Theresa Catharina de Góes Campos

  JIRAU DIVERSO
Nº 09 – novembro.2006
por Enzo Carlo Barrocco

A poesia sul-mato-grossense de Raquel Naveira

O POEMA

JASMIM-DO-CABO

Todo jardim deveria ter um jasmim-do-cabo,
aquela flor que perfuma,
embalsama,
derrama óleo grosso
nos pés da noite.
Todo jardim deveria ter um jasmim-do-cabo,
o dia transcorreria em agonia,
mas a lua viria
desatar os laços da magia
e nos tiraria o fôlego.
Todo jardim deveria ter um jasmim-do-cabo,
absorveríamos no pulmão
uma torrente de pétalas brancas
e voaríamos como anjos
tocando banjos na noite.

A POETA


Raquel Naveira, sul-mato-grossense de Campo Grande, poeta e ensaísta, no convés da fragata desde 1957, é uma das poetas mais engajadas no que se refere às atividades culturais do Centro-Oeste. A poesia pura, direta e que pode ser bebida na concha da mão chamou a atenção de famosos escritores como Lygia Fagundes Telles, Antônio Houaiss e Ledo Ivo que reconhecem e apreciam o belíssimo trabalho de Raquel que, inclusive, pertence à Academia Sul-mato-grossense de Letras.
 

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