BABEL -
Theresa
Catharina
de Góes
Campos
O filme
"BABEL"
não tem
como
objetivo
divertir,
nem
exerce
esse
efeito
no
público.
Trata-se
de uma
narrativa
tensa e
dramática,
do
início
ao fim,
que não
diverte
em
nenhum
momento,
e sim,
provoca
reflexão
crítica
e
conscientização.
Considerei
de mau
gosto,
porém, a
linguagem
realista-naturalista
utilizada
apenas
no
episódio
que se
passa no
Japão:
houve
bastante
apelação,
com um
resultado
de muita
vulgaridade,
nas
cenas
explícitas,
um tanto
longas,
repetitivas
e
desnecessárias.
O que
não
ocorreu
nas
outras
histórias
interligadas
pelo
roteiro.
Com
emoção e
sensibilidade,
chegamos,
mais uma
vez, à
compreensão
dos
perigos
causados
por toda
arma,
capaz de
percorrer
distâncias
e
provocar
danos
irreparáveis.
Refletimos,
a cada
cena,
sobre a
situação
econômica
e
político-social
dos
personagens.
Entendemos,
analisando-se
o
conteúdo,
as
circunstâncias
e os
temas
abordados
em
"Babel",
a
tragédia
da
incomunicabilidade
entre as
pessoas.
Lamentamos,
como
espectadores
e
testemunhas,
as
incompreensões
tão
visíveis
nos
relacionamentos
entre
cidadãos
e
autoridades.
Atitudes
de
solidariedade
e
desapego
ao
dinheiro,
registradas
no
filme,
também
nos
comovem,
sobretudo
porque
as
diferenças
culturais
e
materiais,
em meio
a tantas
divisões
e
ameaças,são
gritantes.
Ressaltam
a nossos
olhos,
os
inúmeros
e
constantes
conflitos
(entre
indivíduos
e
nações).
Ao mesmo
tempo
que
nosso
coração
palpita,
em
solidariedade
aos
seres
humanos
que
vemos na
tela,
sofrendo
angústias
e dores,
confusos
e
perdidos
na "
Babel "
de nosso
mundo.
Eis que
é
possível
- na
iminência
de uma
perda
pessoal
- que se
aproximem
ou se
tornem
intensamente
preocupados
com os
seus
entes
queridos.
Personagens
aflitos
e
ansiosos,
unidos
por seus
laços e
compromissos
de amor,
são
convocados,
talvez
para sua
própria
surpresa,
portanto,
de forma
inesperada
para
eles, a
deixar
seu
contexto
individualista
...para
reafirmarem
a sua
responsabilidade
afetiva
e
familiar.
Theresa
Catharina
de Góes
Campos
BABEL
(BABEL)
EUA,
2006,
2h22, 16
anos.
Direção:
Alejandro
González
Iñarritu
Com Cate
Blanchett,
Brad
Pitt,
Gael
García
Bernal,
Jamie
McBride,
Kôji
Yakusho,
Lynsey
Beauchamp,
Nathan
Gamble,
Adriana
Barraza.
“Babel”
ganhou,
na
última
segunda-feira,
o Globo
de Ouro
de
Melhor
Filme
Dramático
– o
longa
havia
recebido
sete
indicações
ao
prêmio,
nas
categorias
de
Melhor
Filme -
Drama,
Melhor
Diretor,
Melhor
Ator
Coadjuvante
(Brad
Pitt),
Melhor
Atriz
Coadjuvante
(Rinko
Kikuchi
e
Adriana
Barraza)
e Melhor
Roteiro.
No ano
passado,
o longa
levou o
troféu
de
Melhor
Diretor,
o Prêmio
Ecumênico
do Júri
e o
Grande
Prêmio
Técnico
do
Festival
de
Cannes.
Oscar
2007 de
Melhor
Trilha
Sonora.
Um
ônibus
repleto
de
turistas
atravessa
uma
região
montanhosa
do
Marrocos.
Entre os
viajantes
estão
Richard
(Brad
Pitt) e
Susan
(Cate
Blanchett),
um casal
de
americanos.
Ali
perto os
meninos
Ahmed e
Youssef
manejam
um rifle
que seu
pai lhes
deu para
proteger
a
pequena
criação
de
cabras
da
família.
Um tiro
atinge o
ônibus,
ferindo
Susan. A
partir
daí, o
filme
mostra
como
este
fato
afeta a
vida de
pessoas
em
vários
pontos
diferentes
do
mundo:
nos
Estados
Unidos,
onde
Richard
e Susan
deixaram
seus
filhos
aos
cuidados
da babá
mexicana;
no
Japão,
onde um
homem
tenta
superar
a morte
trágica
de sua
mulher e
ajudar a
filha
surda a
aceitar
a perda;
no
México,
para
onde a
babá
acaba
levando
as
crianças;
e ali
mesmo,
no
Marrocos,
onde a
polícia
passa a
procurar
suspeitos
de um
ato
terrorista.
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