Theresa Catharina de Góes Campos

 

 

Agência Senado

Plenário
10/05/2006 - 20h27 Magno Malta defende auto-suficiência na produção de gás [Foto: senador Magno Malta (PL-ES)]

O senador Magno Malta (PL-ES) disse em Plenário, nesta quarta-feira (10), que, com a exploração de gás natural no Espírito Santo e na Bacia de Campos, no Rio de Janeiro, o Brasil não precisará mais depender do gás proveniente da Bolívia. Afirmou que a auto-suficiência torna-se mais importante depois da decisão do presidente Evo Morales de nacionalizar a produção e exploração das reservas de petróleo e gás natural daquele país.

Magno Malta informou que, segundo o presidente da Petrobras, José Sergio Gabrielli, até 2010, a Bacia FPSO Capixaba, no norte do Espírito Santo, saltará de uma produção diária de 1,3 milhão de metros cúbicos de BTU (unidade do gás) para 14 milhões, superando a produção do Campo de Mexilhões, descoberto há pouco na Bacia de Campos.

Magno Malta citou informações contidas em matéria publicada pelo jornal A Gazeta, do Espírito Santo, segundo as quais projeções e pesquisas sobre o pólo terrestre de Água Rosa e o pólo marítimo de Peroá, respectivamente de produção de óleo pesado e leve, aumentarão substancialmente a capacidade de produção de gás natural do estado nos próximos cinco anos.

Bolívia

O parlamentar referiu-se ao presidente da Bolívia como "Evo Imorales", dizendo crer que ele estaria querendo "expropriar" bens da Petrobras pertencentes ao governo brasileiro.

- Não se rompe contratos como ele (Evo Morales) rompeu. Ele não rompeu, pisou em cima, cuspiu, unilateralmente - disse o senador, sugerindo que o Brasil recorra à Justiça internacional. Magno Malta elogiou a postura da estatal em se recusar a aceitar técnicos bolivianos em suas dependências e também a atitude cautelosa do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, diante de "um louco" como Evo Morales que poderia, na sua avaliação, paralisar a produção industrial de São Paulo, se decidisse interromper o fornecimento de gás.

O parlamentar foi aparteado pelos senadores Eduardo Azeredo (PSDB-MG), que concordou com a afirmativa de Magno Malta de que a Bolívia estaria afugentando investimentos estrangeiros, e Sibá Machado (PT-AC), para quem o Brasil, após amargar perdas financeiras e tecnológicas, aprendeu a defender seus interesses, especialmente o conhecimento tecnológico, de cujo exemplo a Bolívia deveria colher elementos para defesa de seus próprios interesses.

Cristina Vidigal / Repórter da Agência Senado
 
 

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