido(a) de procurar
informações sobre o que é melhor para sua saúde,
mas só porque algo apareceu na Internet não quer
dizer que é verdade. A Internet tem de tudo um
pouco. Sites com informações sobre Medicina
Alternativa e que oferecem um determinado
produto para venda devem ser colocados
imediatamente na categoria "sob suspeita".
Lembre-se: em geral, eles não querem lhe
informar. Querem apenas lhe convencer a gastar
algum dinheiro.
(Dr. Alessandro Loiola é médico, escritor,
palestrante eautor de Vida e Saúde da Criança e
Obesidade Infantil. Atualmente reside e clinica
em Belo Horizonte, Minas Gerais).
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