A falta
de segurança
pública
atingiu tal
dimensão que
já ameaça a
própria
defesa
nacional. A
avaliação
foi feita
nesta
quinta-feira
(25) pelo
representante
do
Ministério
da Justiça,
Robson Robin
da Silva, em
audiência
pública na
Comissão de
Relações
Exteriores e
Defesa
Nacional (CRE)
que debateu
a crise de
segurança
nas grandes
cidades
brasileiras.
Robin
defendeu o
aprimoramento
da atual
legislação
penal e a
regulamentação
de alguns
tópicos da
Constituição,
a exemplo do
parágrafo 7º
do artigo
144, segundo
o qual "a
lei
disciplinará
a
organização
e o
funcionamento
dos órgãos
responsáveis
pela
segurança
pública, de
modo a
garantir a
eficiência
de suas
atividades".
- As
atividades
de segurança
pública
estão
calcadas em
legislação
infraconstitucional,
que abre
precedentes
para
discussões e
contestações.
Isso não dá.
O país
precisa de
garantia
jurídica e
as
modificações
têm de estar
consolidadas
na
regulamentação
constitucional
- disse
Robin.
Diretor
do
Departamento
de
Políticas,
Programas e
Projetos da
Secretaria
Nacional de
Segurança
Pública do
Ministério
da Justiça,
Robin
considera
que
eventuais
alterações
na
legislação
têm de levar
em conta a
integração
entre as
forças
policiais.
-
Segurança
pública não
pode ser
tratada de
forma
segmentada.
Isso não
significa a
intervenção
nos estados,
mas é
preciso
ditar
mandamentos
constitucionais
que orientem
o trabalho
policial -
defendeu.
O
representante
do
Ministério
da Justiça
disse ser
favorável à
"unidade
política"
dos
parlamentares
para o
aprimoramento
da atual
legislação
penal e
considerou
"inócuo" o
bloqueio de
celulares em
presídios,
como forma
de combater
a violência
promovida
pelo crime
organizado.
- A
maioria dos
presos no
Brasil
cumpre pena
em
delegacias,
e não em
presídios. O
caminho é
retirar o
preso da
delegacia e
criar um
sistema
penitenciário,
sem
inviabilizar
a
comunicação
entre as
delegacias -
explicou.
O
especialista
também
lembrou que
a atuação da
polícia
muitas vezes
é
prejudicada
por
dualidades e
divergências
na
interpretação
das leis de
segurança
pública pelo
meio
jurídico. O
Brasil,
segundo
Robin,
precisa
contar com
unidade
jurídica que
reconheça
definitivamente
o papel da
instituição
policial.
- Não se
questiona a
legitimidade
de um
policial
andar
armado, mas
há
divergências
sobre a
possibilidade
um policial
do Paraná,
por exemplo,
ir armado
para o Rio
Grande do
Sul; há
interpretações
que apontam
o contrário.
Isso tem
fragmentado
o sistema e
favorecido o
crime
organizado -
afirmou.
Escolas x
Presídios
Em sua
exposição,
Robin também
criticou a
tese segundo
a qual a
criação de
novas
escolas
seria mais
eficiente do
que a
construção
de novos
presídios
como medida
de combate à
criminalidade.
- A
questão é
que não há
vagas no
sistema
prisional. A
União tem
que rever os
investimentos.
Se o sistema
explodir,
simplesmente
não haverá
aulas -
concluiu.
A
audiência
pública
também
contou com a
participação
do
coordenador
de Operações
Especiais de
Fronteira do
Departamento
de Polícia
Federal (DPF),
Mauro
Spósito; do
presidente
da
Associação
dos
Delegados do
Rio de
Janeiro,
Wladimir
Sérgio Reale,
e da chefe
do Setor de
Investigação
da Delegacia
de Repressão
a
Entorpecentes,
Marina
Maggessi.