Theresa Catharina de Góes Campos

  Data: Fri, 22 Dec 2006 07:17:59 GMT
De: CENTRO DE DIAGNOSTICO E TRATAMENTO DA ATM <exatus@gmail.com>
Para: theresa.files@gmail.com
Assunto: BOLETIM CDATM

 

ANO II NÚMERO 09 - DEZEMBRO 2006


Que neste Natal
aquela magia toda guardada durante todo o ano
venha presente nos corações daqueles que festejam o amor.
Que não apenas seja uma comemoração,
mas um início para uma nova geração.
O Natal simboliza nova vida,
pois nele comemoramos o nascimento do Homem
que modificou a nossa maneira de ver o mundo.
Trazendo-nos amor e esperança.
Que neste natal sejam confraternizados todos os desejos
de um mundo melhor.
Que todos estabeleçam um novo vigor de humanidade.
E que nada seja mais forte do que a união
daqueles que brindam o afeto entre eles.
Feliz Natal e Próspero Ano Novo!!!
 

EQUIPE CDATM !

      Terminamos mais um ano com nossas metas de trabalho cumpridas dentro do CDATM. Estamos contentes com o trabalho desenvolvido no centro, que tem ajudado a tantas pessoas que não tem condições de realizar o tratamento da DTM.
      Queremos agradecer a todos pela ajuda, pela compreensão e pela determinação em transformar o CDATM em referência nacional.

       Graça a esta dedicação iniciaremos em 2007  a III Turma da Especialização em Disfunção Temporomandibular e Dor Orofacial, que vai colaborar como as demais para o desenvolvimento de pesquisa científica e para que tenhamos formas de tratamentos eficientes e baratas.
      Foram mais de 600 pacientes atendidos e tratados neste ano e nossa meta para o próximo ano é continuar o trabalho com a população carente, além de possibilitar que mais pessoas possam realizar a  especialização, o que colocará no mercado   profissionais   qualificados para

     

 

 atender à população brasileira, já que o curso tem profissionais de várias partes do país.
        Ótimo natal e um ano novo de muito progresso em suas vidas !

      
Coordenação do CDATM

   2006
ANO DO IDOSO

    MELHOR IDADE
    E A DTM

 
         
  

      Segundo dados da Organização Mundial da Saúde o Brasil ocupa a sexta posição entre os países que mais envelhecem no mundo. Em 1991 era 7,3 de idosos, em 2000 já representavam 8,6% do brasileiros e para 2025 estima-se que haverá cerca de 34 milhões de idosos.
        Os cuidados com a saúde das pessoas da chamada melhor idade também devem aumentar. As principais condições clínicas que acometem o paciente geriátrico são as síndromes dolorosas.
       Estatísticas Americanas dizem que 25% a 50% das pessoas com mais de 65 anos apresentam dor crônica.
      São atendidos todos os anos no CDATM dezenas de idosos e seus casos clínicos são estudados pela equipe multidisciplinar, que possui uma profissional  com mestrado nos Estados Unidos em Odontogeriatria, doutora Mariele Pototski.
      Segundo ela, o trabalho com os pacientes idosos do CDATM têm proporcionado uma melhoria na qualidade de vida deles, pois o tratamento ameniza as dores que sentem. " Os idosos muitas vezes têm próteses mal colocadas ou velhas, isso acaba causando a DTM neles e conseqüentemente a dor,mas depois que iniciam o tratamento melhoram e podem viver normalmente ", fala.
      Muitos pacientes chegam ao CDATM com depressão devido há anos de sofrimento pela dor e o tratamento também visa o lado psicológico dos idosos, o que causa uma melhora em sua auto estima e suas relações sociais, concluiu.
     
Neste boletim disponibilizamos um artigo científico sobre o assunto, para que os demais profissionais possam ter informações sobre o trabalho desenvolvido no centro.

 

 

     http://www.utp.br

 

ARTIGO ESPECIAL 

ARTICULAÇÃO TEMPOROMANDIBULAR EM PACIENTES GERIÁTRICOS
Temporomandibular joint in senior patients
 

Autor-  Prof.: JOSÉ STECHMAN NETO - Coordenador do Centro de Diagnóstico e Tratamento da Articulação Têmpormandibular e Alterações Dento Faciais Funcionais(CDATM) – Universidade Tuiuti do Paraná (UTP) -Professor Adjunto da Disciplina de Oclusão Dentária da UTP.
RESUMO

O conhecimento da anatomia e fisiologia da articulação temporomandibular e o seu processo de envelhecimento torna-se fundamental para o entendimento das disfunções temporomandibulares, estando esta articulação, juntamente com os componentes funcionais do sistema, relacionada diretamente com várias funções vitais, como a mastigação, deglutição, a fonação e a respiração  que são alterados no decorrer da vida.

UNITERMOS - ATM, DTM, Pacientes geriátricos 

ABSTRACT

The knowledge of the anatomy and physiology of the TMJ and its aging process becomes fundamental for the understanding of the dysfunctions temporomandibular disorder being this articulation, together with the functional components of the interlinked system directly with several vital functions that are altered in elapsing of the life. 

UNITERMS

TMJ, DTM, senior patients 

INTRODUÇÃO

A Articulação Temporomandibular, parte de um complexo Sistema é definida como “conjunto de estruturas anatômicas que, com a participação de grupos musculares especiais, possibilitam a mandíbula executar variados movimentos durante a execução de suas funções”. (FIGUN E GARINO,1989) .Poderíamos acrescentar que a ATM, junto com os ossos mandibulares e maxilares, dentes, músculos, nervos, vasos, periodonto, fazem parte de um complexo sistema, denominado sistema estomatognático, que atua em funções vitais do organismo tais como, respiração, deglutição, fonação e mastigação.

Quando esta articulação não está fisiologicamente equilibrada,  a sua  capacidade de tolerância, adaptabilidade e remodelação é ultrapassada, estamos diante de uma Disfunção Temporomandibular; disfunção esta que tem  causas etiológias multifatoriais.

 Aspectos morfológicos, hormonais, hábitos parafuncionais, psicológicos e estruturais estão relacionados, onde o papel da oclusão dentária, durante muitos anos, considerado como fator principal é questionado, mas, não descartado, pois segundo OKESON, 2000, a condição oclusal pode causar as DTMs através de dois mecanismos, a introdução de mudanças agudas e a instabilidade ortopédica, situação bastante comum quando nos deparamos com pacientes geriátricos, pois além do processo natural de envelhecimento das articulações, mudanças agudas e instabilidade ortopédica são comuns.

ENTENDENDO A ATM

“A Articulação Temporomandibular humana (ATM) é uma  articulação sinovial bicondilar e  biaxial. A Articulação temporomandibular rotacionam e  transladam de forma que os impulsos a partir dessas articulações ao Sistema Nervoso Central requerem uma integração que é de alguma forma diferente de outras articulações”. (ASH & RAMFJORD,1996).

Esta complexa articulação do corpo humano é composto por três elementos principais: côndilo (cabeça da mandíbula), fossa mandibular e tubérculo articular do osso temporal (cavidade glenóide) e os tecidos conjuntivos associados, incluindo o disco articular (menisco) e a cápsula articular e a zona bilaminar.

CÔNDILO (figura 1)

Um côndilo adulto normalmente é maior no sentido médio lateral do que no sentido antero-posterior, tem uma forma que varia desde arredondados até achatados superiormente ou mais alongados posteriormente, pois do ponto de vista de adaptação o côndilo é claramente mais ativo e mais dinâmico dos elementos da ATM. Na normalidade o crescimento até a idade adulta se dá mais lateralmente. São formados por uma superfície óssea coberta por um tecido conjuntivo fibroso, desde o nascimento até a idade adulta.

Com o envelhecimento a camada cartilaginosa vai sendo substituída por osso mantendo apenas uma fina camada de tecido conjuntivo fibroso na superfície condilar, e sas camadas mais profundas vão sendo gradualmente substituídas por osso.

FOSSA MANDIBULAR

            A fossa mandibular normalmente acompanha a forma do côndilo mandibular, tomando uma forma côncava em  forma de “S”:  mas os seus limites anatômicos podem ser bem delimitados. Na parte anterior está limitada pela eminência articular, a parte posterior localizada na região posterior e medial do arco zigomático, na porção escamosa do osso temporal, , além de ser bastante fina, abriga a placa timpânica (não articular), onde na fissura petrotimpânica inserem-se fibras elásticas que vem da parte posterior do disco articular.

DISCO ARTICULAR (figura 2)

O disco articular esta interposto entre o côndilo onde se prende fortemente nos pólos mediais e laterais através de ligamentos discais, e a fossa mandibular,. É uma estrutura bicôncava de tecido cartilaginoso denso – fibrocartilagem -, com sua porção central, bem delgada ( 1mm) , avascular , circundado pela sua porção periférico mais espessa  (2 a 3mm), inervada, vascularizada – lida a cápsula articular. A borda anterior do disco fusiciona-se também com fibras da porção superior do músculo pterigóideo lateral e posteriormente a fusão com a cápsula é intermediada com uma camada de tecido conjuntivo frouxo, rico em fibras elásticas, bastante vascularizada e inervada conhecida com zona bilaminar ( LEANDRO &  NUNES, 2000), cuja parte superior contém elementos elásticos e está fixada na parte posterior da fossa mandibular e a parte inferior, fibrosa,  insere-se na borda inferior do côndilo da mandíbula. A região inferior da zona bilaminar junta-se pelo lado posterior, um amortecedor de gordura e tecido conjuntivo extremanente rico e vasos, o joelho retroarticular que amortece , como um sistema hidropneumático, as mudanças de posição do disco em movimentos da mandíbula. Estudos recentes sugerem que está parte posterior, bastante inervada e vascularizada desempenha importante papel no crescimento da ATM, snão desempenhando o mesmo papel no envelhecimento.

O disco articular, na sua composição química é rico em colágeno e proteoglicanos, os glicosaminoglicanos (dermatan-sulfato, condroitin-sulafato, ácido hialurônico e heparan-sulfato), o que favorece a sua capacidade de remodelar-se de acordo com as funções, sendo coberto por uma fina camada de células sinoviais, as quais secretam o líquido sinovial, que lubrificam as superfícies interarticulares.

O disco articular normalmente não  contém grandes quantidades de células de cartilagens ou de tecido calcificado e torna-se cada vez menos celular com o envelhecimento,.

Com a idade e as variações mecânicas o disco articular sofrerá importantes modificações, pois ocorre a diminuição do conteúdo de água e de dermatan-sulfato, estudos indicam que pode ocorrer a perfuração do disco articular, normalmente situações  associadas ao estado dental e a função da ATM comprometida. (CARLSON,2000 alterando sua composição química normal que irá interferir nas funções  inerentes a ele, tais como

  • Distribuir cargas

  • Proteger cartilagem articular e osso subcondral das pressões

  • Lubrificar a articulação (liquido sinovial)

  • Permitir e facilitar os movimentos do côndilo

  • Amortecedor.

Além do exposto o disco articular divide a articulação em dois compartimentos um superior entre o disco e a fossa mandibular e um inferior entre a disco e o côndilo.

 Continuação no próximo boletim CDATM

 

Jornalismo com ética e solidariedade.