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Documentário
alerta para o perigo
do aquecimento
global induzido pelo
homem e desperta
fúria na indústria -
Folha Online -
28/05/06
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Gore vital
Documentário de ex-vice-presidente dos EUA alerta para o perigo
do aquecimento
global induzido
pelo homem e
desperta fúria
na indústria
Aaron
Harris -
5.mai.2006/Associated
Press
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Documentário
de
ex-vice-presidente
dos EUA
alerta
para o
perigo
do
aquecimento
global
induzido
pelo
homem e
desperta
fúria na
indústria |
ANDREW C.
REVKIN
DO "NEW YORK
TIMES"
As frustrações
de um homem cujo
maior objetivo
permanece
inalcançável
estão
vividamente
retratadas nos
primeiros
minutos de "An
Inconvenient
Truth" (uma
verdade
inconveniente),
documentário
sobre a luta do
ex-vice-presidente
americano Al
Gore para
promover a ação
contra o efeito
estufa.
E a cena nada
tem a ver com o
voto da Suprema
Corte que fez
Gore perder a
eleição
presidencial de
2000. Ele está
digitando em seu
laptop, fazendo
acréscimos à
palestra
ilustrada sobre
clima que deu
mais de mil
vezes desde
1989, de formas
cada vez mais
sofisticadas:
primeiro com
cartazes, depois
com
transparências,
então com uma
mistura de
imagens digitais
e animação, e
agora por meio
do próprio
filme, que foi
exibido na
semana passada
no festival de
Cannes.
Ele lamenta não
ter conseguido
até agora
despertar o
público para uma
"emergência
planetária",
apesar de
evidências de
que gases que
aprisionam o
calor estão
aquecendo a
Terra, mesmo
depois do
furacão Katrina
e da onda de
calor na Europa
em 2003.
"Tenho tentado
contar essa
história há
muito tempo, e
sinto como se
tivesse falhado
em entregar a
mensagem", diz.
A questão agora
é se o
documentário
dará conta do
recado.
Por enquanto, as
opiniões vão da
esperança ao
escárnio, não
tanto um reflexo
da qualidade do
filme, mas da
distância entre
os combatentes
na luta sobre o
que fazer -ou
não fazer- a
respeito do
aquecimento
global
antropogênico.
Numa entrevista
recente, Gore
disse estar
convencido de
que os
norte-americanos
despertariam
para a questão,
não só por causa
de seu
documentário (e
do livro que o
acompanha) mas
também por causa
de desastres
climáticos
recentes.
"O sistema
político, como o
ambiente, é
não-linear",
disse. "Em 1941
era impossível
construir mil
aviões. Em 1942
era fácil. À
medida que esse
padrão ficar
mais claro,
haverá uma
crescente
demanda por
ação."
"An Inconvenient
Truth" surgiu
depois que
Laurie David,
famosa
ambientalista de
Hollywood, viu
Gore fazer uma
versão curta de
sua apresentação
dois anos atrás.
Davis disse que
ficou
impressionada
com o poder da
palestra, e
ajudou a
organizar
apresentações em
Nova York e Los
Angeles para as
pessoas da
imprensa, de
grupos
ambientalistas,
de negócios e do
entretenimento.
Depois do evento
em Los Angeles,
disse, "eu me
dei conta de que
tínhamos de
fazer um filme
sobre isso". "O
que o sujeito
vai fazer? Não
há horas
suficientes num
dia para viajar
por todas as
cidades para
mostrar essa
coisa." Ela
então ajudou a
recrutar uma
equipe de
cineastas e
investidores e
convence Gore a
se deixar seguir
por uma equipe
de filmagem.
No filme,
dirigido por
Davis Guggenheim,
Gore aparece
como um guia
professoral que
usa ciência,
humor, lições de
vida, imagens de
perigosos
eventos
climáticos e até
desenhos
animados para
ilustrar seus
argumentos.
Gore lança mão
de toda tática
possível para
ser ouvido. Num
momento, ele
está dando sua
palestra diante
de uma audiência
para convidados
em um palco de
Los Angeles,
subindo num
elevador
elétrico para
mostrar um
gráfico que
ilustra o
acúmulo de
gases-estufa. No
momento
seguinte, há
reencenações de
momentos
marcantes da
vida de Gore.
Eles incluem a
perda de sua
irmã Nancy,
vítima de
câncer, um tema
explorado quando
ele discute como
as indústrias,
do cigarro ao
petróleo, têm
feito campanhas
caras de mídia e
de lobby para
enfatizar as
incertezas da
ciência que
mostra os riscos
de seus
produtos.
Gore tenta ligar
os pontos entre
a mudança
climática e as
alterações
recentes nas
áreas sujeitas a
doenças
tropicais, nos
padrões de seca,
nas taxas de
extinção, na
força das
tempestades e na
velocidade do
derretimento de
gelo polar.
Como um
advogado,
escolhe
cuidadosamente
as palavras para
evitar
estabelecer
ligações causais
que a maior
parte dos
cientistas dizem
ser impossível
consubstanciar,
mas usa imagens
e conseqüências
para comunicar
que os seres
humanos estão
mexendo com
forças de escala
planetária.
Críticos antigos
de Gore e
oponentes da
redução nas
emissões de
gases-estufa
disseram que os
perigos do
aquecimento
global são
grosseiramente
exagerados no
filme.
O Instituto para
a Iniciativa
Competitiva
lançou dois
comerciais de TV
nos EUA
defendendo o
principal gás de
efeito estufa.
Cada um deles
vinha com a
tarja: "Dióxido
de carbono. Eles
o chamam de
poluição. Nós o
chamamos de
vida".
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