Autor-
Prof.: JOSÉ
STECHMAN
NETO -
Coordenador
do Centro de
Diagnóstico
e Tratamento
da
Articulação
Têmpormandibular
e Alterações
Dento
Faciais
Funcionais(CDATM)
–
Universidade
Tuiuti do
Paraná (UTP)
-Professor
Adjunto da
Disciplina
de Oclusão
Dentária da
UTP.
RESUMO
O
conhecimento
da anatomia
e fisiologia
da
articulação
temporomandibular
e o seu
processo de
envelhecimento
torna-se
fundamental
para o
entendimento
das
disfunções
temporomandibulares,
estando esta
articulação,
juntamente
com os
componentes
funcionais
do sistema,
relacionada
diretamente
com várias
funções
vitais, como
a
mastigação,
deglutição,
a fonação e
a
respiração
que são
alterados no
decorrer da
vida.
UNITERMOS
- ATM, DTM,
Pacientes
geriátricos
ABSTRACT
The
knowledge of
the anatomy
and
physiology
of the TMJ
and its
aging
process
becomes
fundamental
for the
understanding
of the
dysfunctions
temporomandibular
disorder
being this
articulation,
together
with the
functional
components
of the
interlinked
system
directly
with several
vital
functions
that are
altered in
elapsing of
the life.
UNITERMS
TMJ, DTM,
senior
patients
INTRODUÇÃO
A
Articulação
Temporomandibular,
parte de um
complexo
Sistema é
definida
como
“conjunto de
estruturas
anatômicas
que, com a
participação
de grupos
musculares
especiais,
possibilitam
a mandíbula
executar
variados
movimentos
durante a
execução de
suas
funções”.
(FIGUN E
GARINO,1989)
.Poderíamos
acrescentar
que a ATM,
junto com os
ossos
mandibulares
e maxilares,
dentes,
músculos,
nervos,
vasos,
periodonto,
fazem parte
de um
complexo
sistema,
denominado
sistema
estomatognático,
que atua em
funções
vitais do
organismo
tais como,
respiração,
deglutição,
fonação e
mastigação.
Quando esta
articulação
não está
fisiologicamente
equilibrada,
a sua
capacidade
de
tolerância,
adaptabilidade
e
remodelação
é
ultrapassada,
estamos
diante de
uma
Disfunção
Temporomandibular;
disfunção
esta que
tem causas
etiológias
multifatoriais.
Aspectos
morfológicos,
hormonais,
hábitos
parafuncionais,
psicológicos
e
estruturais
estão
relacionados,
onde o papel
da oclusão
dentária,
durante
muitos anos,
considerado
como fator
principal é
questionado,
mas, não
descartado,
pois segundo
OKESON,
2000, a
condição
oclusal pode
causar as
DTMs através
de dois
mecanismos,
a introdução
de mudanças
agudas e a
instabilidade
ortopédica,
situação
bastante
comum quando
nos
deparamos
com
pacientes
geriátricos,
pois além do
processo
natural de
envelhecimento
das
articulações,
mudanças
agudas e
instabilidade
ortopédica
são comuns.
ENTENDENDO A
ATM
“A
Articulação
Temporomandibular
humana (ATM)
é uma
articulação
sinovial
bicondilar
e biaxial.
A
Articulação
temporomandibular
rotacionam
e
transladam
de forma que
os impulsos
a partir
dessas
articulações
ao Sistema
Nervoso
Central
requerem uma
integração
que é de
alguma forma
diferente de
outras
articulações”.
(ASH &
RAMFJORD,1996).
Esta
complexa
articulação
do corpo
humano é
composto por
três
elementos
principais:
côndilo
(cabeça da
mandíbula),
fossa
mandibular e
tubérculo
articular do
osso
temporal
(cavidade
glenóide) e
os tecidos
conjuntivos
associados,
incluindo o
disco
articular
(menisco) e
a cápsula
articular e
a zona
bilaminar.
CÔNDILO
(figura 1)
Um côndilo
adulto
normalmente
é maior no
sentido
médio
lateral do
que no
sentido
antero-posterior,
tem uma
forma que
varia desde
arredondados
até
achatados
superiormente
ou mais
alongados
posteriormente,
pois do
ponto de
vista de
adaptação o
côndilo é
claramente
mais ativo e
mais
dinâmico dos
elementos da
ATM. Na
normalidade
o
crescimento
até a idade
adulta se dá
mais
lateralmente.
São formados
por uma
superfície
óssea
coberta por
um tecido
conjuntivo
fibroso,
desde o
nascimento
até a idade
adulta.
Com o
envelhecimento
a camada
cartilaginosa
vai sendo
substituída
por osso
mantendo
apenas uma
fina camada
de tecido
conjuntivo
fibroso na
superfície
condilar, e
sas camadas
mais
profundas
vão sendo
gradualmente
substituídas
por osso.
FOSSA
MANDIBULAR
A fossa
mandibular
normalmente
acompanha a
forma do
côndilo
mandibular,
tomando uma
forma
côncava em
forma de
“S”: mas os
seus limites
anatômicos
podem ser
bem
delimitados.
Na parte
anterior
está
limitada
pela
eminência
articular, a
parte
posterior
localizada
na região
posterior e
medial do
arco
zigomático,
na porção
escamosa do
osso
temporal, ,
além de ser
bastante
fina, abriga
a placa
timpânica
(não
articular),
onde na
fissura
petrotimpânica
inserem-se
fibras
elásticas
que vem da
parte
posterior do
disco
articular.
DISCO
ARTICULAR
(figura 2)
O disco
articular
esta
interposto
entre o
côndilo onde
se prende
fortemente
nos pólos
mediais e
laterais
através de
ligamentos
discais, e a
fossa
mandibular,.
É uma
estrutura
bicôncava de
tecido
cartilaginoso
denso –
fibrocartilagem
-, com sua
porção
central, bem
delgada (
1mm) ,
avascular ,
circundado
pela sua
porção
periférico
mais
espessa (2
a 3mm),
inervada,
vascularizada
– lida a
cápsula
articular. A
borda
anterior do
disco
fusiciona-se
também com
fibras da
porção
superior do
músculo
pterigóideo
lateral e
posteriormente
a fusão com
a cápsula é
intermediada
com uma
camada de
tecido
conjuntivo
frouxo, rico
em fibras
elásticas,
bastante
vascularizada
e inervada
conhecida
com zona
bilaminar (
LEANDRO &
NUNES,
2000), cuja
parte
superior
contém
elementos
elásticos e
está fixada
na parte
posterior da
fossa
mandibular e
a parte
inferior,
fibrosa,
insere-se na
borda
inferior do
côndilo da
mandíbula. A
região
inferior da
zona
bilaminar
junta-se
pelo lado
posterior,
um
amortecedor
de gordura e
tecido
conjuntivo
extremanente
rico e
vasos, o
joelho
retroarticular
que amortece
, como um
sistema
hidropneumático,
as mudanças
de posição
do disco em
movimentos
da
mandíbula.
Estudos
recentes
sugerem que
está parte
posterior,
bastante
inervada e
vascularizada
desempenha
importante
papel no
crescimento
da ATM, snão
desempenhando
o mesmo
papel no
envelhecimento.
O disco
articular,
na sua
composição
química é
rico em
colágeno e
proteoglicanos,
os
glicosaminoglicanos
(dermatan-sulfato,
condroitin-sulafato,
ácido
hialurônico
e
heparan-sulfato),
o que
favorece a
sua
capacidade
de
remodelar-se
de acordo
com as
funções,
sendo
coberto por
uma fina
camada de
células
sinoviais,
as quais
secretam o
líquido
sinovial,
que
lubrificam
as
superfícies
interarticulares.
O disco
articular
normalmente
não contém
grandes
quantidades
de células
de
cartilagens
ou de tecido
calcificado
e torna-se
cada vez
menos
celular com
o
envelhecimento,.
Com a idade
e as
variações
mecânicas o
disco
articular
sofrerá
importantes
modificações,
pois ocorre
a diminuição
do conteúdo
de água e de
dermatan-sulfato,
estudos
indicam que
pode ocorrer
a perfuração
do disco
articular,
normalmente
situações
associadas
ao estado
dental e a
função da
ATM
comprometida.
(CARLSON,2000
alterando
sua
composição
química
normal que
irá
interferir
nas funções
inerentes a
ele, tais
como
-
Distribuir
cargas
-
Proteger
cartilagem
articular
e osso
subcondral
das
pressões
-
Lubrificar
a
articulação
(liquido
sinovial)
-
Permitir
e
facilitar
os
movimentos
do
côndilo
-
Amortecedor.
Além do
exposto o
disco
articular
divide a
articulação
em dois
compartimentos
um superior
entre o
disco e a
fossa
mandibular e
um inferior
entre a
disco e o
côndilo.
Continuação
no próximo
boletim
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